Edinaldo Moreno/Jornal de Fato
Monitoramento da Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural (SEADRU) mostra que o acumulado de chuvas em Mossoró entre o dia 1º de janeiro e 08 de abril está 13% acima do esperado para o período.
A média registrada dos últimos 30 anos pela pasta municipal aponta que era esperado para este determinado período do ano o total de 495,3 milímetros. Entre janeiro e os primeiros oito dias de abril o acumulado de chuva na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte é de 561 milímetros. O desvio positivo é de 13,26%.
“Fazendo as nossas previsões e observando os dados que temos de janeiro até o dia 8 de abril estamos com 13,26% de volume acima do esperado para esse período. O que nós temos de volume até o momento é de 561 milímetros para os quatro meses (janeiro, fevereiro, março e os oitos primeiros dias de abril). O esperado para esse período era de pouco mais de 495 milímetros, tendo desvio positivo de 67,5 milímetros, o que corresponde a esse percentual registrado de pouco mais de 13%”, disse o professor de Ciências Exatas e Naturais, Alciomar Lopes, responsável pelos dados de meteorologia da SEADRU.
Ainda de acordo com o levantamento da pasta municipal, o mês com o maior índice pluviométrico do ano foi em março. O terceiro mês de 2022 registrou 283,4 milímetros. Esse acumulado de março deste ano foi 67% acima do volume esperado para o mês.
Na sequência aparece janeiro como o segundo mês mais chuvoso de 2022. O primeiro mês do ano teve acumulado de 185,1 milímetros. Para o mês era esperado somente 69,2 mm. O índice foi 167% acima do esperado para janeiro.
“O acumulado de janeiro e fevereiro já era o que a gente esperava nas nossas previsões desde o ano passado, do que a gente vem falando do La Niña e aqueles fatores climáticos que estavam favorecendo. Dezembro também foi muito bom”, disse o professor de Ciências Exatas e Naturais.
Até o levantamento divulgado pela Secretaria de Agricultura, abril tinha registrado acumulado de 56,4 milímetros. O número já era maior do que o verificado em fevereiro, que na sua totalidade de dias teve o acumulado de chuvas menor do que o esperado para o mês, segundo a SEADRU.
O segundo mês do ano teve acumulado de somente 36,1 milímetros. Era esperado para fevereiro 93,9 milímetros. Alciomar Lopes revelou o que pode ter ocorrido para o mês de fevereiro ter registrado acumulado menor do que o esperado para o período no município.
“Já em fevereiro aconteceu um fator da natureza que ninguém esperava. Essa é uma opinião minha. A erupção vulcânica submarina nas águas do oceano Pacífico jogou muita fuligem no ar, gás enxofre, fazendo com que a atmosfera sentisse o impacto de tal modo que nós estávamos com uma umidade relativa do ar de 95% em janeiro e justamente neste período da erupção vulcânica baixou para 38%, uma queda brusca. Os ventos começaram a ficar mais fortes e com sol simplesmente afastou as chuvas”, opinou.
RIO GRANDE DO NORTE
A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) divulgou no início do mês de abril levantamento sobre o acumulado de chuvas no território potiguar do primeiro trimestre do ano, que corresponde a janeiro, fevereiro e março.
Segundo a Emparn, o sistema de monitoramento do órgão estadual registrou o volume médio observado no período de 326.5 milímetros (mm) no estado. Era esperado para o período 289.9 mm. A região que mais recebeu carga d´água foi a região Central, com o volume de 304.2 mm.
Até a publicação dos dados, a Emparn informou que o sistema registrou que 129 dos 167 municípios do estado encontravam-se nas categorias normal, chuvosa ou muito chuvosa. Os municípios com maiores volumes no período foram Campo Grande, com 808 mm; seguido de Poço Branco, 741.6 mm; e São Francisco do Oeste, com 736 mm; todos já com chuvas acima do esperado para o ano todo.
A Emparn também destacou que no primeiro mês da estação chuvosa no semiárido potiguar choveu 24,5% acima do volume esperado no Rio Grande do Norte, com 191.3 mm observados, enquanto que o esperado era de 153.6 mm. A atuação da Zona de Convergência Intertropical na região Nordeste e no RN foi um dos principais fatores para os bons volumes de chuva neste mês de março.
Os municípios com maiores volumes neste mês, por região, foram Poço Branco, no Agreste Potiguar, com 465,6 mm; São Francisco do Oeste, no Oeste Potiguar com 434,1 mm; Parnamirim, na região Leste, com 408,6 mm; e Serra Negra do Norte, na região Central, com 330,4 mm.
SEGUNDO TRIMESTRE
A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte também publicou previsão para os meses de abril, maio e junho deste ano. De acordo com as análises, a previsão para os meses de abril, maio e junho de 2022 é de volumes dentro da média esperada ou acima dela.
Os volumes médios esperados, por região, foram os seguintes: Leste Potiguar- 478.8 mm; Oeste Potiguar- 323 mm; Agreste Potiguar- 278.9 mm; e Central- 215.9 mm.
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