Por Isabela Camargo, GloboNews — Brasília
Imagem do presídio federal de segurança máxima de Mossoró mostra um buraco na parede da cela de um dos dois presos que fugiram da unidade na madrugada da quarta-feira (14).
Os dois presos -- Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento -- são do Acre e estavam na penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Eles foram transferidos após participarem de uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos -- três deles decapitados.
Antes de fugirem, Deibson e Rogério estavam isolados em celas individuais – porém vizinhas, separadas por uma parede. Os dois podem ter conseguido planejar a ação.
De acordo com o Ministério da Justiça, o buraco foi feito na região da luminária da cela, na parte superior de uma das parede.
Agentes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e das polícias locais fazem buscas desde o dia da fuga. Até a última atualização desta reportagem, nesta sexta (16), eles ainda não haviam sido encontrados (veja mais abaixo detalhes da missão).
Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na unidade federal de Mossoró. Os nomes deles estão na lista da Interpol, a polícia internacional.
A Polícia Federal recolheu material biológico em uma propriedade rural próxima ao presídio. As amostras encontradas serão confrontadas com informações genéticas dos fugitivos.
Dinâmica da fuga
A fuga na madrugada da última quarta-feira foi a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal, criado em 2006.
Os criminosos escaparam da mesma maneira, fazendo um buraco na luminária da parede. Como fugiram juntos, a suspeita é de que:
- os dois possuíam ferramentas que foram usadas para fazer os buracos
- os dois conseguiram manter contato para que a fuga ocorresse de maneira coordenada, ao mesmo tempo
Leia também:
Cronologia da fuga de detentos de Mossoró, segundo fontes ligadas à investigação — Foto: Gabriel Wesley Marques Santos/ Arte g1
Buscas
Para a força-tarefa responsável pelas buscas, tudo leva a crer que os dois fugitivos ainda estão na área. Um raio de 15 km em torno do presídio está sendo vasculhado. As buscas, agora, concentram-se na área onde as pegadas e peças de roupa foram achadas.
Ao todo, mais de 300 agentes de segurança estão trabalhando para recapturar os fugitivos. Estão empenhados:
- 100 agentes da Polícia Federal;
- 100 agentes da Polícia Rodoviária Federal;
- 100 agentes das forças policiais locais (civil e militar);
- 3 helicópteros (1 da PRF, 1 da PF e 1 da Secretaria de Segurança Pública do RN);
- Drones (com equipamentos termais) e cães farejadores.
Tags: