Sábado, 04 de maio de 2024

Postado às 09h30 | 24 Jul 2023 | redação Polícia Federal prende suspeito do planejamento do assassinato de Marielle

Crédito da foto: Reprodução/TV Globo Maxwell Simões Corrêa, o Suel, preso em casa

Por Octávio Guedes / g1

Maxwell Simões Corrêa, o Suel, preso pela Polícia Federal nesta segunda-feira (24) participou do planejamento do assassinato de Marielle. O ex-bombeiro fez campanas contra a vereadora e levou carro usado no crime, um Cobalt, para ser desmanchado, segundo uma fonte da corporação.

A investigação da Polícia Federal também recolheu indícios que Suel, como o ex-bombeiro é chamado, sabia da logística do assassinato, e tinha conhecimento de como Lessa e seu cúmplice voltaram do local do assassinato e se desfizeram das armas. "Há dados de que Suel participou do planejamento do crime", afirma fonte da Polícia Federal.

A operação deflagrada agora pela manhã pela Polícia Federal e que resultou na prisão do bombeiro expõe falhas da Polícia Civil na investigação do caso Marielle.

A operação da PF, portanto, é uma correção de rumos em relação ao trabalho da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que em diversos momentos foi colocada em xeque por suspeita de politização.

Suel foi condenado em 2021 a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações, mas cumpria a pena em regime aberto. O ex-bombeiro havia sido preso em junho de 2020.

O desentendimento entre o ex-governador do Rio, Wilson Witzel, e o ex-presidente Bolsonaro se agravou quando Wiltzel vazou dados da investigação numa conversa pessoal com Bolsonaro. O presidente interpretou a conversa como uma "chantagem política" contra ele, já que Witzel sonhava em ser seu sucessor. Depois que o atual Claudio Castro assumiu, as investigações da Polícia Civil também foram questionadas em diversas ocasiões. Castro é aliado de Bolsonaro.

 

Delação premiada

O ex-PM Élcio de Queiroz firmou delação premiada com a Polícia Federal (PF) e com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e deu detalhes do atentado contra a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

Élcio está preso desde 2019, ao lado do amigo, o ex-policial reformado Ronnie Lessa. Eles serão julgados pelo Tribunal do Júri, mas a sessão ainda não foi marcada.

No depoimento já homologado pela Justiça, Élcio confessou que dirigiu o Cobalt prata usado no ataque e afirmou que Ronnie de fato fez os disparos com uma submetralhadora contra Marielle. Élcio disse ainda que o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, fez campanas para vigiar a vereadora e participaria da emboscada, mas acabou trocado por ele.

 

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