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Postado às 12h15 | 29 Dez 2019 | Redação Reportagem fez um balanço geral do quadro da violência no Rio Grande do Norte em 2019

Crédito da foto: Reprodução Itep recolhe corpo em Mossoró

Por Fábio Vale/JORNAL DE FATO

Quando se digita a expressão “segurança RN” no Google, serviço de busca na internet, uma das primeiras menções que aparecem é de um site de viagens com questionamentos de internautas interessados em fazer turismo no Rio Grande do Norte sobre como está a segurança pública no estado. As perguntas e respostas aos comentários como “estou indo para Natal e estou preocupada com as notícias que vejo. Alguém poderia me dar maiores informações sobre a violência, policiamento e situação da cidade?” dão uma relativa percepção do quadro da violência instalado no território potiguar.

Sob a onda de homicídios, assaltos e outros tipos diversos de crimes, a violência urbana já faz parte da rotina da sociedade. E a população norte-rio-grandense também tem sentido isso na pele. O RN tem se destacado negativamente nesse aspecto. Uma rápida consulta no Google da expressão “violência RN” dá uma ideia desse cenário, onde surgem notícias como “RN tem a maior taxa de homicídios do Brasil”. E a assertiva é apoiada pelas estatísticas da violência homicida.

Faltando menos de uma semana para o final de 2019, mais de 1.420 pessoas já tinham sido assassinadas no decorrer do ano em todo o estado. O mês de março aparecia até então como o mais violento, com 147 crimes contra a vida e fevereiro como menos violento, com 103 mortes. No geral, o levantamento do Observatório da Violência (OBVIO-RN) registrava ainda 521 assassinatos a menos no decorrer deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

Mas, além da violência homicida, o estado ainda enfrenta uma onda de outros tipos de crimes. São assaltos recorrentes, roubos e furtos contra pessoas e veículos, invasão de residências, e arrombamento de comércios; dentre outras formas de delito. A criminalidade faz então a área da segurança pública ser um dos setores mais problemáticos para um governo. E com isso são muitos os desafios a serem enfrentados pela gestão. No caso do Executivo potiguar, o Estado garante estar trabalhando constantemente em busca de soluções para o setor, com alegados investimentos no combate à criminalidade.

Com 21 assassinatos, Mossoró tem dezembro mais violento

Entre os fatores que mais funcionam como uma espécie de “termômetro” da violência está o crime contra a vida. Nesse quesito, a segunda maior cidade do Rio Grande do Norte figurou neste ano de forma mais destacada. Um levantamento extraoficial mostra que Mossoró registrou em 2019 o dezembro mais violento da história.

O mapeamento dá conta de que entre os dias 1° e 26 deste mês, 21 pessoas foram assassinadas em Mossoró. O primeiro caso de dezembro de 2019 vitimou um jovem de 22 anos de idade identificado como Eduardo de Oliveira Félix. Ele foi morto a tiros em um alegado confronto com a polícia. Dois dias depois, a cidade foi alvo de duas mortes.

Sérgio Murilo Brilhante, 28 anos de idade, foi morto a tiros na Rua Major Gutemberg de Souza, no bairro Barrocas. No mesmo dia, Cosme Damião da Silva Neto, 42 anos, foi morto também a tiros na Rua Olivério Olímpio Neto, no Planalto Treze de Maio. Já no dia 6, Natanael Carlos da Silva, 25 anos, foi morto a tiros na Rua Genésio Xavier Rebouças, no Planalto Treze de Maio

Três dias depois, Cleiton Dantas Pereira de Lima, 17 anos, morreu a tiros na Rua Vicente Martins, no bairro Belo Horizonte. No dia seguinte, Gledson Márcio de Freitas, 34 anos, foi morto a tiros na cozinha de casa na Rua Vicente Martins, no bairro Belo Horizonte. No dia 11, foram mais dois crimes. Israel Franco de Oliveira, 34 anos, foi morto a tiros na Rua Décima Rosado, no bairro Santo Antônio; e José Batista de Souza Filho, 26 anos, foi morto a tiros no bairro Costa e Silva.

No dia seguinte, a vítima letal da violência homicida foi Ivonice Laurinda Alves, 34 anos, que foi morta dentro de casa na Rua Silva Jardim, no bairro Boa vista. Seis dias depois, José Lucas Paiva de Oliveira, 19 anos de idade, foi morto a tiro na Rua Olavo Bilac, no bairro Lagoa do Mato. No dia 19, foram outros dois crimes que vitimaram Antônio Rafael de Lima Rodrigues, 24 anos, morto a tiros dentro de casa no Jucuri; e Antônio Marcos Senhor, 47 anos, morto também a tiros na Rua Professor Anderson Araújo, no bairro Dom Jaime Câmara.

No dia 20, foram quatro mortes. O caso vitimou o policial civil Antônio Ferreira da Silva Júnior, 49 anos de idade. Ele foi morto em uma tentativa de assalto no bairro Santo Antônio. Na mesma noite, dois menores de idade suspeitos de envolvimento com o ocorrido morreram em alegado confronto com a polícia. Eles foram identificados como Elias Kennedy Dantas da Rocha, 15 anos, e Denilson da Silva Alves, 13.

A quarta morte da noite vitimou Diego da Silva Alves, 15 anos, que foi morto sentado em uma cadeira na calçada da casa dele no bairro Barrocas. Ele era irmão de Denilson. E na manhã do dia seguinte, um terceiro irmão foi encontrado morto a tiros após ter sido levado de casa na noite anterior. Ele foi identificado como José Bruno Silva dos Santos, 17 anos de idade. E entre os últimos dias 23 e 26 foram mais cinco crimes em Mossoró. Os casos resultaram nas mortes de vítimas entre 17 e 44 anos de idade. Desses apenas um vitimou mulher.

 

MULHERES ASSASSINADAS

Outro destaque negativo na área da segurança pública potiguar em 2019 foi a violência letal contra a mulher. Até a manhã da última sexta-feira (27), 102 mulheres foram mortas no estado, sendo 21 feminicídios, que é o assassinato por violência doméstica e-ou de gênero. Os dados são do Observatório da Violência do Rio Grande do Norte (OBVIO-RN). Os números da entidade detalham ainda que somente em Mossoró foram 19 mulheres mortas neste ano, sendo dois feminicídios.

LEIA REPORTAGEM COMPLETA NA EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL DE FATO DESTE DOMINGO (29)

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