Luís André e Emerson tiveram passagem rápida pelo time em 2013
Marcos Santos/Da Redação
Entre ações trabalhistas e tributárias já em fase de execução e outros processos cíveis, o Potiguar deve a quantia de R$ 1.225.000,00. O levantamento feito pelo escritório de contabilidade Compliance, contratada pelo clube, foi divulgado durante uma live no Instagram do Potiguar realizada no meio de semana, que teve objetivo de mostrar ao torcedor e a imprensa a real situação financeira, algo que era evitado por gestões antigas.
Mais da metade dessa dívida é com a União, ou seja, o clube não recolhe os impostos há anos, com registros verificados desde 1999. O total do débito é de R$ 605.000,00.
O restante da dívida é referente as ações trabalhistas e processos cíveis. São cinco débitos trabalhistas de jogadores (Luís André, Emerson, Wallace Ferreira e Matheus) e uma ex-funcionária (Edina Maria, cozinheira), sendo que três deles já transitados em julgado, ou seja, não há mais como recorrê-los, e dois processos cíveis movidos pela Companhia Energética do Rio Grande do Norte (COSERN) também em fase de execução. Esses da Cosern são relacionadas à conta de luz do prédio da Associação Cultural e Desportiva Potiguar (ACDP), onde funcionava o restaurante “Barriga Cheia”. (veja o quadro abaixo)
“Com relação ao débito com a Cosern, não há mais o que ser feito. O clube ainda tentou judicialmente que a responsabilidade fosse também da empresa gestora do ‘Barriga Cheia’, mas já era tarde. O processo já havia transitado em julgado. Não há outra alternativa, senão pagar o valor, infelizmente”, disse o vice-presidente do Potiguar, o advogado Williams Segundo.
O dirigente admitiu ter se “assustado” após saber da dívida ativa tributária e do trabalhista, e processos cíveis do clube, uma “herança” deixada pelas administrações antigas. “De fato tivemos essa surpresa de um passivo muito alto, não imaginávamos. São valores altos e que assustam, mas vamos fazer o possível para buscar a liquidez”, comentou.
Da divida trabalhista, o clube recorreu de duas as quais poderiam assim fazê-las, e acredita que um acordo poderá será feito com os jogadores Wallace Ferreira e Matheus Jefferson, que acionaram o clube na Justiça na temporada passada. “Já conversamos com Wallace, que retornou ao clube agora pouco, e há um sinal positivo para acordo, da mesma forma com o zagueiro Matheus”, informou Williams.
TRABALHO MINUCIOSO
Como são dividas desde 1999, o levantamento não foi fácil. Rendeu pesquisas e dias de muito trabalho.
“Requereu um certo trabalho porque são débitos muito antigos. Tivemos que ir em cada repartição tributária, fazer pesquisas junto a Receita Federal, a procuradoria da União, levantar todo esse passivo tributário e trabalhista, analisar um por um e ver quais as medidas e caminhos que iremos traçar. Então foi um processo um pouco árduo, mas se Deus quiser será muito gratificante porque iremos lograr êxito no final”, contou Nicácio Filgueira, do escritório de contabilidade Compliance.
ORGANIZAÇÃO E TRANSPARÊNCIA
A exposição feita em rede social, de acordo com Williams Segundo, faz parte de um dos objetivos da nova gestão do Potiguar, que é organizar e buscar soluções para sanar os débitos e ser transparente com o torcedor sobre as situações internas do clube.
“|Apresentamos esse levantamento para que o torcedor e a imprensa tenham noção da real situação, algo que não era feito, e estamos trabalhando para resgatar a imagem de um clube. Por isso, decidimos nos expor aqui”, disse.
CONFIRA A DIVIDA TRABALHISTA:
Luís André (ex-jogador em 2013) – R$ 126.279,00 (menos R$ 13.585 já pagos)
Edina Maria (ex-funcionária) – R$ 21.465,00
Emerson (ex-jogador em 2013) – R$ 131.661,00
OBS: Essas três ações transitados em julgado, ou seja, não há mais como recorrê-las
Wallace Ferreira (ação de 2020) – R$ 44.308,00
Matheus Jefferson (ação de 2020) – R$ 45.000,00
OBS: Essas duas, clube recorreu e pode negociar com os atletas
DIVIDA TRIBUTÁRIA
R$ 605.000,00 (Impostos com a União)
DÍVIDA CÍVEL
2 processos movidos pela Cosern
- R$ 95.978,00 (conta de luz da ACDP)
- R$ 652,94
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