Por Marcos Santos – Jornal de Fato
O empresário do setor da construção civil, Jorge do Rosário, comentou sobre a situação do Estádio Municipal Leonardo Nogueira, o Nogueirão, e criticou a Prefeitura de Mossoró pela demora em resolver uma pauta que se arrasta desde 2021, ano em que o prefeito Allyson Bezerra anunciou oficialmente a municipalização do estádio.
“Penso que o caso do Nogueirão é delicado e urgente, mas não está sendo tratado com a importância e os cuidados que o assunto exige. A Prefeitura realiza reuniões com alguns dirigentes esportivos, promete lançar um edital, seja para permuta ou comodato, mas até agora não apresentou sequer um planejamento mínimo”, criticou Jorge, que representa o Sinduscon Mossoró (Sindicato da Indústria da Construção Civil de Mossoró) junto à Fiern (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte).
A mais recente promessa da gestão municipal, feita em reunião recente, é a publicação de um edital neste mês de maio, com o objetivo de atrair empresas para uma Parceria Público-Privada (PPP) sob regime de comodato. O modelo prevê que o investidor reconstrua o Nogueirão, implante infraestrutura no local e tenha o direito de explorar comercialmente a área por 35 anos, no bairro Nova Betânia. No entanto, como o estádio ainda está sob análise judicial, o processo pode não avançar.
“Com certeza, se isso não for resolvido logo na justiça, é uma questão que afastará investidores em potencial. Em tese, é da natureza do empresário ter sempre um pé atrás em negociar com poder público”, comentou Jorge.
A ação judicial mencionada foi movida no ano passado pela antiga gestora do estádio, a Liga Desportiva Mossoroense (LDM), e tramita na 1ª Vara da Fazenda Pública. A LDM alega, com base em provas apresentadas, que houve diversas irregularidades e fraudes no processo de reversão do terreno do Nogueirão para o controle da Prefeitura, o que culminou na municipalização em 2021. Com isso, a entidade pede a retomada da administração do estádio.
Como ex-presidente do Potiguar e entusiasta do esporte, Jorge do Rosário espera uma solução em breve.
“Desejo demais que encontremos uma solução o mais breve possível. Além de ser desportista, defendo que o futebol é a maior e a mais popular manifestação cultural de qualquer cidade. Já é uma razão que justifica qualquer esforço”, disse ele.
“É vexatória essa situação do Nogueirão, que vem de longe, mas que precisa ser resolvida, porque Mossoró precisa, pode e merece”.
Mesmo que o projeto de reconstrução avance, Jorge também demonstrou preocupação com os clubes locais: Potiguar, Baraúnas e Mossoró EC.
“Existe ainda uma questão prática: onde os clubes de Mossoró jogarão enquanto o novo estádio não for construído? Mesmo sendo otimista, considerando que tudo corra bem, ainda teremos, no mínimo, dois anos sem estádio”, concluiu.
Tags: