Por Vanessa Lippelt - Congresso em Foco
"Não estou arrependido, não. Eu faço isso, fiz e faço quantas vezes for preciso." A afirmação em áudio é do comerciante apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Alberan de Freitas Epifânio, acusado de amarrar e espancar o quilombola em situação de rua, Luciano Simplício, no último sábado (11), em plena rua, na cidade de Portalegre , no oeste do Rio Grande do Norte.
Proprietário do Mercadinho Eduarda, na pequena cidade potiguara, Alberan protagoniza um vídeo bárbaro no qual aparece dando chutes nas costas de Luciano, que está com pés e mãos amarrados e chora com o rosto voltado para o chão. É possível ouvir duas mulheres ao fundo conversando e uma delas diz "ele quer linchar". Alberan, em seguida, desfere mais um chute nas costas do homem caído e uma outra mulher pede " não mate, não". O comerciante responde: "Mato, mato ele. O que é meu eu tenho o direito de defender."
Alberan teria espalhado pela cidade, na semana passada, que Luciano seria um bandido e que estava sempre drogado. O quilombola, poir sua vez, teria reagido atirando pedras no comércio de Alberan e insultado o apoiador do presidente Jair Bolsonaro.
Irritado, o comerciante teria, então, amarrado, espancado e arrastado Luciano na rua.
A cena chocante chegou até à governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT-RN) que se manifestou nas suas redes sociais afirmando que o governo estadual não será conivente e "não compactuará com manifestações eivadas de discriminação, intolerância, ódio e abusos de quaisquer naturezas."
"Determinei ao secretário de Segurança, coronel @CoronelAraujoPM, e à delegada-geral da Polícia Civil, dra. Anna Cláudia, a apuração imediata e rigorosa do caso que envolveu um quilombola em Portalegre e que deixou a todos estarrecidos", escreveu a governadora nas suas redes sociais.
Tags: