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Postado às 09h00 | 06 Jul 2017 | Edinaldo Produção de petróleo e gás diminui quase 18% no Rio Grande do Norte

Crédito da foto: Divulgação Produção de petróleo sofre queda na bacia potiguar e não dá sinal de recuperação

A crise na indústria petrolífera do Rio Grande do Norte parece interminável, consequência da falta de investimento da Petrobras nos últimos anos. A retratação atinge a chamada região do petróleo, que compreende, principalmente, a região de Mossoró, provocando enormes distorções na geração de emprego e renda e, por consequência, na economia local e estadual. 

Segundo levantamento feito pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção de petróleo e gás no estado sofreu mais uma queda acentuada entre maio de 2016 e maio de 2017. Conforme dados publicados na edição de 3 de julho do boletim mensal da ANP, o volume extraído do território potiguar em maio último foi de apenas 52.460 barris de óleo equivalente por dia (boe/d). O resultado é 7% inferior àquele extraído no mês anterior (abril/17) e 17,6% menor que os 63.714 boe/d, retirados há um ano, em maio de 2016.

Em outras palavras, é como se toda a produção atual do campo de Canto do Amaro, um dos maiores do país, situado na região de Mossoró, tivesse cessado durante os últimos 12 meses.

O resultado do Rio Grande do Norte contrasta com o desempenho nacional. Em maio deste ano, a produção total de petróleo e gás natural no país foi de aproximadamente 3,312 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Tal volume representa um crescimento de 4% em relação a abril e de 6,3% em 12 meses, quando comparado ao resultado obtido em maio do ano passado

Ainda segundo o boletim mensal da ANP de julho, a produção do pré-sal em maio deste ano, oriunda de 75 poços, foi de 1,572 milhão de boe/d, sendo equivalente a 47,5% de toda a produção nacional.


DESEMPREGO

A crise vem se arrastando desde o final da primeira década de 2000. A Petrobras decidiu recuar os investimentos na bacia potiguar, desativando sondas de perfuração terrestre e direcionando o olhar para outras prioridades longe do Rio Grande do Norte.

Em setembro do ano passado, números da própria estatal estimavam a perfuração de 154 poços no RN, representando uma redução de 60% frente os 350 poços perfurados no ano anterior – 2015. Naquele momento, a estatal de petróleo havia cortado 98,4 bilhões de dólares no pleno de negócios compreendendo o período de 2015-2019. 

Os reflexos têm sido devastadores. Pelo menos, cinco mil postos de trabalho foram eliminados na indústria do petróleo potiguar entre os anos de 2010 e 2017. Várias empresas terceirizadas fecharam e outras se mudaram para outros estados, o que significa que o emprego continuará em baixa na região de Mossoró e na área dos municípios de Guamaré e Macau.

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