Sábado, 19 de abril de 2025

Postado às 10h15 | 18 Abr 2025 | redação Flamengo não vai rever política de preços de ingressos em meio a protesto; entenda motivos

Crédito da foto: Reprodução Torcida do Flamengo no Maracanã

Os protestos contra os preços dos ingressos praticados pelo Flamengo nos jogos no Maracanã, encampados por jogadores e pelo técnico Filipe Luis, não farão a diretoria rubro-negra rever a estratégia para maximizar receitas e reduzir custos no estádio em 2025.

Em um ano de ajustes financeiros, a administração do presidente Luiz Eduardo Baptista, que inclusive foi xingado durante a partida contra o Juventude, mantém a convicção de que para investir em uma equipe forte e ainda sonhar com um estádio próprio será preciso pagar mais caro, pois tudo aumentou.

Embora Bap tenha sido procurado e não tenha comentado a repercussão, informações de pessoas próximas dão conta de que houve uma articulação recente de aliados do ex-presidente Rodolfo Landim para que algumas torcidas organizadas fizessem esse tipo de cobrança, que não se repetiu na pequena amostragem de jogos no Maracanã em 2025.

O Flamengo entende que precisa equilibrar a demanda para os jogos de Brasileiro e Libertadores e faz uma precificação variável, com aumento médio entre 20% e 30% em relação ao valor mínimo praticado ano passado para a venda de ingressos do setor Norte, o mais procurado.

O ticket médio ainda está entre os maiores do Brasil. Na primeira rodada do Brasileirão, por exemplo, ficou em R$ 69,19. A gestão Luiz Eduardo Baptista, que assumiu em janeiro, aumentou o preço dos ingressos entre 11% e 50% com relação ao mesmo período de 2024.

O valor do setor Norte subiu de R$ 80 para R$ 100, mas na partida de quarta-feira voltou ao patamar anterior. O menor valor contra o Juventude foi R$ 20, para sócios-torcedores no setor sul, em dia de inauguração do novo plano de sócios do clube.

 

Os custos

Nesse conta, segundo a diretoria, entram os maiores custos no Maracanã em relação a segurança, quadro móvel com ambulância, entre outras despesas variáveis, e maiores conforme o pior aproveitamento dos setores. Tanto que às vezes o Flamengo tem fechado o leste superior e o sul e tirado 10 mil lugares do estádio, pois paga por todos os serviços se a área não estiver cheia como se ela estivesse totalmente preenchida.

No duelo contra o Juventude, a prática se repetiu, e houve 31.445 presentes no jogo, com renda de R$ 2.296.245,00. O Flamengo acredita que a véspera do feriado de Páscoa influenciou na baixa procura, além do apelo ruim do adversário. E que a precificação não é exatamente o problema. No duelo contra o Inter, na estreia do Brasileiro, foram 45.528 pagantes. Já na partida pela Libertadores, a primeira no Maracanã, houve 53.095 pessoas comprando ingressos. O acesso ao estádio é feito só por biometria facial. Não há venda física desde o ano passado. Há quem diga no clube que esse é um dos problemas da baixa procura de setores mais baratos.

Quando há comparação, o Flamengo entende que outra praças praticam preços maiores, sem a lei da gratuidade. E que o clube precisa manter o elenco forte, portanto aumentar suas receitas. Dentro de campo, porém, isso não chega aos jogadores e ao técnico Filipe Luis, que apoiaram o protesto.

— É um assunto que não é meu, é da diretoria. Não tenho nada a ver com isso. É claro que eu e todos os jogadores trabalhamos sempre pelo torcedor. É o que nos move. A única coisa que peço é que a torcida nos apoie. Que o torcedor nos acompanhe. Precisamos muito dele no estádio para poder performar melhor. Os jogadores se motivam muito mais — disse o treinador.

O experiente Danilo também fez coro e disse que o Flamengo "é do povo".

— A torcida do Flamengo é uma questão cultural, excede o Flamengo, excede a cidade do Rio de Janeiro e o Estado. É muito mais legal jogar com o Maracanã cheio, o Flamengo é do povo. Não faço ideia de como, mas espero que nossa diretoria e quem comanda isso possa encontrar um caminho bacana para que o Maracanã possa estar cheio o maior número de vezes possível.

Fonte: O Globo

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