Segunda-Feira, 31 de março de 2025

Postado às 11h15 | 27 Mar 2025 | redação 'Dona Maria', mulher apontada como maior traficante de drogas e armas da BA

Crédito da foto: Alberto Maraux/ SSP Jasiane quando chegou na capital baiana sob forte esquema de segurança , em 27 de setembro de 2019

Por g1 - BA

Jasiane Teixeira, conhecida como "Dona Maria", é a mulher apontada como a maior traficante de drogas e armas da Bahia. Ela foi presa em São Paulo, onde mora atualmente, em janeiro, quase quatro anos depois de ser solta por causa de um habeas corpus.

Na quarta-feira (26), a Justiça da Bahia decretou a prisão preventiva e transferência de "Dona Maria". Alvo de uma ação conjunta das policiais dos dois estados, ela estava com R$ 66 mil em espécie, anotações do comércio de drogas e celulares.

 

Condenada por homicídio

Segundo a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Jasiane Teixeira era considerada foragida após ser condenada a 14 anos de prisão pela participação na morte de um agente penitenciário e por tráfico e porte de drogas na Bahia.

Muito dinheiro em espécie foi encontrado com a baiana presa em São Paulo — Foto: Divulgação/SSP-BA

Muito dinheiro em espécie foi encontrado com a baiana presa em São Paulo — Foto: Divulgação/SSP-BA

Ainda conforme a SSP-BA, informações preliminares apontam que "Dona Maria" permanece casada com um suspeito de integrar uma facção paulista. No entanto, as equipes da Bahia e de São Paulo não conseguiram localizar o homem.

Além do homicídio e do tráfico de drogas e armas, Jasiane é investigada por ordenar crimes como roubos, falsidade ideológica e corrupção de menores em Jequié, no sudoeste baiano.

Jasiane quando chegou na capital baiana sob forte esquema de segurança , em 27 de setembro de 2019 — Foto: Alberto Maraux/ SSP

Jasiane quando chegou na capital baiana sob forte esquema de segurança , em 27 de setembro de 2019 — Foto: Alberto Maraux/ SSP

 

Responsável por contas de facção

Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), do Ministério Público da Bahia (MP-BA), "Dona Maria" administrava facção criminosa de tráfico de drogas na região de Vitória da Conquista, também no sudoeste do estado, sendo responsável pela contabilidade da organização criminosa e fluxos de caixa.

As investigações apontaram que a investigada ocultava os lucros criminosos pulverizando os recursos em contas de diversas pessoas, mediante depósitos fracionados, que retornavam para ela ou para outros membros da organização criminosa sem possibilidade de rastreamento pelos órgãos de controle financeiro e de persecução penal.

Polícia diz que anotações do tráfico de drogas foram encontradas com a suspeita — Foto: Divulgação/SSP-BA

Polícia diz que anotações do tráfico de drogas foram encontradas com a suspeita — Foto: Divulgação/SSP-BA

 

Última prisão e investigação

Jasiane foi presa no dia 25 de setembro de 2019, em Biritiba Mirim, em São Paulo, após investigações da polícia baiana. Na época, "Dona Maria" estava no Baralho do Crime da SSP-BA, como a dama de copas. A ferramenta reúne informações e fotos dos criminosos mais procurados do estado e tem auxiliado a polícia na captura deles.

A mulher foi transferida para Salvador, sob forte esquema de segurança, no dia 27 de setembro do mesmo ano. Jasiane foi transportada em uma aeronave do Grupamento Aéreo da PM (Graer), com pés e mãos algemados e com os olhos vendados. Um dia depois, ela foi apresentada à imprensa e alegou inocência.

Segundo a polícia, Jasiane também é investigada por intermediar a compra de armamento pesado, como fuzis e granadas para os grupos que chefiava.

Em 2019, uma aeronave foi apreendida pela polícia de Vitória da Conquista. Conforme a polícia, o avião era usado para trazer drogas e armas da Bolívia, Venezuela, Colômbia e Peru, sob operação de Jasiane. Três homens foram presos na ação. O avião foi leiloado em 2020 por R$ 800 mil.

Jasiane Teixeira ficou presa no Conjunto Penal de Juazeiro, no norte baiano, até março de 2020, quando recebeu o habeas corpus. A decisão da Justiça da Bahia a deixava isenta de monitoramento eletrônico e prisão domiciliar.

Segundo informou a defesa de "Dona Maria" na ocasião, o desembargador Lourival Almeida Trindade, que assinou a decisão, revogou a prisão preventiva porque reconheceu a medida como ilegal.

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