Por Fábio Vale / repórter do JORNAL DE FATO
“Presente de Natal”! É assim que o agora Policial Rodoviário Federal (PRF), Klinger Targino, definiu a sensação de ver o nome dele na relação dos nomeados, após aprovação em todas as etapas de recente concurso público da instituição, publicada na edição desta quarta-feira (22), do Diário Oficial da União (DOU).
Após a formação, ele utilizou uma rede social pessoal para comemorar a conquista e agradecer aos pais. “Agora sim, oficialmente faço parte da melhor Polícia do Brasil! Ao seu Francisco e Dona Sueli, a vitória é de vocês. À Deus toda honra e glória”, escreveu.
A reportagem conversou com Klinger, por meio de uma rede social, sobre os desafios e conquistas dessa trajetória, que tende, principalmente neste período natalino e de fim de ano, a inspirar a concretização de muitas outras histórias vitoriosas como a desse mais novo PRF de 33 anos de idade, natural do município de Apodi e residente em Mossoró, ambos localizados no interior do Rio Grande do Norte.
Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Klinger Targino contou inicialmente sobre qual foi a sensação presente no dia da formatura como PRF, ocorrida nesta semana no estado de Santa Catarina, onde foi realizado o curso de formação com três meses de duração. “Passou muita coisa na minha cabeça. Eu acho que, principalmente, tudo acontece quando tem que acontecer. Eu já tive muitas frustrações aí de concurso que eu achava que tinha certeza que ia passar e por coisinhas pequenas não deram certo”.
Ele cita casos como o de um concurso de professor que ele foi desclassificado por causa de um documento e menciona também que reprovou em uma seleção para Perito no mesmo ano por conta de um teste físico na corrida, além da eliminação em uma prova subjetiva de um outro certame por centésimo de ponto. “Então pensei que foi isso, foi que tudo acontece no tempo certo. Esse (o concurso da PRF) eu nem me sentia tão preparado e mesmo assim cheguei ao final. Então, tudo tem o tempo certo, hora certa e o que tem que acontecer acontece”.
Novo PRF fala dos desafios e conquistas dessa trajetória
O agora PRF Klinger Targino revela que a reparação para esse concurso da instituição não foi das melhores, mas, faz a ressalva que ele já vinha com uma base de estudos considerável de outros concursos que ele já tinha feito. Ele conta que foram muitos imprevistos, como adoecer por duas vezes, crise na região da lombar, e ainda ter contraído a covid-19 durante os estudos, além de uma suspensão temporária do concurso.
“Então isso aí me desestimulou um pouco nos estudos que fez com que não rendesse tanto. Fui para a prova no dia que iam suspender ainda no domingo de manhã. Acabou que teve a prova e não fiz uma nota tão boa, mas foi o suficiente para passar e estar lá”, detalha Klinger, lembrando que teve que dividir o tempo de estudos com o horário de trabalho como servidor efetivo no Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (DETRAN/RN).
Falando sobre a nomeação como PRF, ele diz também que ‘a ficha ainda não caiu completamente’. “Eu acho que ela vai caindo aos poucos. A cada etapa que a gente vai passando, a ficha vai caindo um pouco. Quando saiu o resultado da prova objetiva foi uma sensação, aí foram vindo as outras etapas, como teste psicológico, de saúde, o físico. A cada etapa dessa foi caindo um pouco a ficha. Quando a gente chegou ao curso de formação e viu que estava ali dentro daquela instituição, com toda a estrutura, a gente foi vendo dia após dia o tamanho e o que a gente estava começando a participar foi caindo também aos poucos. E ainda acho que ainda não caiu totalmente”.
Klinger reforça que a ficha vai caindo aos poucos, principalmente com a concretização das próximas etapas, como ir para a unidade de lotação e tomar a posse do cargo. “Depois vamos até nosso primeiro dia de trabalho, nosso primeiro plantão e tudo isso aí a ficha vai caindo aos poucos”, complementa, pontuando que após tomar a devida posse na PRF pedirá a exoneração do cargo de assistente técnico do setor de Registro de Veículos do Detran/RN.
