Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) acabam de sair com resultados sobre características gerais dos moradores e dos domicílios do Rio Grande do Norte em 2022. Segundo a pesquisa, a distribuição da população residente no estado, por grupos etários, mostrou uma queda da proporção de pessoas abaixo de 30 anos de idade, acompanhando uma tendência nacional.
Entre 2012 e 2022, observa-se o alargamento do topo e o estreitamento da base da estrutura etária da população residente no Rio Grande do Norte, evidenciando a tendência de envelhecimento da população. A população masculina apresentou padrão mais jovem que a feminina.
Entre 2012 e 2022, a população que se autodeclarava como de cor ou raça branca no RN apresentou uma redução de 3,8% na participação da população total. O mesmo ocorreu com as autodeclaradas pardas que tiveram uma menor participação na população em 2022, se comparado a 2012. Já as pessoas que se declaravam como de cor ou raça preta tiverem em 2022 maior participação na população do Rio Grande do Norte do que no início do período analisado. Esse aumento da participação das pessoas de cor ou raça preta no estado potiguar acompanha os resultados da região Nordeste, que, entre as grandes regiões do país, foi a que apresentou a maior expansão de autodeclarados pretos no país, saindo de 8,7% para 13,4% do total da população.
Em relação ao percentual de domicílios e seu número de moradores, a pesquisa revelou um aumento de 3,7 pontos percentuais (p.p.) dos domicílios potiguares que tinham apenas um morador e de 0,4 p.p. naqueles com dois moradores. Domicílios com três, quatro, cinco, seis ou mais moradores apresentaram queda, sendo a mais intensa percebida nos domicílios com quatro moradores que caiu de 21,1% em 2019 para 18,5% em 2022.
Condição de Ocupação dos Domicílios no RN: cresce o número de domicílios alugados
Entre 2016 e 2022, observou-se uma contínua redução do percentual de domicílios próprios já pagos e aumento da proporção de domicílios alugados. Essa queda de participação no total de domicílios, alterou o contingente de domicílios próprios (já pagos + ainda pagando) que caiu de 75,9% em 2016 para 70,1% em 2022. Por outro lado, o percentual de domicílios alugados subiu 5 p.p. em 2022 em relação a 2016, sendo essa a condição de ocupação de 21,7% dos domicílios potiguares no ano de 2022. O aumento de domicílios alugados foi uma tendência observada em todas as Grandes Regiões do país.
Rio Grande do Norte sobe dez posições no ranking de estados que têm a rede geral como o principal meio de abastecimento de água dos domicílios
Ao longo do período de 2016 a 2022, houve uma expansão de 4,9 p.p. na quantidade de domicílios que possuíam a rede geral como o principal meio de abastecimento de água no Rio Grande do Norte. Além disso, houve uma queda de 5,2 p.p. em outras fontes de abastecimento de água que incluíam, por exemplo, água da chuva armazenada em cisternas, tanques, água de rio, açudes ou caminhão-pipa.
Entre os estados que têm o maior percentual de domicílios com a rede geral como principal forma de abastecimento de água, o Rio Grande do Norte aparece em quarto lugar no ranking nacional de 2022, com 89,5% de seus domicílios ligados à rede geral de distribuição. Em 2016, o estado potiguar era o 15º neste ranking.
A pesquisa mostrou também que 97,1% dos domicílios urbanos e 54% dos domicílios rurais do Rio Grande do Norte em 2022 tinham como principal forma de abastecimento de água a rede geral. Em 2016 estes números foram de 94% e 50,5%, respectivamente.
Por outro lado, apenas 66,2% dos domicílios potiguares contavam com disponibilidade diária de água na rede geral de distribuição e 16,7% com água apenas de um a três dias na semana. Os 14,3% restantes foram de domicílios que tinham disponibilidade de água de quatro a seis dias na semana. Se comparada à área urbana, a zona rural teve um percentual maior de menos dias de disponibilidade de água na rede geral de distribuição. No ranking nacional de maior disponibilidade diária de água na rede geral, o RN figura em 25º lugar. Já na disponibilidade de um a três dias, o RN fica em 3º lugar entre os estados brasileiros e em 4º na disponibilidade de água entre quatro e seis dias.
