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Postado às 05h00 | 16 Jun 2019 | Redação Policiais militares e bombeiros vão suspender atividades a partir desta segunda-feira

Criminalidade no Rio Grande do Norte pode ser intensificada nos próximos dias com paralisação anunciada por militares para amanhã. A categoria reclama atraso de salários, defasagem salarial e outras demandas. O governo Fátima Bezerra não negocia

Crédito da foto: Reprodução Policiais militares aprovaram paralisação a partir desta segunda-feira, 17

A segurança pública no Rio Grande do Norte vive momentos de tensão. O setor continua em um quadro considerado preocupante, e a situação pode piorar nos próximos dias, caso realmente seja deflagrada a partir desta segunda-feira (17) a paralisação anunciada pelos policiais e bombeiros militares estaduais.

A interrupção das atividades a partir de amanhã por parte dessa área da segurança pública potiguar foi confirmada nesta semana. Na última terça-feira (11), a Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros Militares do RN (ASSPMBMRN) reafirmou que a suspensão dos serviços estava mantida.

A entidade informou, na ocasião, que a categoria tinha decidido manter a mobilização, após uma reunião com representantes do Governo do Estado. Segundo a Associação, o encontro ocorrido no início desta semana não teve avanço na negociação das demandas reivindicadas, principalmente no tocante à atualização salarial.

A ASSPMBMRN disse que, diante da falta de acordo, a categoria realizou uma assembleia que deliberou por unanimidade pela interrupção das atividades a partir deste dia 17. Nas últimas semanas, a categoria realizou uma série de assembleias por todo o estado que caminhavam para a paralisação.

Ainda de acordo com a Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros Militares do RN, a principal reivindicação da categoria é a atualização salarial e o pagamento das folhas salariais em atraso, além de pagamento das promoções já efetivadas, efetivação das promoções e atualização dos níveis remuneratórios.

Militares estaduais falam em déficit salarial de mais de 60%

Responsáveis pelo policiamento ostensivo, com patrulhamento de rua e atendimento de ocorrências, os policiais e bombeiros militares do Rio Grande do Norte enfrentam um déficit salarial de mais de 60%. A informação é da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros Militares do RN (ASSPMBMRN).

Segundo o presidente da entidade, o subtenente Eliabe Marques, o déficit salarial dos militares atualmente chega a 60,49%. Ele informou nesta semana que a categoria não recebe ao menos a reposição inflacionária há cinco anos.

A ASSPMBMRN afirma que os militares do RN possuem o pior salário inicial da Federação na carreira policial e uma diferença extrema entre as demais forças de segurança. A entidade defende que a tão aclamada redução na violência estadual é resultado do trabalho policial.

“Os índices de violência têm diminuído em todo o RN, vemos isso sendo noticiado pelos institutos de pesquisa, jornais e até mesmo pelo próprio Governo. Esse resultado se dá graças ao sacrifício e abnegação dos militares estaduais, que merecem uma contrapartida do Governo pelo seu bom trabalho”, ressaltou o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros Militares do RN.

Representantes da categoria voltaram a se reunir com o Governo do Estado nesta sexta-feira (14). Mas, até o fechamento desta matéria, não havia informação sobre qualquer suspensão da parada anunciada no decorrer desta semana. Confira na página seguinte matéria completa sobre essa reunião.

Polícia Civil sofre com déficit de efetivo de mais de 70%

Enquanto os policiais e bombeiros militares do Rio Grande do Norte já anunciaram a deflagração de uma paralisação a partir de amanhã, a Polícia Civil do Estado não fala em interromper as atividades, pelo menos, por enquanto. No entanto, a categoria vem reclamando firmemente de um déficit de efetivo na corporação.

Nesta semana, a Associação dos Delegados da Polícia Civil do Rio Grande do Norte (ADEPOL) divulgou que o Estado conta, atualmente, apenas 1.045 agentes e que o ideal seria pelo menos 4 mil, resultando em um déficit de mais de 73%.

A entidade informou também que, quanto aos escrivães, o déficit é de mais de 76%, com a presença de 187 profissionais, ao invés dos 800, que seria o número ideal. Ainda segundo a Adepol, no caso de delegados, deveriam ser 350, ao invés dos atuais 160.

“O último concurso público realizado para reposição de cargos no âmbito da Polícia Civil ocorreu há mais de dez anos, em 2009, mas o processo tramita desde maio de 2015, sem solução”, criticou o presidente interino da Adepol, delegado Cláudio Henrique.

Diante desse cenário, a entidade disse que nesta semana enviou novo ofício ao Governo do Estado, sendo o quarto documento sobre o assunto encaminhado neste ano, cobrando a necessidade de dar celeridade no andamento do concurso público para a corporação.

A cobrança pelo concurso também é uma reivindicação do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança (SINPOL). Na semana passada, a entidade divulgou um material chamando atenção para um alegado baixo efetivo na corporação que, segundo o Sinpol, contribui para menos investigação, impunidade e aumento da criminalidade.

O sindicato marcou uma assembleia para esta terça-feira (18), com o fim de tratar de assuntos como atrasos salariais e mobilizações da categoria, como o Dia Nacional de Protestos nos estados e o Ato Nacional em Brasília. Nesta sexta, a categoria aderiu ao movimento nacional contra a reforma da Previdência e suspendeu atividades que resultaram em delegacias fechadas em todo o estado.

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