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Postado às 16h45 | 26 Out 2018 | Redação Em quase quatro anos, número de homicídios no bairro Belo Horizonte cresceu 1.200%

Crédito da foto: O Câmera/Arquivo De acordo com o OBVIO, até a manhã desta sexta-feira, 26, o BH registrou 39 homicídios

O Observatório da Violência Letal e Intencional do Rio Grande do Norte (OBVIO) traz a atualização dos dados sobre mortes violentas no estado. O destaque negativo fica para o bairro Belo Horizonte. Em quase quatro anos, a localidade viu o número de homicídios cresceu 1.200% entre 2015 e 2018.

De acordo com o instituto, até a manhã desta sexta-feira, 26, o Belo Horizonte registrou 39 homicídios. Em 2015, apenas três mortes violentas haviam sido registradas. Em 2016, o número aumento para 14. No ano passado elevou para 17. O crescimento de CVLI’s entre 2017 e 2018 foi de 129,4%. O bairro saiu de um dos que menos registrava homicídios, quatro anos atrás, para o campeão neste ano.

A reportagem do DE FATO.COM indagou ao Coordenador de Pesquisa do OBVIO Ivênio Hermes o que teria provocado esse aumento de mais de mil por cento no número de homicídios no Belo Horizonte.

“É uma consequência de falta de ações, desde o efetivo policial militar pífio dividido em dois batalhões sobrecarregados pela criminalidade, até a desproporcionalidade entre a alta de crimes e a força investigativa da polícia civil. Belo Horizonte é responsável por 18% da criminalidade homicida no Município de Mossoró, só perde para Santo Antônio e a Zona Rural, e o que esses três têm em comum? A ausência do estado, tanto em ações de segurança pública quanto em políticas públicas para o desenvolvimento local”, pontuou.

Outros quatro bairros da cidade tiveram elevado aumento no número de homicídios nos últimos quatro anos. O Boa Vista teve aumento de 550%. Em seguida aparecem Nova Betânia (300%), Aeroporto (200%), e Alto de São Manoel (166,7%).

Ainda de acordo com Ivênio, a criminalidade cresce em locais vazio de segurança. “Mossoró, nossa segunda cidade no estado, passagem de quem vem do Ceará, recebe uma criminalidade que acha nesses locais vazios de segurança pública, o ambiente perfeito para suas práticas e seus esconderijos. Uma cidade tão importante assim, precisa ter um planejamento estratégico de segurança pública, que envolva as polícias militar, civil, guarda municipal, e as duas polícias federais. O combate ao crime de forma integrada é o que tem melhores chances de sucesso”, enfatiza.

A maior parte dos tipos de CVLIs são os Homicídios Dolosos, cujas macrocausas e microcausas se ligam à questão das execuções arbitrárias e de ações tipificadas no gênero. O mesmo modus operandi se repetem ano a ano, apontando as execuções orquestradas como principal tipo de morte violenta no RN.

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