A audiência com o juiz responsável está prevista para às 09h desta quarta (02)
Passados quase dois anos do crime que vitimou a estudante universitária Zaira dos Santos Cruz, de 22 anos de idade, na região Seridó do Rio Grande do Norte, a família do policial militar preso pelo ocorrido divulgou que apresentará um relatório contestando o laudo pericial produzido pelo Estado na época do caso. A audiência com o juiz responsável está prevista para às 09h desta quarta (02), em Caicó.
Através de material encaminhado por e-mail nesta terça-feira (01), a família do PM Pedro Inácio questiona o laudo pericial produzido na época do crime. Um relatório atribuído ao renomado perito Sami Abder, contratado pela família do policial, afirmaria que as conclusões do documento elaborado pelo perito do Governo do Estado na época do ocorrido seriam baseadas em meras especulações.
O material divulgado ontem pela família do PM lembra que o laudo na ocasião apontava morte por estrangulamento. “Contudo, o referido laudo ‘possui graves insuficiências técnicas e científicas. As conclusões são baseadas em meras especulações’, relata o perito Dr. Sami Abder Rahim Jbara El Jundi em relatório que produziu e que será apresentado em audiência ao juiz do caso”, informa trecho do texto encaminhado por e-mail.
O material detalha que o documento será apresentado hoje no Fórum de Caicó, ao juiz responsável pelo caso; e destaca que todas as inconsistências observadas nos laudos ITEP/RN foram questionadas ao perito responsável, mas, que não teriam tido resposta para a maioria dos quesitos. Os quesitos apresentados tinham como objetivo conhecer de forma aprofundada e técnica os procedimentos realizados para elaboração do laudo, que chegou às equivocadas conclusões. "A falta de respostas que justifiquem estas inconsistências ferem de morte a credibilidade do laudo e sua efetividade como prova para julgamento do caso", avalia a advogada de Pedro Inácio, Andrea Oliveira, acrescentando que o laudo produzido pelo perito do Estado “apresentou vários erros grosseiros, por inabilidade do perito". Ela frisa que o mesmo não teria nem especialidade em Medicina Legal.
A defesa do PM ressalta que ele está preso desde o dia 15 de março do ano passado “por um crime que não cometeu” e que a prisão dele foi embasada no laudo produzido pelo Estado, classificado como ‘infundado’. "A esclarecimentos do assistente técnico da defesa vai mostrar à Justiça todas as inconsistências identificadas no laudo do perito médico...Espero que isso jogue luz e transparência no caso e ajude a esclarecer a morte de Zaira, assim como reparar a injustiça que está sendo feita com Pedro Inácio, que está preso há 598 dias", afirma a advogada Andrea Oliveira.
A família do PM criou um site para o caso intitulado de “A busca de Pedro Inácio por justiça”, onde a alegada inocência dele é defendida. Até o fechamento desta matéria, a reportagem não conseguiu manter contato com a família de Zaira e nem com representantes do ITEP-RN e nem com o perito do Estado citado pela defesa do PM.
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