Terça-Feira, 26 de novembro de 2024

Postado às 08h15 | 25 Out 2022 | redação Polícia Civil inicia investigação sobre execução de policial militar

Crédito da foto: Reprodução Neemias Ricardo da Silva Soares era 3º sargento da Polícia Militar

Quem matou o policial militar Neemias Ricardo da Silva Soares? Qual foi a motivação do crime?

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte inicia a investigação para apresentar uma resposta ao comando da Polícia Militar e ao estado. A apuração do caso está sob a responsabilidade da Divisão Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com apoio do Núcleo de Investigação Policial de Mortes e Agentes de Segurança Pública (NIMAS).

Neemias Ricardo foi encontrado morto na noite de sábado, 22. O corpo estava dentro de um veículo, próximo a um lixão no bairro Pajuçara, zona norte de Natal. No relato inicial, a vítima teve as mãos amarradas e sofreu dois disparos na região da cabeça, o que caracteriza execução.

A polícia investigativa tentou colher informações na área onde o corpo foi encontrado, mas prevaleceu o silêncio. Populares evitaram falar sobre o caso.

A vítima era 3º sargento da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, tendo entrado na corporação em 2001. Ultimamente, ele estava lotado no 16º Batalhão da PM em Natal. Ele tinha 46 anos.

 

Violência contra PMs

O mapa da violência no RN não tem atualizado o número de policiais militares assassinados este ano, no entanto, as informações entre membros das forças de segurança apontam para um cenário preocupante.

No primeiro semestre deste ano, em reportagem especial, o jornal Tribunal do Norte destacou que em cinco anos, os policiais militares mortos que estavam fora de serviço, da ativa ou da reserva, representaram 83% das mortes de agentes da segurança pública do Rio Grande do Norte. Ao todo, foram 63 vítimas entre 2017 e 2021, de um total de 76 óbitos.

Quando se compara os dados com agentes em serviço, a diferença é considerável: apenas três morreram em cinco anos. Os dados foram cedidos pela Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análise Criminal do RN (Coine/Sesed).

A reportagem destacou que o índice vem apresentando redução nos últimos anos em relação aos PMs da ativa fora de serviço. Em 2017 e 2018, foram 28 casos, contra 10 em 2019, 2020 e 2021, totalizando 38 nos últimos cinco anos.

O coronel Zacarias Mendonça, subcomandante da PMRN, avaliou que um dos fatores que pode explicar a redução de mortes de agentes da ativa é o incentivo de pagamento de diárias operacionais. “Antes, o PM visava complementar seu orçamento com outros tipos de serviço. Com o advento de nós termos uma rotina de D.Os, muitos deixaram de tirar bicos para trabalhar na PM. Uma coisa é você estar fardado numa viatura, equipado e com gente para te dar proteção. Outra é você estar exposto, que traz um risco”, aponta. No primeiro semestre do ano, o valor da diária estava em R$ 107,40 para seis horas.

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