A greve atinge 30% dos serviços prestados em hospitais da rede estadual de Mossoró.
Por Amina Costa / repórter do JORNAL DE FATO
Iniciada no dia 14 de julho, a greve dos trabalhadores da empresa terceirizada JMT Service, que presta serviço a hospitais da rede estadual, em Mossoró, completa hoje uma semana, sem que haja previsão para pagamento. Os trabalhadores reivindicam o salário do mês de junho e o pagamento das férias de 2019, que estão vencidas.
Adjakson Carvalho, delegado sindical do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde em Hospitais, Clínicas e Laboratórios Privados de Mossoró (SINTRAHPAM), informou à reportagem do JORNAL DE FATO que a situação está cada dia mais difícil, já que o atraso já passa dos 15 dias. Ele informou que os profissionais não têm como honrar seus compromissos, nem sequer arcar com os custos para se deslocar aos locais de trabalho.
“A situação está cada dia mais difícil e está se tornando algo insustentável mesmo. Os trabalhadores não têm como arcar com as despesas de casa nem têm como abastecer os seus transportes para comparecer aos locais de trabalho”, disse o delegado sindical, esclarecendo que apenas 30% dos profissionais estão em greve, para que sejam evitadas retaliações por parte da empresa. “Para não haver uma perseguição, os profissionais acharam melhor manter 70% das atividades em funcionamento”.
O delegado sindical informou que, após uma semana de greve, nem a empresa JMT Service nem a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) emitiram nenhum comunicado sobre a possibilidade de pagamento dos trabalhadores. “A situação está se agravando. Até agora a Sesap e a JMT não passaram nenhuma informação sobre pagamento. Os servidores estão passando por situações muito difíceis”, alerta Adjakson Carvalho.
Em Mossoró, os hospitais que são prejudicados com a falta dos serviços prestados pela empresa são o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), maior hospital de urgência e emergência da região Oeste do Estado, que atende milhares de pacientes de mais de 80 municípios do RN e do Ceará; o Hospital Rafael Fernandes, referência no atendimento de pacientes com doenças infectocontagiosas; e o Hospital da Mulher Parteira Maria Correia.
Segundo o sindicato, cerca de 140 funcionários que atuam em Mossoró estão passando pela situação de atrasos salariais. Eles atuam nas funções de maqueiro, manutenção, cozinha, nutrição, higienização e lavanderia, que são considerados setores essenciais para o bom funcionamento das unidades hospitalares.
“É necessário que essa situação seja resolvida o mais rápido possível. Esperamos que a Sesap e a JMT possam entrar em um consenso e resolver, porque estamos falando de vidas. os servidores merecem respeito, todos eles. É uma situação que não é fácil, para quem está trabalhando, pois estão com o psicológico afetado porque não têm como honrar seus compromissos”, concluiu o delegado sindical.
No início da semana, a Sesap emitiu uma nota na qual falava que estava trabalhando para agilizar os pagamentos. “A respeito da JMT, a última pendência relativa ao contrato indenizatório foi paga na sexta-feira, 14. Já sobre o contrato emergencial vigente, a Sesap está processando a fatura de maio, que foi a última a ser apresentada pela empresa. A secretaria segue dialogando com a empresa para dirimir a situação e agilizar os pagamentos”, informou a Sesap ao site Diário Político.
Servidores da Saúde devem paralisar as atividades na próxima semana em Mossoró
Apesar de a greve dos trabalhadores estaduais da saúde ter sido iniciada na última quarta-feira, 19, em Mossoró, os servidores ainda não aderiram ao movimento. A adesão deve ocorrer na próxima semana, após a realização de visitas nos locais de trabalho, para dialogar sobre a greve, e após ser formada uma comissão de greve pelo Sindsaúde Mossoró.
“Estamos passando nos locais de trabalho aqui em Mossoró e conversando com a categoria. Na terça-feira, 25, vamos ter uma reunião na sede do Sindsaúde para formação da nossa comissão de greve”, informou o representante do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN/Regional Mossoró, João Morais.
Conforme o cronograma informado por João Morais, o Sindsaúde Mossoró começou as visitas aos trabalhadores dos hospitais Rafael Fernandes e Tarcísio Maia, para dialogar sobre a adesão ao movimento. Nesta sexta-feira, 21, as visitas ocorrem no Laboratório Regional de Mossoró (LAREM), II Ursap, Unicat e no Hospital da Mulher.
No dia 24 de julho, os trabalhadores que atuam na Regional de Mossoró vão, em caravana, para Natal, participar da assembleia geral que está marcada para ocorrer na governadoria. A reunião que vai definir o comando de greve ocorrerá na sede do Sindsaúde Regional Mossoró, às 9h.
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