A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira (16), em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, apontado como novo número 1, sucessor indicado por Marcola para controlar a facção criminosa Primeira Comando da Capital (PCC).
Tuta estava foragido e foi detido com apoio da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen da Bolívia.
Em comunicado oficial, a PF afirmou que a prisão é “de um brasileiro por uso de documento falso na cidade de Santa Cruz de la Sierra".
A polícia boliviana diz que o homem detido se apresentou como Maycon Gonçalves da Silva, nascido em 25/03/1971, em um centro comercial da cidade, para tentar renovar a Cédula de Identidade de Estrangeiro (CEI), documento necessário para não-bolivianos que residem no país.
Ao fazer uma busca no sistema internacional de estrangeiros, uma mensagem surgiu dizendo se tratar de um procurado pela Interpol. O nome dele contava na 'Lista de Difusão Vermelha' da Polícia Internacional. A PF, então, foi comunicada.
Marcos Roberto de Almeida continua preso, sob suspeita justamente de uso de documentos falsos e falsidade ideológica.
Segundo a PF, até a noite desta sexta-feira (16), o suspeito permanecia sob custódia das autoridades bolivianas, aguardando a confirmação de sua identidade original e os procedimentos legais que poderão resultar em sua expulsão e extradição ao Brasil.
Condenações e processos
No Brasil, Marcos Roberto de Almeida tem duas prisões decretadas em investigações do Ministério Público de SP (MP-SP). As duas no âmbito da Operação Sharks, do Gaeco.
Ele também já tem uma condenação em 1° grau por organização criminosa, onde foi sentenciado a 12 anos e seis meses de prisão, além de responder outro processo por organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Tuta foi um dos principais alvos da Operação Sharks, deflagrada em 2020. Na época, o MP-SP havia confirmava que ele tinha assumido o comando do PCC depois que o ex-chefe da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi transferido para um presídio federal, em fevereiro de 2019.
"O Marcos Roberto, vulgo Tuta, já era da sintonia de 1, mas não era o número 1 do PCC. Com a remoção do Marcola, ele foi elencado, nominado pelo Marcola para ser o novo n° 1 do PCC tanto dentro como fora dos presídios. É um velho conhecido nosso, só que em liberdade, ele atingiu o status, seria o novo Marcola na nossa concepção", explicou na ocasião o promotor Lincoln Gakiya, que investiga o PCC há décadas em São Paulo.
Em 2020, após a primeira fase da Operação Sharks, o MP paulista havia divulgado a identificação de 21 suspeitos de fazer parte da nova cúpula do PCC.
Entre os identificados estava o novo chefe da facção, Marcos Roberto de Almeida, o Tuta. Ele fazia parte da cúpula da facção, chamada de 'Sintonia Final da Rua'.
Segundo o procurador-geral de Justiça da época, Mário Luiz Sarrubbo, Tuta era na época o chefe princial da organização em São Paulo e assumiu o comando por escolha do próprio Marcola.
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