Por Cahê Mota — Barranquilla, Colômbia
Perdeu com justiça, fora o baile. Qualquer análise da partida da seleção brasileira em Barranquilla precisa ir além do resultado. O time de Fernando Diniz foi dominado por uma Colômbia em enfileirou oportunidades e fez por merecer mais do que o 2 a 1 com show de Luiz Diaz.
O início arrasador do quarteto ofensivo brasileiro não passou de ilusão. O gol logo aos três minutos em boa tabela entre Vini e Martinelli foi marcado já na terceira chance de um Brasil que surpreendeu a Colômbia pela mobilidade. A superioridade, no entanto, não durou mais do que 20 minutos.
Foi quando os colombianos ajustaram a marcação no meio com os três volantes em superioridade numérica ao setor que só tinha André e Bruno Guimarães, enquanto Borré, James e Diaz encurtavam espaços na saída de bola brasileira. Como se não bastasse, Diniz perdeu um de seus principais desafogos com Vini lesionado.
Fosse com recuperação no campo de ataque, fosse com bolas esticadas nas costas de Royal e Lodi que muitas vezes ficavam no mano a mano, a Colômbia já merecia, no mínimo, o empate na etapa inicial. Foram 12 finalizações diante de um Brasil que pouco conseguia conectar contragolpes.
Com impressionantes dez finalizações, Luiz Diaz foi o nome do jogo e deu uma canseira em um Emerson Royal exposto. Se na esquerda Martinelli dobrava a marcação com Lodi, na direita Raphinha auxiliava pouco e permitia que o atacante do Liverpool encarasse a defesa brasileira no mano a mano.
É bem verdade que o ímpeto ofensivo colombiano ofereceu espaços para o Brasil matar o jogo em saídas com velocidade na volta do intervalo. Gabriel Magalhães teve papel importante na saída de bola, Bruno Guimarães e Raphinha tiveram boas chances em chutes da entrada da área, mas era o gol colombiano que estava maduro.
Chegar aos 30 do segundo tempo em vantagem era um exagero a favor do Brasil, e bastaram quatro minutos para a Colômbia dar justiça ao placar. Com um cruzamento de cada lado, Diaz marcou duas vezes de cabeça. Merecimento no coletivo, merecimento no individual para o melhor em campo.
O 4-2-4 de Diniz deixou o Brasil exposto e não conseguiu torná-lo ofensivo. Faltou controle de jogo com a bola, faltou agressividade na marcação sem ela. E a Colômbia foi melhor por, no mínimo, 70 minutos em sua primeira vitória sobre a seleção brasileira nas eliminatórias.
Ao todo, foram impressionantes 23 finalizações, 18 dentro da área e 10 na direção do gol. A tal contundência que Diniz tanto pede ao Brasil sobrou para a Colômbia.
Depois da virada, Diniz ainda colocou Pepê de lateral, André de zagueiro com Douglas no meio, e Endrick no ataque. A Seleção esboçou uma pressão, mas não foi suficiente. E não seria justo. A Colômbia mereceu muito mais.
Estatísticas do jogo
Posse de bola: 40% x 60%
Finalizações: 23 x 12
Finalizações dentro da área: 18 x 6
Faltas cometidas: 16 x 12
Passes trocados: 342 x 531
Escanteios: 3 x 7
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