Deputado Ezequiel Ferreira é o presidente do PSDB do Rio Grande do Norte
COLUNA CÉSAR SANTOS - JORNAL DE FATO
O PSDB se reuniu com o PSD em São Paulo. Na mesa farta, oferecida pelo deputado federal Fábio Faria, sentaram a cúpula do tucanato potiguar, capitaneada pelo presidente da Assembleia Legislativa Ezequiel Ferreira de Souza, e o governador Robinson Faria, pai do anfitrião, devidamente iluminados pelas estrelas nacionais Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo e governadorável, e Gilberto Kassab, ministro e presidente do PSD nacional.
O fato novo da sucessão estadual do Rio Grande do Norte. Alardearam os mais açodados.
Seria, ponderaram os mais sensatos, não fosse o jogo de cena de um dos lados da mesa, ocupada pela turma do bico longo.
O PSDB potiguar não se empolga com o projeto de reeleição do governador Robinson, mas também não fecha portas. O diálogo aberto em São Paulo, com flashes em tempo real para o RN, produziu apenas parte do processo natural de negociações que antecede o período das convenções partidárias quando são definidas candidaturas, alianças e coligações. Não mais do que isso.
O fato é que o tucanato está valorizado e usará isso em mesa de negociação, priorizando a meta a ser alcançada nas eleições deste ano. O partido exige uma das duas vagas ao Senado, com nome predefinido do ex-governador e ex-senador Geraldo Melo; coligação proporcional que viabilize a reeleição de seus oito deputados estaduais; além do compromisso de reeleição de Ezequiel Ferreira na presidência da Assembleia Legislativa.
O governador Robinson, que precisa construir um palanque, não coloca obstáculo para atender a proposta da turma do 45. Mesmo assim, o PSDB resiste antecipar decisão, por entender que o desgaste do governo, com reprovação acima dos 80%, é um risco de palanque. A maioria, dentro do partido, tem simpatia para um palanque de oposição, representado pela candidatura do ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT).
Os deputados Gustavo Fernandes (ex-MDB), Larissa Rosado e Tomba Faria (ex-PSB), que desembarcaram no ninho tucano aproveitando a “janela partidária”, se juntam à voz da oposição liderada, dentro do PSDB, pelo deputado federal Rogério Marinho, acompanhado da deputada estadual Márcia Maia. Esse grupo quer o partido longe de Robinson, e faz abafar o grito daqueles que desejam a companhia do governador, representados pelo deputado José Dias.
O debate vai se prolongar até o final de junho e, para não perder a fama, os tucanos ficarão em cima do muro até lá.
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