Sábado, 18 de maio de 2024

Postado às 08h45 | 17 Mar 2023 | redação Força Nacional e polícias do Ceará e Paraíba chegam hoje a Mossoró

Crédito da foto: Marcelo Camargo Homens da Força Nacional chegam a Mossoró nesta sexta-feira, 17

Jornal de Fato

As forças de segurança de Mossoró recebem nesta sexta-feira, 17, o reforço de efetivo da Força Nacional e da Polícia Militar dos estados do Ceará e Paraíba. A força-tarefa faz parte da estratégia de combate à criminalidade, como forma de conter as ações criminosas iniciadas na madrugada de segunda-feira, 13, e que está afetando todo o Rio Grande do Norte.

Mossoró registrou ataques criminosos nesse período e há informação, não confirmada oficialmente, que a cidade é ponto estratégico de facções, por isso, a necessidade urgente de reforçar o trabalho de vigilância e combate ao crime.

A Secretaria de Segurança Pública e da Defesa Social (SESED/RN) não liberou maiores informações sobre a estrutura que Mossoró receberá nesta sexta-feira. A informação mais precisa foi dada pela governadora Fátima Bezerra (PT) em sua conta nas redes sociais.

“Atenção, Mossoró! Estarão desembarcando até amanhã (hoje) reforço de efetivo da força de segurança nacional e da PM do Ceará - com contingente policial, viaturas e equipamentos - para se somar ao nosso efetivo no combate à criminalidade e na garantia da ordem pública”, escreveu.

A reportagem do JORNAL DE FATO, no entanto, apurou que o Rio Grande do Norte recebe hoje mais 90 homens da Força Nacional, que se somarão aos 100 que chegaram na noite de terça-feira, 14. Uma parte ficará em Natal para reforçar o policiamento na região metropolitana da capital.

O Jornal de Fato também apurou que desembarcam 30 policiais penais federais, vindos do Distrito Federal. Eles atuarão no presídio federal de Mossoró, para onde foi transferido um líder de facção suspeito de ser um dos organizadores das ações criminosas dos últimos dias. (veja matéria nesta página).

Outro ponto é que os policiais militares (quantidade não divulgada) do Ceará e da Paraíba, que se somarão à força-tarefa, reforçarão a segurança nas saídas e entradas de Mossoró. É uma forma de evitar fuga de elementos envolvidos nos ataques ou entrada de reforços das facções criminosas.

QG

A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) disponibilizou um espaço na instituição para sediar a base da Força Nacional de Segurança. De acordo com a reitora da Ufersa, Ludimilla Oliveira, a medida atende ao Comando Geral da Segurança Pública do Rio Grande do Norte. Ao todo, 80 policiais ficarão no Expocenter, que servirá de “Quartel General”.

“Acabamos de receber em missão, integrantes do Comando Geral da Segurança Pública do Estado que vieram pedir a nossa colaboração e de imediato atendemos o pleito do comandante geral, o Coronel Alarico Azevedo”, afirmou a reitora na tarde de ontem.

 

Força tática federal atuará em presídio de Mossoró

Não há intervenção federal no sistema penitenciário do Rio Grande do Norte. A afirmação é do ministro da Justiça, Flávio Dino, ao rebater a falsa notícia que circulou nas plataformas digitais e setores da imprensa tradicional. Em entrevista à CNN Brasil, o ministro afirmou que o que está definido é uma “força tática” para restabelecer a ordem no sistema prisional, como parte da ação para combater as ações criminosas nas ruas das cidades potiguares.

A força tática, citada pelo ministro, será executada com apoio de 30 policiais penais federais e se concentrará no presídio federal de Mossoró. O grupo chegará a Mossoró nesta sexta-feira, 17, e se juntará aos policiais penais que já atuam no presídio de regime RDD, onde estão presos vários líderes de facções, inclusive, o suspeito de liderar os ataques registrados nos últimos dias.

“Em entendimento com o governo do Rio Grande do Norte foi enviado contingente de força tática penitenciária ao estado, com objetivo de apoiar as ações do estado, o que se trata de apoio e não de intervenção federal. Estamos solidários ao povo do Rio Grande do Norte", declarou o ministro, confirmando o envio total de 220 profissionais ao estado.

Flávio Dino afirmou ainda que está atendo a tudo que acontece no Rio Grande do Norte e que o Ministério da Justiça vai garantir o apoio necessário. “Já mandamos 220 homens e mandaremos 500, 600, 800, caso precise. O importante é que nós estamos somando forças para garantir a normalidade no estado”, disse.

O secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, que chegaria hoje ao estado, antecipou a presença em Natal para esta quinta-feira, 16.

Governo reúne poderes e ministério público para reforçar medidas

A governadora Fátima Bezerra reuniu nesta quinta-feira, 16, as autoridades dos poderes Legislativo e Judiciário, Ministério Público estadual e federal e de instituições representativas da sociedade para tratar das ações de contenção da onda de violência que vem ocorrendo no Estado e instalação do Gabinete de Gestão de Crise (GGC). O GGC será composto pelos presidentes dos poderes e dirigentes dos órgãos e instituições.

"Estamos diante de atos criminosos. O momento é delicado e estamos alinhando com os poderes públicos e instituições as medidas para proteger a população. Não vamos recuar no combate ao crime e no dever de proteger a população", afirmou.

Fátima reconheceu que a situação é preocupante e que o estado precisa de mais policiais para enfrentar a criminalidade.  “Estamos recebendo reforços para atuarmos de forma ostensiva em Natal e no interior, inclusive com policiais do Estado do Ceará e da Paraíba. Solicitei este apoio aos governadores e estamos recebendo este reforço para Mossoró e áreas de fronteira", informou a governadora para afirmar: "O Estado, que compreende todos os poderes, ministérios públicos e instituições, vai exercer seu papel de dar segurança à população e combater a criminalidade.”

O juiz federal Walter Nunes reconheceu que o Governo do Estado vem adotando as medidas necessárias, inclusive a solicitação de reforço policial ao Governo federal e estados vizinhos. O magistrado acrescentou que a violência acontece em reação às medidas corretivas que a gestão estadual vem implantando para manter a ordem no sistema prisional.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira disse que as forças da segurança pública devem continuar enfrentando a violência e os criminosos. "O poder público tem o dever de combater a violência. Estamos unidos em defesa da população e das instituições", declarou.

Em 2017, a maior crise da história (foto: Jornal de Fato / Aquivo 2017)

Há seis anos, quando a segurança pública do Rio Grande do Norte viveu a sua pior crise, foi preciso a intervenção federal para restabelecer a ordem. Dezembro de 2017, em razão da greve dos policiais militares, que estavam com salários atrasados, a desordem tomou conta do Estado, com assaltos, arrombamentos, mortes e depredação do patrimônio público.

O Ministério da Justiça enviou a Força Nacional que se concentrou, principalmente, em Natal e Mossoró.

No início daquele ano, o RN já havia enfrentado uma crise penitenciária. Em janeiro, uma rebelião no presídio de Alcaçuz, a mais violenta da história do estado, resultou na morte de 26 presos, sendo que 15 foram decapitados.

A rebelião aconteceu no mesmo período em que motins em presídios do Amazonas e de Roraima levaram quase 100 pessoas à morte. À época, o governo federal teve de anunciar a criação de um plano nacional de segurança, porque as rebeliões começaram a se espalhar também por estados como Paraná e Minas Gerais.

 

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