Por Edinaldo Moreno / Jornal de Fato
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) lançou um guia com uma série de orientações e ações preventivas para limpeza das casas e arredores, além de outros prédios em geral, incluindo um checklist que deve ser feito ao menos uma vez por semana. A Sesap explica que o enfrentamento à dengue passa principalmente pelo combate ao seu principal vetor, que é o mosquito Aedes aegypti.
O documento de inspeções a imóveis é para identificar situações de riscos para proliferação do mosquito. Ainda de acordo com a pasta estadual, o guia foi pensando a partir de dados que apontam que mais de 70% dos focos de mosquitos estão nas residências.
A Secretaria de Saúde do estado destaca que para realizar uma boa inspeção nos imóveis os responsáveis devem seguir alguns passos. O documento traz dois passos para a inspeção da parte externa dos imóveis.
No primeiro, a Sesap ressalta que ao iniciar a vistoria da parte externa (quintais, calçadas e terraços) é necessário estar atento à presença de descartáveis, pneus, latas ou qualquer outro objeto que possa acumular água e servir de criadouro do Aedes aegypti.
“Ao encontrar algum recipiente, objetos ou entulhos que possam servir de criadouro, deve-se imediatamente, recolher os objetos, colocar em sacos de lixo e disponibilizar para coleta de lixo”, frisa a Sesap no documento.
O segundo passo enfatiza que ao observar se existem tanques, caixas d’água, lajes que possam acumular água, e calhas obstruídas, encontrando alguma dessas situações faz-se necessário proceder às seguintes etapas.
Para caixas d’água e tanques deve-se providenciar cobertura (vedação) total do reservatório. Já para lajes é necessário escoar a água com um rodo e providenciar um dreno para que a água não acumule. Nas calhas faz-se necessário desobstruir as calhas que estejam obstruídas, evitando assim o acúmulo de água.
Uma observação que a Sesap faz é em caso de durante a inspeção seja encontrado larvas ou pupas do mosquito, faz-se necessário desprezar o conteúdo, preferencialmente em areia ou em superfície que não acumule água.
INSPEÇÃO DA PARTE INTERNA DOS IMÓVEIS
Concluída a área externa, a Secretaria Estadual de Saúde destaca que o trabalho de combate ao mosquito transmissor das arboviroses inicia-se a parte interna do imóvel, inspecionando todos os cômodos por ordem de encontro. São quatro etapas neste processo.
A primeira é observar a presença de vasos de plantas; existindo, é necessário colocar areia no pratinho que acumula água. Já a segunda é também observar a presença de ralos e sanitários em desuso; existindo, é necessário manter esses locais cobertos/vedados, evitando assim o acúmulo de água e o surgimento de um potencial criadouro.
A terceira medida neste caso é ainda observar a presença de jarras, potes ou outro recipiente que possa acumular água; existindo e não sendo possível eliminar o conteúdo, é necessário manter esses recipientes cobertos com tampas ou telas de malhas, bem finas, para que o mosquito não tenha acesso à água.
Por fim, a última etapa das recomendações da Sesap para a parte interna dos imóveis é verificar o depósito localizado na parte traseira das geladeiras, bebedouros, e dos depósitos de água dos aparelhos de ar-condicionado.
“Realizar a vistoria nesses depósitos ao menos uma vez por semana, secando o recipiente que apresentar água. É importante lavar os recipientes e proceder a esfregação das paredes com uma bucha, essa ação tem como finalidade destruir potenciais ovos, que possam estar alocados nas paredes dos mesmos”, explica a pasta estadual.
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
Os dados mais recentes divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde mostram que, até a última terça-feira (5), foram notificados 3.486 casos, sendo 565 confirmados e 553 descartados. Não há registro de óbito pela doença em 2024 no território potiguar.
Os casos notificados de chikungunya chegam a 794. A última atualização aponta 36 casos confirmados da doença no estado. Outros 133 foram descartados para a doença e também sem registro de óbito.
Já o total de casos notificados de zika é de 262 com 15 confirmações para o agravo. Foram 54 casos descartados. Não houve morte pela doença. Os casos notificados em gestantes chegam a 11, sendo nenhum positivado. Houve 4 casos descartados.
O QUE SÃO ARBOVIROSES
Arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos por mosquitos. As arboviroses mais comuns em ambientes urbanos são: Dengue, Chikungunya e Zika, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
O Aedes aegypti é um mosquito doméstico, que vive dentro ou ao redor de domicílios ou de outros locais como estabelecimentos comerciais, escolas ou igrejas, por exemplo. A infestação do mosquito é sempre mais intensa em razão de água acumulada e de altas temperaturas, fatores que propiciam a eclosão de ovos do mosquito.
Para evitar esta situação, são necessárias ações preventivas e de eliminação de focos do vetor; como o mosquito tem hábitos domésticos, essa ação depende, sobretudo, do empenho de toda a população. Diante do aumento do número registrado de dengue, chikungunya e zika, é preciso intensificar as ações de prevenção, principalmente as ações de inspeção nos imóveis, que devem ocorrer semanalmente.
Tags: