Por Edinaldo Moreno / Repórter do JORNAL DE FATO
O último boletim divulgado pelo RN Mais Vacina apontou que 58,23% dos mossoroenses com mais de 60 anos ainda não completaram o esquema vacinal contra a covid-19 com as quatro doses do imunizante. Com esse percentual, Mossoró ocupa atualmente a 85ª colocação no ranking de vacinação dessa faixa etária no Estado, conforme a última atualização feita na última terça-feira, 8.
Este número elevado está preocupando as autoridades de saúde, já que esse pode ser um fator de risco diante do surgimento de uma nova variante do coronavírus que está circulando no país. O RN Mais Vacina é um sistema desenvolvido especificamente para a gestão, controle, fiscalização e execução da campanha da vacina contra a covid-19.
O sistema é resultado de uma parceria entre o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) Secretaria de Saúde do RN (SESAP) e Ministério Público do RN. De acordo com o diretor executivo do LAIS, professor Ricardo Valentim, é fundamental que o esquema vacinal esteja completo, principalmente para idosos e crianças. “A imunização é a melhor solução para não passarmos por uma nova onda, assim como o uso adequado de máscaras para idosos em ambiente fechados”, reforçou.
A baixa vacinação, no entanto, não é apenas entre os idosos. Adolescentes com idade entre 12 e 17 anos também estão com as doses de reforço em atraso. Em Mossoró, os dados do sistema apontam que a cobertura vacinal para o 1º reforço (D3) está em 28,04%. Este percentual coloca o município na 99ª posição no ranking de cobertura vacinal para esta idade.
Entre os adultos, de 18 e 59 anos, também há um percentual elevado de pessoas sem o esquema vacinal completo. Os dados do RN Mais Vacina apontam que apenas 23,76% dos mossoroenses que estão dentro desta faixa etária tomaram as quatro doses da vacina. Mossoró ocupa hoje o 56º lugar no ranking de vacinação do Estado, nessa faixa etária.
Por outro lado, a imunização das crianças, entre 5 e 11 anos, alcança 73,17%, atualmente, do público-alvo de Mossoró. Embora seja o melhor percentual de imunização registrado na cidade, quando se compara com os números dos demais municípios, a cobertura ainda é baixa, uma vez que a cidade ocupa a 102ª posição no ranking de cobertura estadual de crianças entre 5 e 11 anos.
Recentemente, artigo publicado por pesquisadores do LAIS reafirma a necessidade de se completar o esquema vacinal de acordo com as orientações do Ministério da Saúde. O estudo aponta que a efetividade das vacinas contra a covid-19 tem relação direta com a diminuição das internações hospitalares e os óbitos, no Rio Grande do Norte.
O artigo comprova que no Rio Grande do Norte a ação mais efetiva contra a covid-19 foram as vacinas. Além de demonstrar a efetividade da imunização na redução dos óbitos, o artigo destaca também a efetividade na redução das hospitalizações. Para os autores do artigo, esse fato é reconhecido como efetividade do mundo real, quando as análises e estudos correm fora de ambientes controlados como os laboratórios.
Veja a cobertura vacinal por etapas:
Cobertura da Covid-19 em População 18 - 59 anos para 2º Reforço (D4)
Mossoró – 23,76%
Cobertura da Covid-19 em População Idosos 60+ para 2º Reforço (D4)
Mossoró – 58,23%
Cobertura da Covid-19 em População Adolescentes 12 - 17 anos para 1º Reforço (D3)
Mossoró – 28,04%
Cobertura da Covid-19 em População Crianças 5 - 11 anos para (D1)
Mossoró – 73,17%
Consepe/Uern dispensa comprovação de vacinas para alunos
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Consepe/Uern) aprovou a minuta de resolução que dispensa a comprovação vacinal contra a Covid-19 como condição para participação de discentes nas atividades acadêmicas referentes ao semestre letivo 2022.2. A reunião ocorreu nessa quarta-feira, 9, de forma virtual.
De acordo com a pró-reitora de Ensino de Graduação, Fernanda Abreu, a resolução atende a uma recomendação do Comitê Covid Uern. A medida se justifica dada a elevada cobertura vacinal na comunidade acadêmica e no Estado, bem como o controle e a baixa incidência da contaminação da doença.
“Apesar da dispensa da comprovação de vacina, o Comitê mantém todas as demais recomendações de segurança e adoções de medidas protetivas já conhecidas, como o uso de máscaras em ambientes fechados, a higiene frequente das mãos e a observância ao cumprimento do esquema vacinal, com as devidas doses de reforço, quando for o caso”, informa a instituição.
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