Marcos Santos – Repórter do Jornal de Fato
Não é só o futebol profissional dos clubes que é afetado com o Estádio Nogueirão interditado, como também as categorias de base. O cenário atual permite grande preocupação ao ponto da gestão de Baraúnas e do Potiguar admitir pelo fim temporário das atividades, caso não tenha uma solução para o problema.
Ano passado, o Potiguar pôs em funcionamento as categorias Sub-15, Sub-17 e o Sub-20, e nesta sexta-feira, 23, iniciou as atividades com as duas primeiras divisões. O Baraúnas, que vive um processo de reconstrução do seu futebol de base, pretende trabalhar até com quatro categorias, mas diante do cenário sombrio do Nogueirão, tal plano pode cair por terra.
“O futebol de base provavelmente é o mais afetado com essa nova realidade. O custo para se jogar fora é muito alto, daí para conseguir manter o Sub- 13, 15, 17 e o 20 que, inicialmente era o que queríamos, será muito complicado”, admitiu o presidente do tricolor, Lima Neto.
O vice-presidente do Potiguar, Djalma Freire Júnior, também comentou a situação e afirmou que o Nogueirão fechado atinge frontalmente as categorias de bases.
“Fazer futebol de base já tem uma dificuldade e tendo o custo que o profissional tem, porque basicamente é o mesmo (deslocamento para jogar em outra cidade), fica cada vez mais difícil. Hoje (a situação) passa por uma definição por parte da Prefeitura do que vai ocorrer com o Nogueirão de fato, e daí traçarmos as metas para nos posicionarmos com relação ao assunto. Não é o interesse do clube parar as atividades da base, e sim buscar as ferramentas para que a gente possa mantê-las”, disse ele.
O estádio Leonardo Nogueira é administrado pela Prefeitura e sua interdição por ordem judicial se deve ao descumprimento da Prefeitura por não realizar as obras de acessibilidade. O fechamento do campo ocorreu no dia 7 de fevereiro e três dias depois a marquise do estádio caiu por conta de forte chuva.
AGUARDANDO REUNIÃO
Até a manhã desta sexta, 23, o presidente do Baraúnas aguardava reunião com o prefeito Alysson Bezerra, “para a gente expor mais essa dificuldade para os clubes de Mossoró”.
“A base era algo que nós queríamos realmente, e se dependesse só da gente ela não seria afetada. Agora, necessitamos do apoio do poder público para mitigar esses efeitos”, disse Lima Neto.
O dirigente leonino exaltou a importância de ter essa atividade em funcionamento, considerando o cunho social.
“Tem uma função social. O esporte, o futebol, afasta do mundo das drogas e consegue a formação do caráter, do profissional. Isso tudo vem do berço, e o futebol permite isso, tem a importância na formação do atleta, do cidadão”, disse.
“A base é mais afetada do que o profissional, porque não dispõe de aporte financeiro, e também é menos vista”, concluiu.
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