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Postado às 10h45 | 14 Fev 2019 | Redação Valmir Alves nega perseguição a servidores do Hospital Tarcísio Maia

Crédito da foto: Marcos Garcia O diretor administrativo esclarece sobre declarações que foram dadas pelo Sindsaúde

Amina Costa/Da Redação

Os servidores da Saúde do Rio Grande do Norte estão em greve desde o dia 5 de fevereiro e realizam, nos principais hospitais do Estado, ações em prol do movimento grevista. Diante das afirmações do Sindicato dos Servidores da Saúde do RN (SINDSAÚDE), regional de Mossoró, sobre perseguições sofridas pela direção do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), o diretor administrativo da unidade buscou a reportagem para esclarecer o caso.

De acordo com Valmir Alves, diretor administrativo do segundo maior hospital do Estado, não houve nenhum fato que, segundo o entendimento da direção do local, tenha caracterizado perseguição aos servidores que estão em greve. Ele informou ainda lamentar sobre o ocorrido e garantiu estar sempre aberto ao diálogo com os servidores que estão em greve.

“Eu lamento, pois, na nossa visão, não é nenhum fato, nenhuma manifestação nossa que caracterize como perseguição ou repressão ao movimento. Até porque numa análise muito fria desse caso da greve na unidade, nós podemos identificar que não há um movimento, uma greve de grandes proporções que comprometa a normalidade do serviço”, disse o diretor administrativo.

Valmir Alves informou ainda que o sindicato montou uma escala de greve sem ter uma conversa prévia com a direção do HRTM, fato que fez que o serviço prestado aos pacientes fosse comprometido. Ele disse ainda que foram identificadas situações em que servidores que estavam tirando o plantão de colegas – ato comum na saúde – não estavam executando suas atividades, participando do ato de greve em revezamento.

“O que ocorreu foi que no sábado (9) pela manhã, nós fomos surpreendidos com uma escala de greve feita de forma unilateral, e a direção do hospital em nenhum momento foi comunicada sobre a escala de greve. Considerando, inclusive, que na semana que foi deflagrada a greve, não havia movimentação de greve no Tarcísio Maia. E no sábado pela manhã começou essa escala de greve sem o conhecimento da direção do hospital, e os enfermeiros de plantão nos trouxeram fatos que estariam comprometendo o atendimento e assistência dos pacientes do pronto-socorro”, comenta.

“Nós fomos até o pronto-socorro e identificamos situações que consideramos não compatíveis com a necessidade do serviço. É comum na Saúde ter funcionários que tiram serviço no lugar de outro e nós identificamos situações como essa no sábado passado, quando uma pessoa que estava tirando o plantão de 24 horas de outro funcionário, ao invés de estar cumprindo o plantão, estava fazendo o revezamento da greve. Isso, na nossa opinião, compromete a assistência ao paciente”, complementou.

O diretor administrativo contou ainda que o ato que foi entendido pelo sindicato como perseguição foi o fato de ter pedido aos servidores que estavam de plantão, mas em sistema de revezamento, para que essa situação fosse colocada no livro de ocorrência, para averiguação futura.

“Pedimos que fosse colocado no livro de ocorrência para posterior análise da direção, respeitando a orientação da governadora e do secretário de Saúde, que é estabelecer um diálogo, mas garantindo os serviços assistenciais, e que em função da greve, esses serviços não sejam ainda mais comprometidos. A intervenção foi essa. Na nossa visão, não houve nenhuma repressão – respeitando a visão do sindicato”, disse Valmir Alves.

 

Direção do HRTM reconhece direito à greve

O diretor administrativo do segundo maior hospital do Estado, o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), Valmir Alves, informou que, embora os servidores da Saúde do Estado estejam em greve, não tem o conhecimento sobre o número de profissionais que aderiram ao movimento na unidade hospitalar.

Isso ocorre porque os serviços prestados na unidade estão ocorrendo normalmente, mesmo após a deflagração do movimento. Mesmo assim, Valmir Alves reconhece a legitimidade do movimento e solicita mais diálogo entre sindicatos e gestão, para que os serviços não fiquem comprometidos. “Quando há uma situação de greve, é preciso que o comando de greve se reúna com a direção do hospital para definir o processo de trabalho, considerando um direito de o servidor fazer greve”, disse.

Ele explica ainda que, mesmo o profissional estando em greve, ele bate o ponto normalmente e tem ainda todos os direitos que os demais profissionais têm, que é de alimentação e horário de descanso.

“Nós respeitamos qualquer manifestação dos servidores e vamos conviver tranquilamente com essa realidade, apostando na conversa, no diálogo, no entendimento, mas demonstrando que o hospital tem que ter governabilidade sobre os serviços, tem que ter condições de poder ordenar os serviços de forma que os pacientes e a população não fiquem sem atendimento no Hospital Tarcísio Maia. Esse é o nosso maior objetivo, que é prestar uma assistência de qualidade, em que o usuário do SUS tenha a certeza de que, chegando aqui, ele será bem atendido”, comentou o diretor administrativo.

 

Valmir Alves esclarece declaração sobre responsabilidade da greve

De acordo com as informações que foram divulgadas pelo Sindicato dos Servidores da Saúde do RN (SINDSAÚDE), regional de Mossoró, o diretor administrativo do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) teria dito aos servidores que, caso a greve continuasse, “alguém teria que pagar por isso, ou os servidores ou o sindicato”.

Diante dessa declaração, Valmir Alves esclareceu que disse isso porque considera que o servidor não tem direito de abandonar o plantão. Ele disse ainda que qualquer ato de greve tem responsabilidades. “Qualquer ato de greve tem responsabilidades, ninguém faz as coisas sem que isso gere algo a ser ajustado. Esse desfecho da greve ou como ela vai seguir é uma pauta para a Secretaria Estadual de Saúde. Quando apontei essa perspectiva de responsabilidade, é porque eu acho que o servidor não tem o direito de abandonar o plantão e ficar por isso mesmo”, explicou.

O diretor administrativo destacou ainda a importância do HRTM para a sociedade, diante do serviço que a unidade presta à região Oeste do estado. “O Hospital Tarcísio Maia, que presta um relevante serviço à comunidade de Mossoró e de toda uma região, não pode conviver com uma pauta diária como se o hospital não oferecesse os serviços que tem obrigação de oferecer. Temos que conviver com as limitações, incluindo os salários atrasados, que a governadora não ignora isso, não é a toa que está buscando recursos extras para isso”, relata.

Valmir Alves comentou ainda sobre o viés político e sindicalista, que foi bastante apontado pelos sindicalistas. O diretor da unidade afirma que em nenhum momento se constrange por estar em uma função de gestão mesmo tendo esse histórico, uma vez que sua origem é de lutas de classes. Mas, como a ele foi delegada a função de gestão, é preciso ter protagonismo social, uma vez que sem isso não existe SUS, que é controle social, é transparência.

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