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Postado às 17h36 | 17 Ago 2016 | Cesar Santos Medalhista de ouro Robson Conceição: 'Se não fosse o boxe talvez não estivesse vivo'

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Globoesporte

Poucas horas depois de sair do Riocentro com a medalha de ouro no peito, Robson Conceição concedeu uma coletiva de imprensa no Espaço Time Brasil, na manhã desta quarta-feira, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O lutador, que tornou-se o primeiro brasileiro campeão olímpico de boxe ao bater o francês Sofiane Oumiha pelo peso-leve (até 60kg), foi aplaudido em sua chegada. Robson revelou sua gratidão à nobre arte ao dizer que, sem o esporte, talvez não estivesse vivo, afinal, era conhecido pelas brigas de rua no bairro de Boa Vista de São Caetano, em Salvador.

Robson Conceição, pugilista do Brasil (Foto: Reprodução SporTV)
 
Robson Conceição, pugilista do Brasil (Foto: Reprodução SporTV)

- Se não fosse o boxe, acho que talvez não estivesse vivo pelo fato da violência, são muitas mortes em Salvador, e pelo fato de que brigava muito na rua. Hoje em dia ninguém mais quer brigar na rua, quer ficar tomando soco na cara. Se não fosse o boxe, talvez fosse uma história diferente. Muita gente fala que o boxe é violento, mas não é. Eu era violento antes de conhecer o boxe - afirmou, lembrando que ele, assim como Rafaela Silva, que conquistou o ouro no judô, são oriundos de projetos sociais para jovens de comunidades carentes.

Robson se posicionou contra a redução da maioridade penal, quando questionado sobre o tema.

- Assim como a Rafaela, vim de comunidade humilde, em projetos sociais, então não acho justo punir crianças. Acho que deveria ser totalmente diferente, deveriam investir mais nos projetos sociais e fazer as crianças e adolescentes praticarem esportes.

E Robson tem o plano de formar novos "Robsons". O campeão pretende criar o seu projeto social em Boa Vista de São Caetano, na capital baiana, para garimpar novos talentos do boxe, mas espera conseguir a ajuda do Governo e de empresas privadas.

- Vai ser no meu bairro, o Team Conceição. É o projeto social que eu quero. Vamos ver se as empresas e o Governo da Bahia me ajudam a criar este projeto social para que eu possa mudar a vida das crianças e dos talentos de Salvador, porque temos muitos talentos para o boxe.

Quando o superintendente executivo de esportes do COB, Marcus Vinicius Freire, chegou, disse que Robson poderia assistir o esporte que ele quisesse hoje, já que amanhã o baiano viaja para Salvador. E o campeão olímpico pediu para ver Brasil x Argentina pelas quartas de final do vôlei masculino

Transição para o profissional
Desde que deixou o ringue do Pavilhão 6 como campeão olímpico, Robson Conceição recebeu uma enxurrada de perguntas sobre o seu futuro, especificamente sobre tornar-se pugilista profissional. Em todas as respostas, disse que primeiro iria descansar e depois conversaria com a Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) e com seu treinador Luiz Dórea para definir, mas revelou a sua vontade.

- Agora é descansar e em seguida conversar com os técnicos e a confederação para decidirmos juntos. Minha vontade é de ir para o profissional - concluiu.

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