O médium está preso no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, suspeito de abusar de mulheres que o procuravam para tratamento espiritual em Abadiânia. Ele nega as acusações. O advogado do médium pede liberdade
A reportagem é da jornalista Vanessa Martins, do G1 de Goiás:
Após instaurar nove inquéritos de abusos sexuais contra João de Deus, a Polícia Civil de Goiás o avalia como uma pessoa perigosa. O médium está preso no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, suspeito de abusar de mulheres que o procuravam para tratamento espiritual em Abadiânia. Ele nega as acusações.
“O homem João de Deus perigoso. Essa é a conclusão da Polícia Civil do estado de Goiás”, disse o delegado Valdemir Branco.
Como integrante da força-tarefa que apura as denúncias contra o médium, o investigador explicou em entrevista ao Fantástico que a avaliação da corporação foi feita com base nos relatos das mulheres que denunciaram abusos.
“Várias vítimas relataram situações de grande gravidade, foram violentadas sexualmente. Nós temos caso aqui que a mãe foi abusada sexualmente, anos depois a filha também foi abusada sexualmente. Então o homem João de Deus, na verdade, é um criminoso”, completou.
O advogado do médium, Alberto Toron, disse que desconhece os depoimentos citados pelo delegado. Ele afirmou ainda que não concorda com as afirmações. “A grande maioria dos casos até agora referidos são antigos e ele [João de Deus] mantinha um comportamento que não corrobora a ideia de periculosidade”, explicou
INVESTIGAÇÕES
A Polícia Civil indiciou o médium por violação sexual mediante fraude referente ao depoimento de uma mulher que disse ter sido abusada em outubro deste ano. O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) deve juntar outros três casos a este para oferecer a primeira denúncia contra ele, que deve ser entregue à Justiça no máximo até domingo (30).
Promotores de Justiça que integram a força-tarefa que apura as acusações contra o médium “ignoraram” o recesso de Natal para atender às vítimas.
Operações da Polícia Civil encontraram R$ 1,6 milhão em espécie, armas, medicamentos e pedras que parecem ser preciosas em endereços ligados a João de Deus. Após essas apreensões, o investigado teve um segundo mandado de prisão deferido, desta vez por posse ilegal de arma de fogo.
A defesa de João de Deus, que sempre negou as acusações de crimes sexuais, criticou a decretação das buscas e da prisão por posse ilegal de arma.
O médium já prestou depoimento à Polícia Civil de Goiás, mas deve ser ouvido novamente pela própria corporação e pelo MP-GO. Os promotores pretendem realizar o interrogatório do médium nesta semana e, em seguida, denunciá-lo.
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