Nove em cada dez empresas de pequeno porte instaladas no Rio Grande do Norte utilizam como modalidade de pagamento nas operações de vendas o Pix, o sistema de pagamento eletrônico instantâneo adotado no país pelo Banco Central desde outubro de 2020. A modalidade já conta com 115,2 milhões de adeptos no Brasil e, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), 91% das micro e pequenas empresas potiguares fazem uso desse meio para receber pagamentos dos clientes na hora da venda.
O levantamento foi realizado entre o fim de novembro e a primeira semana de dezembro do ano passado, chegando a entrevistar 17,4 milhões donos de pequenos negócios, sendo 6.883 somente no Rio Grande do Norte. Pelos dados do estudo, em todo o país, 86% dos pequenos negócios já utilizam essa modalidade de pagamento, quantitativo que é nove pontos percentuais superior ao detectado na edição anterior da pesquisa realizada em agosto, quando 77% dos entrevistados afirmaram ter aderido ao Pix.
A utilização dessa forma de pagamento é maior entre os Microempreendedores Individuais (MEI), justamente pela facilidade que o Pix oferece e também pela agilidade na entrada do dinheiro a um baixo custo em relação ao cartão de crédito ou maquinetas, nas quais as vendas, mesmo quando feitas via débito, o recurso tem um prazo de dias para entrar na conta do empreendedor e a antecipação do recebível acarreta taxas. Com o Pix, o crédito em conta é imediato. Desde que foi criado, já foram realizadas mais de 1,2 bilhão de transações no Brasil que movimentaram R$ 623 bilhões.
Facilidade da operação
Na visão do gerente da Agência Sebrae Grande Natal, Thales Medeiros, o PIX ganhou rápida popularidade como alternativa para compras à vista devido à facilidade da operação. Além disso, reduz os custos com taxas e uso de maquineta, garantindo a disponibilidade do valor da venda imediatamente para o caixa do lojista ou vendedor. "Essa tecnologia deve ganhar ainda mais expressão ao longo de 2022, especialmente pelas novas possibilidades do Pix Saque e Pix Troco. Uma orientação que fazemos é que os empreendedores devem se manter atentos em investir em estratégias que garantam alguma distinção entre a conta de despesas pessoais e a conta do negócio. Essa 'mistura' tem sido, historicamente, um dos maiores gargalos na gestão financeira dos pequenos negócios por ofuscar a percepção de lucro e despesa do empreendedor e do negócio, que são distintos", orienta Thales.
O levantamento do Sebrae e FGV também revela que o uso de plataformas digitais, como sites, aplicativos de mensagens e redes sociais, já atinge 80% dos negócios de pequeno porte do Rio Grande do Norte como canais de vendas. E, de longe, o WhatsApp é mais utilizado pelos empreendedores potiguares. O aplicativo de mensagem serve como ferramenta de vendas para 86% dos donos de pequenos negócios do Rio Grande do Norte que fazem uso de meios digitais, seguido do Instagram (60%) e do Facebook (26%).
Segundo a pesquisa, somente 7% mantém uma loja virtual para divulgar e vender produtos ou serviços. Entre os que responderam a pesquisa, a maior parte atua nas áreas de comércio (44%) e serviços (50%).
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