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Postado às 13h45 | 27 Mai 2020 | Fábio Vale/Da Redação Entidades representativas de forças de segurança no RN afirmam que nº de testes rápidos é insuficiente

Crédito da foto: Assessoria Seap/RN Estado anunicou 2;040 testes rápidos de covid-19 para agentes de segurança

Fábio Vale/Da Redação

Depois de contínuas cobranças por parte das entidades representativas das forças de segurança pública do Rio Grande do Norte, o Governo do Estado divulgou nesta terça-feira (26) que irá disponibilizar 2.040 testes rápidos para os profissionais da área. A medida foi anunciada pelo Executivo potiguar na tarde de ontem e material publicado pela Assessoria de Comunicação no site oficial do Governo do RN detalhou a distribuição dos quantitativos de testes, sendo 1.210 para a Polícia Militar; 300 para a Polícia Civil; outros 300 para a Polícia Penal; 130 para o Corpo de Bombeiros Militar; e mais 100 testes para o Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP).

Segundo o Estado, essa distribuição proporcional ao efetivo de cada instituição se deu baseada em dados de outros países, que mostram que 15% dos profissionais de segurança podem ser infectados pelo SARS-CoV-2. O Governo explicou que o teste deverá ser realizado respeitando-se seguintes condições como, o caso do profissional da segurança pública, sintomático após sete dias do início dos sintomas e preferencialmente 72h após a ausência desses.

A reportagem entrou em contato com assessorias de imprensa de entidades representativas de forças de segurança para obter uma posição sobre a disponibilização dos testes rápidos. Tanto o Sindicato dos Policiais Penais do RN (Sindppen-RN) quanto a Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares do RN (ASSPMBMRN) e o Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança (SINPOL) elogiaram a iniciativa, mas, ainda a consideraram insuficiente.

Em áudio repassado pela assessoria após solicitação da reportagem, a presidente do Sindppen-RN, Vilma Batista, disse que até pouco depois das 14 horas de ontem os testes anunciados ainda não tinham chegado. “Já é um início. No entanto, ainda há uma preocupação dos policiais penais, tendo em vista que já temos vários policiais que foram afastados por terem tido contato com infectados”.

Ela lembrou que esses profissionais só poderão retornar ao trabalho após fazerem o teste para comprovar que não contraiu a doença e chamou atenção para o fato de que, dentro dos critérios estabelecidos pelo Governo, os assintomáticos continuarão pagando o teste, incluindo o atestado médico para poder voltar às atividades. Vilma citou que Estados como o do Ceará disponibilizou uma equipe médica para acompanhar todo o efetivo do sistema penitenciário.

“Diante da situação, esse teste é o início, mas, ainda não é o suficiente”, acrescentou a presidente do Sindppen-RN, enfatizando que espera que os Municípios também apoiem as ações, principalmente onde existam unidades prisionais. Ela também cobrou uma solução para o acompanhamento dos policiais penais assintomáticos. “Não é justo pagarem para fazer um teste para voltar à trabalhar”, concluiu.

Associação de militares diz que nº de testes não contempla todo o efetivo

Também por meio de áudio repassado pela assessoria de imprensa após solicitação da reportagem, o subtenente Eliabe Marques, presidente da ASSPMBMR), disse considerar os testes uma medida importante, que vem sendo reivindicada pela entidade desde o começo da pandemia. “É bem vindo estes dois mil testes. Porém, está muito aquém do ideal, do necessário. Por que o ideal seria que todos os profissionais de segurança pública fossem testados”, afirmou.

Ele enfatizou que além do quantitativo de testes ser insuficiente, ainda tem a situação de testar apenas quem está com os sintomas. “E os assintomáticos? Estes não serão testados? Vão continuar, digamos assim, propagando o vírus caso estejam doente?”, questiona, defendendo que para ser seguro todos os profissionais deveriam ser submetidos ao exame. Eliabe lembrou que são 7.500 PMs e 649 Bombeiros; além de mais de 1.300 policiais civis e mais de mil policiais penais.

O subtenente asseverou que a entidade continuará reivindicando medidas adequadas pelo fato das categorias também estarem na linha de frente e falou em “muitos casos confirmados” da doença dentro da corporação. Ele aproveitou ainda para cobrar um repasse regular dos materiais de proteção. “Não existe uma distribuição sistemática em todo o estado de equipamentos como máscaras, álcool. E tem outro agravante: a desinfecção das viaturas e materiais e locais de trabalho”, finalizou.

Para o presidente do Sinpol-RN, Nilton Arruda, o número de testes anunciados pelo Estado ainda não é o ideal, mas, atende a uma demanda inicial. “Temos que atentar também ao tipo de teste. Precisamos testar policiais que estão assintomáticos, só assim temos mais segurança para trabalhar”, afirmou.

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