O câncer de próstata é o segundo tipo de tumor mais comum em homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa é que sejam registrados mais de 65 mil novos casos da doença por ano no Brasil. No Rio Grande do Norte, a projeção é que sejam 1.570 novos diagnósticos neste ano. Para chamar atenção para os cuidados contra a doença, a Liga Contra o Câncer adere à campanha Novembro Azul e reforça a importância do diagnóstico precoce.
Criado em 2003 na Austrália, o Novembro Azul busca conscientizar sobre a saúde masculina, com ênfase no câncer de próstata. "A importância dessa campanha é chamar atenção para alta incidência da doença e os poucos sinais que ela apresenta nos estágios mais iniciais, quando é potencialmente curável", explica Kallyandre Medeiros, urologista da Liga. Na Liga Contra o Câncer, o câncer de próstata é o mais recorrente entre as neoplasias sólidas e as que atingem o trato urinário.
A recomendação da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), é que homens a partir de 50 anos façam os exames preventivos anualmente. Já entre quem tem histórico de casos na família, essa prevenção deve ser feita a partir dos 45 anos.
"Essa doença não apresenta sintoma até que seja tarde e o diagnóstico precoce é relativamente simples. Usamos a dosagem do PSA, detectada em exame de sangue simples, e o exame físico, que é o toque retal, onde enfrentamos ainda uma maior dificuldade, por ser mais invasivo e haver uma questão cultural", explica Kallyandre Medeiros.
Pacientes com estágios mais avançados da doença podem apresentar dificuldade para urinar, sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga e a presença de sangue na urina. Dores ósseas, principalmente na região das costas, podem ser sinal de que a doença evoluiu e apresenta metástase.
Além dos exames de rotina, o urologista chama atenção para a escolha por um estilo de vida mais saudável para ajudar a reduzir o risco de ter a doença. Ele orienta a diminuição no consumo de alimentos ultraprocessados, embutidos e bebidas alcoólicas, além da prática de atividades físicas.
Pesquisas da Liga ganham destaque internacional
Além de atuar na parte clínica, a Liga Contra o Câncer destaca-se nas pesquisas relacionadas à doença. Duas pesquisas em torno do câncer de próstata desenvolvidas no Centro de Pesquisa Clínica (CPC) da instituição ganharam destaque internacional neste ano. A primeira delas aborda um tratamento com a aplicação de quimioterapia e bloqueio hormonal duplo em pacientes com câncer já em estágio avançado e indicou uma redução de risco de morte de 32% por meio da terapia.
A segunda é sobre um remédio voltado a pacientes com predisposição genética ao câncer de próstata, ou seja, com biomarcadores genéticos específicos para a doença. Caso o paciente apresente marcações genéticas específicas, recebe a medicação para ter o tratamento otimizado. O remédio atua diretamente na destruição das células cancerígenas.
Sobre a Liga
Reconhecida pela democratização do acesso à oncologia de ponta, a Liga é formada atualmente por seis unidades, sendo uma de apoio humanitário: o Centro Avançado de Oncologia (CECAN), Hospital Dr. Luiz Antônio, Policlínica, Hospital de Oncologia do Seridó (em Caicó), o Instituto de Ensino, Pesquisa e Inovação (IEPI) e a Casa de Apoio Irmã Gabriela (unidade de apoio humanitário).
Instituição privada sem fins lucrativos, a Liga realiza por ano quase 1,5 milhão de procedimentos e destina 70% de seu atendimento a pacientes do SUS, como parte de sua missão de levar a melhor assistência oncológica a todos os cidadãos, independente da forma de acesso.
Tags: