Autoridades ligadas ao Ministério da Justiça e ao governo do RN apontam que duas facções rivais se aliaram --em uma trégua temporária-- nos ataques no estado. O gatilho para os ataques, segundo informações, foi a transferência para fora do estado
Por César Tralli, TV Globo — São Paulo
Autoridades ligadas ao Ministério da Justiça e ao governo do Rio Grande do Norte apontam que duas facções rivais se aliaram --em uma trégua temporária-- nos ataques no estado.
Pelo menos 39 cidades já foram alvo das ações criminosas no estado. O Rio Grande do Norte entrou nesta quinta-feira (16) no seu terceiro dia sob ataques. Criminosos têm queimado e atirado contra comércios, prédios públicos, bases da PM e veículos. Os ataques ocorrem mesmo após a chegada de 100 homens da Força Nacional, que reforçam a segurança do estado.
O gatilho para os ataques, segundo informações do governo federal, foi a transferência para fora do estado, em janeiro, de chefes do Sindicato do Crime, principal facção no Rio Grande do Norte. Informações da área de inteligência do governo já apontavam a possibilidade de retaliação depois da transferência.
O Primeiro Comando da Capital (PCC) disputa com a facção as rotas internacionais de cocaína pra Europa a partir do Rio Grande do Norte. A facção, originada em presídios de São Paulo, viu na ação uma oportunidade de reivindicar melhorias nas condições do sistema prisional --houve protesto de familiares em frente a presídios, por exemplo.
As duas facções estavam rompidas desde 2017, quando elas se enfrentaram em uma batalha campal dentro do Presídio Estadual de Alcaçuz; na ocasião, 27 pessoas morreram, na maior e mais violenta rebelião do estado. De 2012, quando a facção potiguar surgiu, até 2016, a convivência entre as duas organizações criminosas foi pacífica.
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