A Polícia Civil deflagra na manhã desta terça-feira (30) a “Operação Jus Puniendi”. A advogada Brenda Oliveira e Janielson Nunes de Sousa foram executados dentro de um carro em janeiro deste ano, em Santo Antônio
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte prendeu o homem suspeito de executar a advogada Brenda Oliveira, de 26 anos, e seu cliente Janielson Nunes de Lima, de 25 anos, em Santo Antônio. A ação ocorreu dentro da operação “Jus Puniendi”, deflgrada na manhã desta terça-feira (30), que resultou no cumprimento de 20 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão nos municípios de São José de Mipibu, Espírito Santo e Goianinha.
De acordo com a Polícia Civil, os mandados foram cumpridos contra suspeitos envolvidos nos assassinatos da advogada e de seu cliente. O crime ocorreu no dia 30 de janeiro deste ano, quando ambos foram executados dentro de um carro, no centro da cidade de Santo Antônio, no interior do Estado.
A ação da Polícia Civil do RN é fruto de um trabalho integrado da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Diretoria de Inteligência da PCRN, através do Núcleo de Investigação Qualificada (NIQ), da 6ª Delegacia Regional de Nova Cruz e da 66ª Delegacia de Polícia de Santo Antônio.
O crime
O assassinato da advogada Brenda dos Santos Oliveira e do cliente Janielson Nunes de Lima, mais conhecido como “Gordinho da Batata”, está sob investigação desde janeiro. À época, a Polícia Civil desconfiava que havia a participação de pelo menos quatro pessoas.
No dia do crime, Janielson foi à delegacia prestar depoimento sobre o caso em que era investigado como suspeito do assassinato de João Victor Bento da Costa, de 18 anos, morto no dia 28 de janeiro, durante a vaquejada de Santo Antônio. No entanto, Janielson foi intimado a retornar à unidade para prestar novos esclarecimentos. No retorno, o suspeito foi interrogado com a presença da advogada. Ao fim das perguntas, Janielson foi liberado.
Como não havia nenhum mandado de prisão contra ele, nada que tivesse um motivo pelo qual ele pudesse ficar preso, tampouco estar em flagrante porque não havia indícios concretos de que ele seria o homicida, ele saiu acompanhado da advogada, liberado. Porém, ao sair, quando estava a cerca de 500 metros do local, quatro indivíduos interceptaram o veículo de Brenda, atacando tanto a advogada quanto Janielson, que morreram na hora.
Cobrança
A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB/RN) estudava a solicitação de federalização das investigações referentes à morte da advogada O motivo era a suposta morosidade para a conclusão do inquérito.
A investigação do homicídio contra a advogada criminal está em sigilo, segundo a própria Polícia Civil. Contudo, o presidente da OAB/RN, Aldo Medeiros, avaliou neste que que havia o que chamou de “inoperância nas ações atuais”. Para ele, inicialmente, as investigações foram intensas e ativas. A possibilidade da federalização do caso foi levantada por interlocutores da Ordem e levada ao presidente nesse período, mas a ideia foi vetada em princípio. Porém, ele afirmou que as investigações se tornaram morosas. A demora tem deixado a categoria frustrada.
O presidente Aldo Medeiros também criticou a falta de comunicação entre as forças policiais e a OAB/RN. “Inicialmente, ficamos muito convictos de que a Polícia Civil iria elucidar o caso, confiamos na capacidade técnica da organização. Mas depois começou um silêncio, uma falta de informações, que muito nos incomoda. Eu já estou muito preocupado com esse trabalho da Polícia Civil. Sem notícias, alimentamos o nosso ceticismo”, afirmou.
Sobre a federalização, ele ressaltou que a Ordem mantém cautela, devido a espera de uma confirmação de que a instituição não obteve exito nas investigações.
Por conta da demora, Aldo Medeiros afirma que é possível concluir que a elucidação do caso não é importante para o poder público. Ele relatou que solicitou uma reunião com a governadora Fátima Bezerra (PT), mas demorou cerca de 20 dias para obter uma resposta. O Executivo informou que um encontro poderia ocorrer durante a semana, mas o presidente estava em Brasília. “Na verdade, eu acredito que a audiência já perdeu até o sentido. Está muito claro que a apuração da morte da advogada não é uma prioridade da Polícia Civil e, por extensão, não é uma prioridade do próprio governo”, disse.
A falta de celeridade nas ações policiais é um fator que preocupa advogados em todo o Estado, aumentando a sensação de insegurança. O presidente da Ordem dos Advogados concluiu afirmando que os advogados estão expostos a criminalidade.“Os advogados, principalmente os criminais, estão por sua própria conta e risco da porta para fora do fórum. Esse é um assunto que tem que ser enfrentado e tratado pela sociedade”, concluiu.
Fonte: TN
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