Por Deutsche Welle
O governo do Uruguai deverá vender uma imensa águia nazista de bronze, resgatada de um navio de guerra da época da Segunda Guerra Mundial. A decisão foi tomada por um tribunal uruguaio nesta sexta-feira, em Montevidéu.
A águia de quase 350 quilos com uma suástica sob suas garras era parte da popa do encouraçado de batalha alemão Almirante Graf Spee, afundado na costa uruguaia no começo da Segunda Guerra Mundial.
Por anos, o símbolo do Terceiro Reich tem sido objeto de controvérsias em torno de reivindicações alemãs de propriedade e objeções contra a peça ser exibida em público ou vendida.
A corte do Uruguai decidiu que a águia, que está armazenada em caixa de madeira num depósito naval, deve ser leiloada dentro de 90 dias e os lucros divididos entre os investidores do projeto que recuperaram a relíquia do fundo do rio da Prata.
Segundo o jornal uruguaio El País, no passado, houve ofertas entre 9 milhões e 59 milhões de euros (39 milhões a 256 milhões de reais) pelo objeto histórico.
Anteriormente, a Alemanha já havia dito ser contra a comercialização de quaisquer símbolos do regime nazista, mas apoiaria a apresentação da águia dentro de um contexto histórico apropriado, como num museu.
Investidores privados com o apoio do governo do Uruguai realizaram trabalhos de resgate em 2004 para remover o pesado cruzador do Rio da Prata, já que o naufrágio representava perigo para as rotas de navegação.
Águia ganhou restauração
Em 2006, mergulhadores contratados pela família Etchegaray, que está por trás do projeto, descobriram a águia. Ela foi exposta em Montevidéu após ser restaurada.
Posteriormente, foi levada ao depósito depois que a Alemanha protestou contra a exibição de "parafernália nazista".
O Graf Spee afundou vários navios mercantes aliados no Atlântico Sul antes que dois cruzadores britânicos e um da Nova Zelândia o interceptassem e o danificassem durante a Batalha do Rio da Prata, que começou em 13 de dezembro de 1939.
Em seguida, o capitão alemão Hans Langsdorff manobrou o navio para o porto de Montevidéu, onde foram lhe concedidos três dias para remover marinheiros feridos e mortos. Ele então ordenou que o navio fosse afundado no estuário ao largo da costa para impedir que os aliados tivessem acesso à sua tecnologia.
Os destroços foram comprados em 1940 do governo alemão por espiões britânicos usando uma empresa de fachada uruguaia, para avaliar a tecnologia e o design de última geração do navio.
Em 1973, o Uruguai emitiu um decreto reivindicando a propriedade de todos os naufrágios em suas águas.
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