Por Marcos Santos / Repórter do JORNAL DE FATO
O peso de vir patinando na Série D ao longo dos últimos quatro anos está pesando nos ombros do elenco americano, que neste sábado, 16, terá a oportunidade de passar a borracha na série de insucessos e iniciar uma nova trajetória dentro do futebol nacional. A meta do grupo é esquecer todos os problemas extracampo e se concentrar apenas na decisão, contra o Campinense, no estádio Amigão, em Campina Grande. A partida tem o início previsto para as 17h30 e quem vencer no tempo regulamentar ou nas cobranças de pênaltis, caso persista o empate, vai garantir a vaga na Série C do próximo ano.
Como ficou de fora da final do Campeonato Potiguar, a única alternativa para o América garantir presença no Brasileiro de 2022 com as suas próprias forças é vencendo essa partida. Caso contrário, o clube vai depender do acesso do ABC para ter pelo menos a garantia, via Estadual, de disputar a Série D no próximo ano. Mas essa é uma questão que sequer é ventilada dentro do alvirrubro, ciente da dívida acumulada com os seus torcedores ao longo dos últimos anos.
"Foco é total nessa partida, que realmente é uma decisão para o América. Nós jogadores temos apenas um objetivo na cabeça: que é o acesso. Nós trabalhamos muito forte nessa semana para alcançar a meta traçada no início da temporada", salientou o atacante Weslley Smith que estará novamente à disposição do treinador Renatinho, após cumprir suspensão automática pelo terceiro cartão amarelo no primeiro confronto contra os paraibanos.
O jogador garante que a expectativa, comum antes de confrontos decisivos, não alterou o ambiente entre os atletas, nem a espécie de operação de “guerra” montada pela direção americana como prevenção a possíveis retaliações da torcida adversária, devido ao incidente registrado com a delegação rubro-negra, em Natal, no sábado passado.
"O clima dentro do clube está perfeito, como vem sendo ao longo da disputa, o ambiente está bem alegre, mas isso também não vem impedindo que alguém perca o foco na responsabilidade que teremos. Todos estão cientes do que devem fazer nessa partida de volta, em Campina Grande", disse Smith.
Todo o trabalho desenvolvido pela diretoria é com a finalidade de não deixar que pressões externas afetem a produção dos atletas dentro de campo. Por isso, o presidente Ricardo Valério resolveu pedir auxílio às forças de segurança paraibanas, no sentido de aumentar o efetivo policial durante a estada da delegação em Campina Grande. Além disso, a delegação viajou com reforço na segurança particular, com a ideia fixa de criar uma bolha de segurança em torno do elenco.
“A direção está fazendo a parte que cabe a ela, que é garantir a segurança de todo o elenco. Além disso, como se trata da partida mais importante da temporada para o América, passamos a semana dentro do CT buscando conversar pessoalmente com cada jogador, reforçando a importância do momento para o clube e procurando passar a tranquilidade necessária para cada um deles. Só na questão de segurança, os nossos gastos adicionais nessa viagem para Campina Grande chegaram a R$ 5 mil. O nosso time tem de se preocupar apenas com o que terão de fazer dentro de campo, onde as coisas continuam muito equilibradas e o América tem boas chances de classificação”, ressaltou Ricardo Valério.
O episódio estopim para geração desse clima de guerra foi amplamente divulgado no Brasil. Na Paraíba, a Nota oficial emitida pelo Rubro-Negro diz o seguinte: “O Campinense vem por meio desta repudiar a agressão sofrida pelo elenco rubro-negro, na noite desse sábado (9), por integrantes de uma torcida organizada do América-RN. Após a partida, o elenco retornou para o hotel onde estava hospedado, onde iria jantar e retornar ao ônibus para voltar para Campina Grande. Na saída para o ônibus, nossos jogadores foram surpreendidos com o ônibus apedrejado e alguns membros de uma organizada da equipe potiguar com pedras e garrafas de vidro nas mãos, para agredir nossa delegação”.
Entidades nacionais também emitiram nota sobre os atos registrados em Natal. A Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (FENAPAF) manifestou “irrestrita solidariedade à delegação” do Campinense, reforçando que “causa asco e incredulidade as absurdas agressões desferidas por marginais que de nada tem de torcedores”, citou a nota.
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