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Postado às 18h30 | 21 Ago 2023 | Redação Mulheres dedicaram 13h a mais por semana em afazeres e cuidados do que os homens

Os dados são do tema Outras Formas de Trabalho, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua 2022

Crédito da foto: Bel Corção/Brasil com S Em 2022, 2,5 milhões de pessoas com 14 anos ou mais de idade no RN realizaram afazeres domésticos no

Em 2022, a população do estado potiguar com 14 anos ou mais de idade dedicava, em média, 18,3 horas semanais aos afazeres domésticos ou ao cuidado de pessoas, sendo 24,1 horas semanais para as mulheres e 11,1 horas para os homens. De 2016 para 2022, essa diferença entre as médias masculina e feminina aumentou de 12,4 para 13 horas semanais. Os dados são do tema Outras Formas de Trabalho, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua 2022, que levantou informações sobre cuidado de pessoas, afazeres domésticos, produção para o próprio consumo e trabalho voluntário.

Em 2022, 2,5 milhões de pessoas com 14 anos ou mais de idade no RN realizaram afazeres domésticos no próprio domicílio ou em domicílio de parente, o equivalente a 84,5% da população, acima da taxa estimada em 2019 (76,1%). Enquanto 91,4% das mulheres realizaram alguma atividade relacionada a afazeres domésticos, essa proporção foi de 77,2% entre os homens em 2022. Em 2019, esses percentuais eram 76,1% (total), 88,6% (mulheres) e 62,6% (homens).

Devido à pandemia da COVID-19, o tema Outras Formas de Trabalho não foi investigado em 2020 e 2021. Os resultados incorporam a reponderação da PNAD Contínua ocorrida em 2021, que considerou as projeções populacionais por sexo e grupos etários baseadas no Censo Demográfico 2010.

Homens do Nordeste têm, em média, a menor participação nos afazeres domésticos no próprio domicílio, enquanto mulheres potiguares têm participação acima da média nacional

O Nordeste tinha as menores taxas de realização de afazeres domésticos no próprio domicílio, para o total (81,1%), para os homens (71,6%) e para as mulheres (89,7%), comparando-se com a média das demais regiões. No entanto, a taxa de realização de afazeres domésticos no próprio domicílio para as mulheres do RN foi a maior do Nordeste (91,4%) e acima da média nacional (91,2%). Já os homens do RN têm a maior participação nos afazeres domésticos no próprio domicílio dentre os homens do Nordeste (77,1%), mas ainda abaixo da média nacional masculina (79,2%) e muito aquém da média feminina.

A região também apresentou a maior diferença entre as taxas de realização de afazeres domésticos por sexo (18,1 pontos percentuais a mais para as mulheres), com os estados do Nordeste ocupando nove das dez maiores diferenças entre as taxas.

Diferença entre as taxas de realização de afazeres domésticos por sexo, para os dez estados com as maiores diferenças entre os sexos (em ponto percentual).

No RN, mulheres pardas são as que mais realizam afazeres domésticos no próprio domicílio ou em domicílio de parente, seguidas pelas mulheres pretas

As taxas de realização de afazeres domésticos, no estado potiguar, pelas mulheres brancas (89,2%), pretas (92,5%) ou pardas (92,8%) são sempre mais altas que a dos homens dos mesmos grupos de cor ou raça (79,0%, 72,9% e 76,5%, respectivamente). Regionalmente (91,3%) e nacionalmente (92,7%), contudo, as mulheres pretas são as que mais realizam afazeres domésticos no próprio domicílio ou em domicílio de parente, seguidas pelas mulheres pardas.

Quanto aos jovens potiguares de 14 a 24 anos, estes realizam menos afazeres domésticos que as demais faixas etárias, com uma taxa de 75,9%, abaixo da média nacional de 77,6%, mas acima da média regional (72,6%). Esse percentual chega a 90%, entre os adultos potiguares de 25 a 49 anos, acima das médias nacional (89,3%) e regional (86%). No RN, a menor taxa de realização ocorreu entre os homens de 14 a 24 anos (65,1%), e a maior, entre as mulheres de 25 a 49 anos (96,9%).

Homens mais instruídos participam mais dos afazeres domésticos

A realização de afazeres domésticos é mais alta entre homens com curso superior completo (86%) e menor entre aqueles sem instrução ou com o ensino fundamental incompleto (70,1%).

Em 2022, no RN, a taxa de realização de afazeres domésticos foi de 78,3% entre as pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto e 90,6% entre aquelas com superior completo, uma diferença de 12,3 p.p. Entre os homens, a diferença é ainda maior: 15,9 p.p., enquanto entre as mulheres essa diferença foi de 6,3 p.p.

