Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024

Postado às 10h00 | 09 Fev 2024 | redação Daniel Alves tem 'poucas chances' de não ser condenado por estupro

Crédito da foto: Reprodução Daniel Alves no banco dos réus

Daniel Alves tem "poucas chances" de não ser condenado por estupro após os três dias do julgamento concluído esta semana em Barcelona. A avaliação é da imprensa europeia, que acompanhou a exposição de provas e depoimentos sobre o caso. O lateral brasileiro foi levado ao banco dos réus após uma acusação de agressão sexual contra uma jovem, numa boate catalã, em dezembro de 2022. Se for considerado culpado, o jogador pode pegar até 12 anos de prisão.

O Le Parisien, por exemplo, apontou a "fragilidade" dos argumentos da equipe jurídica do jogador. "A frágil defesa de Daniel Alves", afirma o título da reportagem do jornal francês. O diário deu destaque para o depoimento do réu, que, aos prantos, reforçou a tese da alta ingestão de álcool naquela noite, negou ter feito sexo sem consentimento e afirmou que só soube das acusações pela imprensa.

Segundo o Le Parisien, ao longo do julgamento, Daniel Alves ouviu "argumentos terríveis" de representantes da vítima "sem se abalar". O britânico The Guardian noticiou que a equipe jurídica da vítima descreveu sentimentos de "angústia e terror" naquela noite, enquanto Alves rebateu as acusações e negou o estupro.

Os jornais espanhóis El País e La Vanguardia destacaram declarações do jogador à Justiça sobre o momento do alegado crime: "Em nenhum momento, ela me pediu para parar" e "Estávamos aproveitando".

O jornal L'Équipe, por sua vez, ressaltou que o atleta mudou ao menos quatro vezes a sua versão sobre o caso e destacou a última delas, em que o réu afirmou estar embriagado — condição que, se for reconhecida como válida pelos juízes, pode levar a uma redução da pena, na hipótese de uma condenação, de acordo com a legislação espanhola.

"Alves estava tão embriagado a ponto de não se lembrar mais dos detalhes de sua relação com a suposta vítima?", pontuou o L'Équipe, da França. O jornal também citou que o jogador descreveu uma relação supostamente consensual, levada a cabo após a vítima "se roçar contra ele" na área VIP da boate.

Veja perguntas e respostas

Após três dias de julgamento no Tribunal de Barcelona, Daniel Alves, acusado de estuprar uma jovem de 23 anos no banheiro de uma boate espanhola, aguarda a sentença final que será proferida pela juíza Isabel Delgado Pérez. Não há prazo para a divulgação. Porém, segundo a imprensa local, a expectativa é que seja anunciada em até duas semanas devido à repercussão do caso.

A defesa pediu a absolvição do jogador, alegando que não há provas concretas de que o sexo não foi consensual. Além disso, usou a tese da embriaguez para indicar que o brasileiro estava com suas funções cognitivas afetadas. Como prova, utilizou o depoimento da mulher de Daniel Alves, Joana Sanz, que disse que o marido chegou em casa bêbado e apagou na cama.

A promotoria pediu a condenação baseado nas imagens e depoimentos de peritos forenses e testemunhas.

Daniel Alves ficará solto até a sentença ser divulgada?

Não. A defesa do jogador pediu a liberdade condicional até que o resultado do julgamento saia, mas o pedido não foi acatado. A promotoria e a advogada da denunciante pediram a permanência da prisão com alegação de que ele poderia fugir para o Brasil, onde não há acordo de extradição.

Se condenado, Daniel Alves ficará preso por quantos anos?

A promotoria pediu 9 anos de prisão, já a advogada de acusação pediu pena máxima de 12 anos. Qualquer que seja a pena, em caso de condenação, o jogador deve ficar preso apenas dois terços do tempo de punição. Ou seja, entre cinco e seis anos. E como pagou multa de atenuante, essa pena pode ser reduzida pela metade.

A defesa do jogador usou como estratégia a tese da embriaguez, que pode servir como atenuante. Neste caso, a pena máxima seria de 8 anos, podendo ter redução.

Se condenado, Daniel Alves terá direito a recorrer da decisão?

Sim, o caso ainda cabe recurso. A defesa do jogador poderá levar o processo para o Tribunal de Apelação, a segunda instância espanhola.

Fonte: O Globo

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