Em três anos, o uso de fossas sépticas não ligadas à rede de esgoto no RN mais do que dobra
Quanto ao tipo de esgotamento sanitário presente nos domicílios do RN, o acesso à rede geral ou fossa séptica ligada à rede de esgoto aumentou de 25,9% em 2019 para 35,8% em 2022. Por outro lado, o uso de fossa séptica não ligada à rede subiu 23,7 p.p., indo de 19,9% em 2019 para 40,6% em 2022. Já para outros tipos de esgotamento, que podem ser desde a fossa rudimentar até o despejo em valas, rios, lagos ou o mar, houve uma queda de 30,7 p.p.
A pesquisa mostrou ainda que 42,5% dos domicílios urbanos e 50,3% dos domicílios rurais do Rio Grande do Norte tinham o esgotamento escoado por meio de uma rede geral ou fossa ligada à rede de esgotos. A zona rural se destaca pelo alto percentual de domicílios que escoam dejetos por meio de outros tipos de esgotamento, chegando em 2022 a 45,2% desses domicílios.
Cai o percentual de domicílios potiguares atendidos por serviços de coleta de lixo direta
Em 2022, no Rio Grande do Norte, 87,6% do lixo era coletado diretamente por serviço de limpeza, 8,8% eram queimados e o restante ou foi coletado em caçamba de serviço de limpeza ou foi dado outro destino. Na área urbana do estado potiguar predomina a coleta diretamente por serviço de limpeza (97,7%), enquanto na área rural predominam a queima do lixo (49,7%) e a coleta direta por serviços de limpeza (40,5%). Os resultados acompanham o verificado em todo país, em que a queima, em propriedades, rurais é o principal destino dado ao lixo (51,2%).
Entre 2016 e 2022, houve uma retração no percentual de domicílios rurais atendidos pela coleta direta do lixo, o que significou uma queda de 6,2 p.p. na quantidade de unidades domiciliares atendidas, além de um aumento de 3,2 p.p. na queima do lixo. Os domicílios que deram outro destino ao lixo são aqueles em que os moradores podem ter enterrado no terreno ou na propriedade onde se localiza o domicílio, ou jogado em terreno baldio, rua, encosta ou área pública.
Sobre a pesquisa
A PNAD Contínua é feita por amostras em que um mesmo domicílio é visitado uma vez por trimestre, durante cinco trimestres. Ela abrange as seguintes características dos moradores: população residente; sexo; idade; cor ou raça; condição no domicílio; relações de parentesco ou convivência com o responsável pelo domicílio, em que se definem os arranjos domiciliares (espécies das unidades domésticas). Quanto às características dos domicílios, a pesquisa abrange os seguintes indicadores: tipo de domicílio; condição de ocupação no domicílio; material predominante nas paredes, pisos e telhados; abastecimento de água; presença de banheiro e esgotamento sanitário no domicílio; destino do lixo; energia elétrica; e posse de bens.
Para o cálculo dos indicadores de características gerais dos moradores, foram considerados os dados acumulados de primeiras entrevistas realizadas de 2012 a 2019 e em 2022 e dados acumulados de quintas entrevistas de 2020 e 2021. Os resultados apresentados incorporam a reponderação da PNAD Contínua ocorrida em 2021, a qual considera os totais populacionais por sexo e grupos etários estimados para o Brasil, segundo os dados das Projeções da População do Brasil e Unidades da Federação, Revisão 2018, também calculadas pelo IBGE. Ressalta-se que as estimativas de população projetadas pelo IBGE para o ano de 2022, revisadas em 2018, antecedem os resultados do Censo Demográfico 2022, os quais serão fundamentais para a atualização das projeções.
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