Por Fábio Vale - Repórter do JORNAL DE FATO
Em meio à pandemia do coronavírus que atinge praticamente, todo o mundo, surgem aqueles que querem se aproveitar da situação de forma criminosa. E na contramão de uma aparente redução de crimes violentos, como homicídios, aparecem outros delitos relacionados à proliferação da doença. No Rio Grande do Norte, bandidos estavam tentando entrar em residências, sob o argumento de realizar exames médicos nos moradores.
O alerta foi dado nesta semana pela própria governadora do estado, Fátima Bezerra (PT). Por meio de postagem em uma rede social pessoal, a chefe do Executivo potiguar avisou que o Governo não estava realizando testes obrigatórios em domicílios. “Indivíduos estão abordando residências dizendo que estão fazendo exame obrigatório de coronavírus e, então, anunciam um assalto”, relatou a publicação assinada pela equipe da governadora.
“Não há nenhuma realização de exame obrigatório em casa no momento”, finalizou a postagem. A reportagem não conseguiu apurar junto às autoridades policiais o registro de ocorrências ou queixas notificadas envolvendo esse tipo de caso no estado. Mas, esse tipo de prática também foi registrado em outros estados do país, como São Paulo. Lá, um grupo de ladrões estava fingindo ser funcionários de um renomado hospital privado da capital paulista para aplicar golpes, se aproveitando da pandemia do coronavírus.
A entidade de saúde divulgou que os criminosos ofereciam a aplicação domiciliar de testes de Covid-19 para conseguirem assaltar as residências. O hospital explicou que o grupo teria divulgado um número falso na internet oferecendo, em nome do hospital, a realização de exames residenciais para detectar o coronavírus e que o falso agendamento era feito via whatsapp, e, quando chegavam às residências, os ladrões anunciavam o assalto. A instituição emitiu o alerta após receber relatos da ação dos criminosos.
Preço abusivo e infração sanitária são crimes que permeiam a pandemia
Além da preocupação com a questão da higiene e outras medidas preventivas de combate ao coronavírus e os assaltos a residências envolvendo a pandemia da doença, a população ainda tem que estar atenta a crimes como preço abusivo e infração sanitária. No decorrer desta semana, a Polícia Civil do Rio Grande do Norte (PCRN) divulgou através de postagens em uma rede social oficial da corporação, uma espécie de campanha sobre delitos ligados à pandemia do coronavírus. Uma das publicações alertou que preço abusivo é crime.
A mensagem informava que a prática de preços abusivos na venda de produtos utilizados na prevenção ao Covid-19 se configura como crime contra a economia popular e que deve ser denunciado. A publicação detalhava que a penalidade é de multa e detenção de dois a dez anos. O alerta para com essa situação se deu após várias denúncias de consumidores reclamando do aumento exponencial dos preços de produtos relacionados à prevenção ao coronavírus, como álcool em gel e líquido, luvas e máscaras.
O Procon Natal também frisou que tal prática se demonstra abusiva e infrativa. Outro alerta dado pela Polícia Civil do RN foi sobre a infração de medida sanitária preventiva. A publicação feita pela corporação avisou que é crime infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa, e que a pena é de multa e detenção de um mês a um ano, podendo ser aumentada em um terço se o agente for funcionário da saúde pública ou é profissional da saúde.
A medida refere-se ao decreto estadual que suspendeu aulas presenciais, eventos e demais situações de aglomerações de público, com o fim de diminuir as possibilidades de contágio e transmissão do coronavírus.
Questionamentos da reportagem
Será que essa pandemia do coronavírus também contribuiu para a redução da violência? Ou estariam apenas com a visibilidade de crimes como homicídios sendo ofuscada pela intensa repercussão da doença e seus efeitos?
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