Por Letícia Marques — Rio de Janeiro
O Flamengo empatou com o Cruzeiro no Maracanã jogando um jogo que parece ter virado rotina: um primeiro tempo regular, com sinais de domínio, mas um segundo tempo com queda de rendimento, sobretudo físico, que faz o resultado positivo escapar.
A verdade é que um apagão no sistema defensivo fez o Flamengo praticamente começar o jogo perdendo. O Cruzeiro trabalhou a bola por todos os setores do campo até cair nos pés de Marlon, que aproveitou o mau posicionamento de Wesley, e marcou um golaço logo aos cinco minutos.
O Rubro-Negro precisou correr atrás do resultado e implementou um ritmo leve para controlar a partida. Terminou os 45 minutos iniciais com 66% de posse de bola e oito finalizações, sendo apenas uma para o gol. Aproveitando os erros de bola do Cruzeiro, seja na saída ou já no meio, o Flamengo recuperou algumas bolsa e criou jogadas, sobretudo pelo lado direito.
O gol, porém, acontece somente aos 33 minutos em uma jogada trabalhada pelo lado direito. Wesley acertou o lance, se livrou do marcador, seguiu para linha de fundo e cruzou para Ayrton Lucas, sozinho, empurrar para o fundo da rede.
Os jogadores do Flamengo pareciam incomodados com o placar e foram rápidos na comemoração, já agilizando o início da partida. A arquibancada seguia o mesmo ritmo, pouco antes do gol era possível ouvir protestos, que foram calados por segundos de comemoração, antes que a música em protesto ecoasse novamente.
No intervalo, tudo igual. O Flamengo volta para o segundo tempo com a mesma formação - lembrando que Léo Pereira saiu para entrada de David Luiz aos 38 do primeiro tempo. Sampaoli mexeu só aos 17, quando Cebolinha entrou no França e o Victor Hugo no Thiago Maia, que saiu muito vaiado pela torcida.
" Sem dúvida o time hoje no segundo tempo teve lapsos de verticalidade, mas no ritmo do Cruzeiro podia ter perdido. Mas no primeiro tempo não, foi todo do Flamengo. Não pôde transformar em vitória tanto domínio, depois se complica", disse Sampaoli em coletiva.
A atuação, porém, passou longe de ser parecida com a do primeiro tempo. Apesar dos números melhores, foram 68% de posse e 14 finalizações - sendo duas no gol -, a intensidade do time diminuiu e a parte física parece ter dado sinais, assim como lembrou Sampaoli em coletiva logo após a partida.
- Para mim o futebol é global, é um todo. Penso que o time quando acelera muito o jogo e não ataca bem, o rival transita muito. No segundo tempo, falhou um pouco o jogo porque hove muitas transições do Cruzeiro, o que não teve no primeiro tempo, o time não sofreu. No segundo tentou ir com muita sede ao pote, mas sem muito critério, o que gerava espaços ao rival. Quando o time joga bem ele se planta no campo rival, troca muitos passes e é muito perigoso, acelera muito os ataques. Se fica em transição complica o time.
Sampaoli também fez questão de lembrar a viagem para o Chile, que fez o time ter apenas um treinamento para enfrentar o Cruzeiro, ou seja, o nível de desgaste era considerado alto para esta partida. O jogo com o Cruzeiro não pôde acontecer no domingo devido a partida do Botafogo.
Mesmo com a queda de rendimento, o Flamengo encerrou a partida com 22 finalizações, mas com apenas duas sendo na direção do gol. Se mostra um time que até arrisca, mas sofre sem a presença dos homens de criação: Arrascaeta e Everton Ribeiro, e não consegue definir o jogo.
Agora, são quatro dias até a próxima partida e Sampaoli tem tempo para recuperar a parte física e encontrar a 'contundência' que tanto procura desde a coletiva de apresentação. O adversário da vez é o Fluminense, aquele que o Flamengo sob o comando do argentino talvez tenha feito a sua melhor partida - mas também sofreu com uma queda de rendimento no segundo tempo.
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