O novo PRF explica que a posse deve acontecer entre os dias 27 de dezembro deste ano e 10 de janeiro de 2022; e que ele se apresentará na Superintendência em Porto Velho, no estado de Rondônia, onde atuará, a princípio, em atividade interna de caráter mais administrativo, para posteriormente poder ser encaminhado para o trabalho ostensivo. Ele revela também que a parte mais desafiadora dessa nova empreitada será a distância física.
“Eu sou muito apegado à família, aos amigos, e ficar longe de casa realmente vai ser difícil, mas estou indo muito motivado e isso é apenas algo a se vencer também, a saudade de casa e tudo mais. Mas, estou indo feliz, motivado para dar meu melhor lá”, enfatiza Klinger, afirmando que esse foi seu último concurso e que pretende se aposentar na instituição.
“Os três meses no curso de formação foram muito intensos”, lembra novo PRF
“Os três meses no curso de formação foram muito intensos. Era um curso que era previsto para quatro meses e foi feito em três meses. Então foi muito corrido mesmo. Foram muitas aulas e os próprios instrutores reconheciam que esse curso de formação foi um dos mais puxados que já houve”. É assim que o novo PRF Klinger Targino descreve o curso de formação realizado entre os últimos meses de setembro e dezembro, na Academia Nacional da Polícia Rodoviária Federal (UniPRF), uma unidade da Polícia Rodoviária Federal, localizada em Florianópolis, no estado de Santa Catarina, que centraliza a atividade de formação, treinamento e capacitação no ambiente pedagógico da corporação.
“Foi realmente muito intenso. Acho que o que mais define a excursão é a intensidade no que ele foi feito. São muitas informações para gente assimilar. É algo desafiador e muito bom também de se viver. São experiências ali que vão ficar marcadas para o resto da vida. São três meses que eu saí da zona de conforto, da minha rotina, mas que valeram a pena demais. Foi uma experiência incrível mesmo”, descreve Klinger, lembrando que teve que lidar ainda durante essa preparação com problemas físicos, como machucados no joelho, crise de lombar.
“Mas, deu certo. Deus abençoou”, destaca, ressaltando que o curso de formação também ofereceu a oportunidade de se estar em contato com instrutores que são de fato os melhores em suas áreas e também até poder se relacionar com pessoas de outras culturas do país. “Dentro da turma você conhece gente de todo Brasil. Uma hora você está falando com o mineiro, com aquele sotaque, depois está falando com um carioca. É uma convivência muito enriquecedora você conhecer várias pessoas do Brasil, várias culturas e hábitos. É um momento único mesmo”, frisa ele, dando a dica de que a disciplina é o principal fator para quem quer ser PRF ou alcançar a aprovação em qualquer outro concurso público.
“Acho que o principal é disciplina, porque não adianta só motivação, que é aquele fogo de palha que faz você começar a estudar, aí você começa estudando ali no primeiro dia, sei lá cinco, seis horas e depois essa motivação vai passando e suas horas de estudo vão também diminuindo. Então, é a disciplina que faz você ter uma certa estabilidade nos estudos, de manter-se constante”, aconselha, citando o professor e autor William Douglas, especialista em concurso público, que diz que ‘concurso não se faz para passar, mas, até passar’ e ‘a dor é temporária, mas, o cargo é para sempre’.
“Então até passar requer essa disciplina para se manter constante”, enfatiza Klinger, orientando que sendo mais prático com relação à preparação, cada um tem que primeiro achar o seu método, o que se adapta melhor para o aprendizado, quer seja o de videoaula, ou o de estudos por apostilas de PDF, dentre outros. “Com o tempo vai aprender a estudar. No começo, a gente começa meio perdido sem saber como fazer, mas isso aí com o tempo também vai achar seu melhor método de estudos”, finaliza.
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