Segunda-Feira, 20 de janeiro de 2025

Postado às 12h00 | 05 Ago 2019 | Redação Mossoró e São Gonçalo do Amarante ficaram entre as 20 cidades mais violentas em 2017

O município da Grande Natal apresentou taxa de 131,2 para cada 100 mil habitantes. O percentual colocou São Gonçalo na 3ª posição do ranking. A Capital do Oeste figura no 17º posto na lista

Crédito da foto: Ilustração As duas cidades potiguares ficaram entre as 20 mais violentas em 2017, segundo o IPEA

Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgado nesta segunda-feira, 5, aponta que São Gonçalo do Amarante e Mossoró ficaram entre as 20 cidades mais violentas do país em 2017. O Atlas da Violência contabiliza apenas municípios com ao menos 100 mil habitantes.

O município da Grande Natal apresentou taxa de 131,2 para cada 100 mil habitantes. O percentual colocou São Gonçalo na 3ª posição do ranking. Em 2017, São Gonçalo tinha 101.492 habitantes. A cidade mais violenta do Brasil em 2017 foi Maracanaú, no Ceará, com 145,7 homicídios para cada 100 mil habitantes. No ano do estudo, 308 pessoas foram assassinadas na cidade, que fica na região metropolitana de Fortaleza e tem 224 mil habitantes.

A Capital do Oeste figura no 17º posto na lista. O município, que dois anos atrás tinha população estimada em 295.619 habitantes, teve taxa de homicídio de 86,4 para cada 100 mil habitantes.

Fortaleza foi a cidade que teve o maior número absoluto de homicídios em 2017, com 2.145 casos, superando até mesmo as cidades populosas do país. O Rio de Janeiro, que tem mais que o dobro de habitantes de Fortaleza, teve 1.850 assassinatos, e São Paulo, que tem uma população quatro vezes maior, teve 1.011 - menos que a metade.

A cidade considerada mais pacífica do Brasil foi Jaú, em São Paulo, com uma taxa de 2,7 homicídios para cada 100 mil habitantes. A cidade de 146 mil moradores teve quatro assassinatos em 2017. Indaiatuba e Valinhos, também situadas em São Paulo, ocupam o segundo e o terceiro lugar na lista, que continua com Jaraguá do Sul-SC, Brusque-SC, Jundiaí-SP, Passos-MG, Limeira-SP, Americana-SP, Bragança Paulista-SP, Santos-SP, Araxá-MG, Araraquara-SP, São Caetano do Sul-SP, Tubarão-SC, Mogi das Cruzes-SP, Itatiba-SP, Varginha-MG, Catanduva-SP e Sertãozinho-SP.

Ainda de acordo com o estudo, no Nordeste, o estado com maior taxa de homicídios estimada, em 2017, era o Rio Grande do Norte (67,4), seguido por Ceará (64,0), Pernambuco (62,3), Sergipe (58,9), Bahia (55,3), Alagoas (53,9), Paraíba (33,9), Maranhão (31,9) e Piauí (20,9).

Ainda segundo o IPEA, as cidades mais violentas do estado se concentravam nas mesorregiões do Oeste e do Leste. João Dias era o município líder de mortes violentas, com taxa de 222,6, seguido por Extremoz (184,5), Ceará Mirim (173,7) e São José do Campestre (156,1). A capital Natal possuía taxa de 73,4, enquanto que a média das taxas estimadas dos municípios do estado era de 47,0.

O IPEA aponta que no RN, há a predominância do Sindicato do Crime (SDC), grupo criado por dissidentes do PCC em 2012, devido a “discordâncias administrativas”. O instituto explica ainda que esta facção criminosa, presente Retrato dos Municípios Brasileiros 27 no estado desde 2006, apesar de ter o controle de poucos bairros da capital potiguar, detém o poder econômico e consequentemente o controle das rotas de distribuição nacional e internacional das drogas,14 em um dos estados que se insere entre os principais na rota do tráfico de drogas do Brasil para a Europa.

De acordo com o coordenador do estudo, o pesquisador Daniel Cerqueira, os municípios mais violentos têm 15 vezes mais homicídios relativamente que os menos violentos. “Em termos proporcionais, a diferença entre os municípios mais e menos violentes corresponde à diferença entre taxas do Brasil e da Europa”, compara. Nos municípios mais violentos, o perfil socioeconômico é mais parecido com os países latino-americanos ou africanos: as pessoas, em geral, não têm acesso à educação, desenvolvimento infantil e mercado de trabalho.

Apesar do aumento da violência em algumas regiões, o estudo do Ipea identificou também que 15 unidades federativas tiveram redução no índice de criminalidade entre 2016 e 2017. O levantamento apontou que, entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, Jaú é cidade menos violenta, seguida de Indaiatuba e Valinhos, todas em São Paulo. No ranking dos 20 municípios menos violentos, 14 são paulistas. Nas cidades menos violentas, os indicadores de desenvolvimento humano são mais parecidos com os países desenvolvidos.

Alguns dados surpreenderam os pesquisadores. Apesar de Santa Catarina ser um dos estados mais pacíficos, a taxa de homicídios em Florianópolis aumentou 70%, de 2016 para 2017. Por outro lado, houve diminuição das mortes em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde há uma boa organização policial e a solução de homicídios é maior do que no resto do país.

O estudo é um desdobramento do Atlas da Violência que destrincha os dados das 310 cidades médias e grandes do país. Para medir o nível de violência, o Ipea se debruçou sobre a taxa de homicídio por 100 mil habitantes nos municípios brasileiros no ano de 2017.

Confira aqui pesquisa completa.

Com informações da Agência Brasil e IPEA

Tags:

Mossoró
São Gonçalo do Amarante
cidades
municípios
IPEA

voltar