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Postado às 13h00 | 19 Nov 2021 | redação Majestade administrava '2º escalão' de facção no Ceará: 186 presos

Crédito da foto: Redes sociais/Reprodução 'Majestade' ostentava momentos de lazer nas redes sociais.

Por G1 / CE

Celulares apreendidos a partir da prisão de Valeska Pereira Monteiro, conhecida como "Majestade”, levaram à identificação de todo o segundo escalão de uma facção de origem carioca com atuação no Ceará. A operação Anullare está cumprindo, nesta sexta-feira (19), 358 mandados de prisão e 455 de busca e apreensão em 51 cidades cearenses, incluindo Fortaleza.

"Ela fazia a administração dessas pessoas [membros 2º escalão de facção] que seriam verdadeiros gerentes dessa organização criminosa, principalmente voltada para prática de diversos crimes, como o tráfico de drogas e a prática de homicídios", afirma o policial Klever Farias, diretor titular da Delegacia de Repressão às Organização Criminosas.

Conforme o secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Sandro Caron, até o meio-dia, 186 pessoas haviam sido presas, suspeitas de atuarem como gerentes do tráfico de drogas no Ceará ou propiciarem a realização de homicídios e a expulsão de moradores de suas casas.

Majestade foi presa em agosto quando estava de férias em Gramado, no Rio Grande do Sul. A partir dela, a polícia obteve informações e mapeou todo o segundo escalão da facção. Segundo a Polícia Civil, os principais chefes do grupo criminoso já haviam sido presos em fevereiro deste ano, durante a Operação Guilhotina.

"Trata-se de uma investigação a partir de uma liderança do crime organizado e, como resultado dos materiais apreendidos por ocasião dessa prisão, a Polícia Civil conseguiu identificar todo o segundo escalão de um grupo criminoso oriundo do Rio de Janeiro", explicou o secretário da segurança.

De acordo com Caron, esta foi a maior operação policial cearense desencadeada contra uma única organização criminosa. "Estão sendo levados a prisão os gerentes do crime organizado, que estavam na rua comandando ações de tráfico e a realização de homicídios", completou.

Cada um dos presos, conforme ele, era responsável por controlar pontos de venda em determinadas cidades ou bairros de Fortaleza e tinham total confiança dos chefes da facção, podendo assumir os cargos principais a partir das prisões efetuadas em fevereiro deste ano. "Essa ação é um duro golpe nesse grupo criminoso e vai levar a um enfraquecimento maior", disse.

Férias em Gramado

A captura da Majestade ocorreu em 26 de agosto, durante o cumprimento de um mandado de prisão contra ela. A jovem foi depois levada a Fortaleza (assista, acima, à chegada de Majestade a Fortaleza).

Majestade tem antecedentes criminais por roubo, associação criminosa, crime contra a fé pública e tráfico de drogas. Também é suspeita de fazer o controle financeiro e da distribuição de áreas do tráfico de drogas em Fortaleza e na Região Metropolitana.

Conforme as investigações da Polícia Civil, enquanto os membros e grupos criminosos disputavam territórios, o que resultava em homicídios, a mulher aproveitava as férias no sul do país.

O delegado-geral-adjunto da Polícia Civil do Ceará, Márcio Rodrigo Gutiérrez disse que ela era monitorada desde o final de 2020.

Majestade era considerada foragida desde abril, quando rompeu a tornozeleira eletrônica. Segundo ele, mesmo fora do Ceará Majestade mulher continuava comandando tráfico.

"Identificamos que ela continuava com o seu poder de organização, de deliberação e de decisão. E uma dessas decisões é exatamente essa de distribuição dos territórios para que integrantes do grupo pudessem estabelecer seus comércios de drogas", diz Gutierrez.

Em 2014, Majestade já havia sido presa por liderar uma quadrilha que roubava casas e estabelecimentos comerciais em Fortaleza

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