Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024

Postado às 10h00 | 02 Nov 2022 | redação Quase 5,5 mil crianças não se vacinaram contra a doença no município

Crédito da foto: Allan Phablo / PMM Vacina contra a poliomielite

Por Edinaldo Moreno / Repórter do JORNAL DE FATO

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e multivacinação para a atualização da caderneta de vacinação de menores de 15 anos terminou na última segunda-feira (31) em todo o país. Levantamento do RN Mais Vacina, plataforma que acompanha em tempo real a vacinação contra diversos agravos no Rio Grande do Norte (Poliomielite, Covid-19, Sarampo e Influenza), mostra que Mossoró teve quase 5.500 crianças de 1 ano a menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias).

Iniciada em 8 de agosto passado, a mobilização nacional imunizou na segunda maior cidade potiguar 9.577 crianças nesta faixa etária. O número representou 63% do público-alvo, estimado em 15.074. O total de crianças que não recebeu as duas gotinhas durante os quase três meses de campanha chega a 5.497.

O coordenador do Programa Nacional de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Etevaldo Lima, destacou o trabalho realizado durante todo o período da campanha de imunização contra o agravo.

“Foram muitas tentativas de todos para melhorar as coberturas vacinais. Terminamos no nosso município com 63% de cobertura vacinal. Faltaram 5.500 crianças se vacinarem contra a doença. O sentimento é de agradecimento pelo empenho e dedicação”, disse o coordenador que ressaltou que o Município continuará a vacinação de rotina contra a Poliomielite e demais agravos.

Por faixa etária, segundo o RN Mais Vacina, a que teve o maior número de imunizados foi de 4 anos de idade. Ela teve 2.489 crianças. A que apresentou o menor número de vacinados contra a pólio foi a de 2 anos. Ela teve 2.159. Ainda de acordo com a ferramenta, a faixa de 1 ano teve 2.471 vacinados e a de 3 anos, com 2.458 imunizados.

A poliomielite é uma doença infectocontagiosa viral aguda, que pode levar à paralisia flácida, de início súbito, atingindo geralmente os membros inferiores. Desde o início do século XX, o Programa Nacional de Imunização e as ações de vigilância têm conseguido interromper a transmissão da poliomielite.

Porém, o abandono na vacinação de rotina tem sido preocupante, por representar o risco a que está submetida a pessoa não vacinada, pela possível falha no processo de imunização em razão de esquema vacinal incompleto.

RIO GRANDE DO NORTE

O Rio Grande do Norte encerrou a campanha com 63% de cobertura vacinal. O número de crianças vacinadas está em 123.982. A quantidade de crianças foco da campanha no território potiguar era de 185.751. Ou seja, 61.769 crianças em todo o estado não se vacinaram contra a pólio.

Dos 167 municípios do estado, 53 deles conseguiram atingir a meta estipulada pelo Ministério da Saúde de 95% de crianças vacinadas. Outros 113 municípios atingiram percentual de vacinação entre 50 a 94,99%.

Os três municípios que mais vacinaram no Rio Grande do Norte foram Severiano Melo, Água Nova e José da Penha. Natal foi o único município do RN que não atingiu pelo menos 50% de cobertura vacinal, ficando com pouco mais de 39%.

A Secretaria Estadual de Saúde lembra que o Rio Grande do Norte não vem conseguindo atingir o percentual de cobertura vacinal da pólio estipulada pelo Ministério da Saúde desde 2017.

De acordo com a pasta estadual, em 2021 o índice chegou a 69,88%. No ano anterior, o percentual ficou em 69,7%. Em 2019, atingiu a segunda maior cobertura vacinal no período, com total de 80,74%. Em 2018, o RN registrou percentual de 90,32%, maior cobertura dos últimos cinco anos. Por fim, em 2017 o índice foi de 69,52%.

SAÚDE LANÇA PLANO

Ontem (1º) o Ministério da Saúde lançou o Plano Nacional de Resposta a um Evento de Detecção de Poliovírus e um Surto de Poliomielite: Estratégia do Brasil. O objetivo é estabelecer uma resposta coordenada nas três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) diante de uma eventual detecção de poliovírus selvagem ou derivado vacinal.

O plano tem como metas fortalecer a vigilância epidemiológica das paralisias flácidas agudas, garantir o acesso universal aos serviços de vacinação contra a poliomielite, conforme o Calendário Nacional de Vacinação, e fortalecer a vigilância laboratorial. O foco também está em desenvolver a capacidade nacional e operacional dos estados e dos municípios para manter a poliomielite eliminada do território nacional.

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