Pequenos reparos é a única atividade em que os homens predominam

Entre 2019 e 2022, houve maior crescimento no percentual de potiguares que realizaram os seguintes afazeres domésticos no próprio domicílio: fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, do automóvel, de eletrodomésticos ou outros equipamentos, crescimento de 6,7 p.p.; cuidar da organização do domicílio (pagar contas, contratar serviços, orientar empregados, etc.), crescimento de 4,0 p.p.); e cuidar dos animais domésticos, crescimento de 2,7 p.p. Houve, no entanto, decréscimo no percentual de pessoas realizando as seguintes atividades: preparar ou servir alimentos, arrumar a mesa ou lavar louça (-3,8 p.p.) e cuidar da limpeza ou manutenção de roupas e sapatos (-1,3 p.p.).

Em 2022, as atividades ligadas a preparar ou servir alimentos, arrumar a mesa ou lavar a louça; cuidar da limpeza ou manutenção de roupas e sapatos; e limpar ou arrumar o domicílio, a garagem, o quintal ou o jardim ainda estavam concentradas nas mulheres. Já nos pequenos reparos ou na manutenção do domicílio, do automóvel de eletrodomésticos ou outros equipamentos, os homens (53%) tinham maior percentual de realização que as mulheres (25%), única atividade em que há maior participação masculina do que feminina.

Cuidado de pessoas cresce no RN, apesar de ter recuado no Brasil e no Nordeste

Em 2022, 958 mil potiguares de 14 anos ou mais de idade realizaram cuidado de moradores do domicílio ou de parentes não moradores, o que representa 32,7% do total da população do estado. Esse valor está 0,8 p.p. (mais 61 mil pessoas) acima do percentual de 2019 (31,9%), contrariamente ao observado na região Nordeste e no Brasil, em que houve redução de 2,9 p.p. e 4 p.p. respectivamente. Observa-se que o crescimento no percentual de pessoas que realizaram cuidado de moradores do domicílio ou de parentes não moradores no RN foi puxado pelos homens, com a taxa deles passando de 22,9% em 2019 para 25,1% em 2022, mas ainda aquém do percentual feminino que caiu levemente de 40,3% para 39,8%.

No RN, as pessoas pretas (28,2%) e pardas (32,8%) potiguares têm taxas de realização de cuidado de moradores do domicílio ou de parentes menores que as taxas  para pessoas brancas  (33,6%). Contudo, ao se analisar o recorte de cor, raça e gênero, percebe-se que as mulheres pardas do RN têm a maior taxa de realização de cuidado (41,5%), seguidas pelas brancas (38%) e pretas (37%). Entre os homens, 28,5% dos homens brancos realizaram tal cuidado, seguidos pelos homens pardos (23,7%) e pretos (19,6%).

Afazeres domésticos e cuidado de moradores demandam, somados, 24,1 horas semanais das mulheres e 11,1 horas semanais dos homens

Em 2022, 2,5 milhões de potiguares de 14 anos ou mais de idade realizaram alguma atividade relacionada a afazeres domésticos no domicílio ou em domicílio de parente ou cuidado de moradores do domicílio ou de parentes não moradores, o que corresponde a 86,1% dessa população. De 2016 a 2022, essa taxa cresceu de 78,4% para 86,1%.

Em 2022, a média semanal de horas dedicadas a essas atividades foi estimada em 18,3 horas, acima da média de 2019 (16,7 horas), sendo a média feminina de 24,1 horas e a masculina de 11,1 horas. Quando se avalia a situação de ocupação, a mulher não ocupada dedicou, em média 26,7 horas semanais a afazeres domésticos ou ao cuidado de pessoas, enquanto o homem não ocupado dedicou 12,7 horas em 2022. Já a mulher potiguar ocupada dedicou 19,9 horas a essas atividades, enquanto o homem potiguar ocupado dedicou 10,2 horas.

Realização de produção para o próprio consumo cai 27,7% no RN

Em 2022, 167 mil potiguares se dedicaram à produção para o próprio consumo. Entre 2019 e 2022, houve redução da participação nessa atividade, de 231 mil para 167 mil. Desse total, 78,1% se dedicaram ao cultivo, à pesca, à caça ou à criação de animais.

Analisando a produção para o próprio consumo de acordo com o nível de instrução, observa-se que, 10,1% das pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto realizaram produção para o próprio consumo. Esse valor cai para 1,4% dentre as pessoas com ensino superior completo.

Em 2022, 2,6% dos potiguares realizaram trabalho voluntário  

Em 2022, 76 mil pessoas com 14 ou mais anos de idade realizaram trabalho voluntário no Rio Grande do Norte, o equivalente a 2,6% da população do estado.  Comparativamente, esse percentual foi maior, em média, no Nordeste (3,3%) e no Brasil (4,2%). A taxa de realização de trabalho voluntário chegou a 4% em 2017 no RN, mas apresentou queda em todos os anos posteriores em que a pesquisa foi realizada, chegando aos 2,6% atuais.

Em 2022, 87% dos potiguares que realizaram trabalho voluntário o fizeram por meio de empresa, organização ou instituição, proporção 10,1 p.p. menor que a estimada em 2019, o que mostra um relevante aumento da forma individual dessa atividade. 

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