A Avenida Abel Coelho, a principal artéria do conjunto Abolição III, zona oeste de Mossoró, foi interditada na manhã desta segunda-feira, 24, em protesto ao atropelamento e morte do motociclista José Martins Veras, 59, figura bastante popular na cidade.
Os manifestantes, pilotando motos, fecharam a avenida para cobrar justiça. O clima é de indignação após o acusado pelo atropelamento, identificado como Lucas Vinícius, ter sido liberado após pagar fiança.
O acidente aconteceu na Avenida Abel Coelho, no bairro Abolição III, por volta das 6h20. O motociclista e o carro seguiam no mesmo sentido, quando o carro bateu na traseira na moto. A vítima foi arremessada contra o para-brisa e caiu no asfalto.
O carro ainda seguiu, mesmo após o acidente, por mais 23 metros, segundo o Instituto Técnico-Científico de Perícia do RN (Itep), com a moto sendo arrastada ainda mais distante. O motociclista morreu na hora, antes da chegada da ambulância.
"Justamente pelos veículos estarem no mesmo sentido e terem apresentado danos tão grandes, isso sugere que o carro vinha em uma alta velocidade. Uma precisão maior nós poderemos dar a partir da análise do cálculo da velocidade, a partir das marcas de frenagem", explicou o perito do Itep Paulo Oliveira.
José Martins Veras Neto, vítima do acidente, estava a caminho de supermercados da cidade para arrecadar alimentos para a Apae. No local do acidente, ficaram, no asfalto, vários banners e cartões de doação da APAE.
José Martins Veras Neto tinha 59 anos de idade e era voluntário da Apae — Foto: Cedida
Motorista autuado por homicídio culposo
O motorista do carro foi preso em flagrante e encaminhado à Delegacia de Plantão. Ele se negou a fazer o teste do bafômetro. De acordo com Polícia Civil, o motorista foi autuado por homicídio culposo e teve fiança estabelecida para responder ao processo em liberdade.
O delegado de plantão, Caetano Baumman, explicou que não foi possível comprovar a embriaguez do motorista diante da recusa do teste do bafômetro.
"Para que isso fique caracterizado legamente é necessário que a gente tenha uma base legal, subsídios pra enquadrar ele nesse artigo", explicou.
"A gente não teve como fazer isso, porque, além da recusa do bafômetro, eu perguntei ao pessoal do trânsito se eles não poderiam fazer um laudo - porque existe essa previsibilidade legal - constatando a embriaguez da pessoa. Só que o pessoal do trânsito disse que não fazia nesse caso por que eles só fazem esse laudo quando eles constatam visivelmente que aquela pessoa estava embriagada, o que não era o caso, segundo a versão deles", completou.
O delegado disse que, pela análise das câmeras, houve uma irresponsabilidade no momento do acidente.
"Analisando as câmeras do acidente, foi um acidente brutal, que se reveste de irresponsabilidade, até porque a questão da aquaplanagem dava pra ter visualizado a pessoa do motociclista antes", disse.
Moto e carro ficaram destruídos na avenida Abel Coelho
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