Sábado, 27 de abril de 2024

Postado às 09h15 | 27 Mar 2024 | redação Desabamento na UPA do Belo Horizonte reflete o caos na saúde pública de Mossoró

Reclamações, que aumentam a cada dia, ganharam um capítulo preocupante na manhã desta terça-feira, 23, quando desabou o reboco do teto da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Belo Horizonte, zona sul da cidade. A gestão municipal fracassa

Crédito da foto: Reprodução Desabamento na UPA do bairro Belo Horizonte, zona sul de Mossoró

Por Amina Costa – Repórter do Jornal de Fato

Caos. Assim classifica a população que necessita do sistema de saúde pública do município de Mossoró. As reclamações, que aumentam a cada dia, ganham um capítulo preocupante na manhã desta terça-feira, 23, quando desabou o reboco do teto da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Belo Horizonte, zona sul da cidade.

As pessoas que estavam no local passaram por momentos de tensão. Além do susto, o incidente também demonstrou o quanto a saúde pública do município está precarizada. Felizmente, nesse caso da UPA do BH ninguém ficou ferido.

O que ocorreu com a unidade de saúde do Belo Horizonte é consequência da falta de manutenção. As paredes estão comprometidas por infiltração, equipamentos avariados e um cenário que não condiz com uma UPA. Imagens do local, comprovando o grave problema, foram feitas e publicadas pelos vereadores Omar Nogueira e Isaac da Casca.

A direção do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum) já havia denunciado situações relacionadas ao descaso nas unidades de saúde do município. A presidente da entidade, Eliete Vieira, informou que o cenário de precariedade é visto não apenas nas UPAs, mas, também, em várias Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município.

"O cenário que nós temos é precariedade na Saúde no município de Mossoró. Muitas vezes os servidores precisam contribuir com o básico do básico, porque faltam luvas, falta remédio, faltam máscaras, EPIs, que os servidores precisam para exercer sua função. Além disso, as condições de estrutura na maioria das UBSs são bastante precárias e aí a gente vê o descaso e a pouca preocupação da gestão em apresentar à população uma saúde pública de qualidade”, informou Eliete Vieira.

A presidente do Sindicato afirma ainda que essa é uma realidade totalmente diferente da que é divulgada pelo prefeito de Mossoró. “Infelizmente, estamos num período em que, nas redes sociais, existe um mundo azul da cor do mar, mas na realidade, a gente vê a precariedade, a desolação e o total descaso da gestão para com a Saúde. Nós temos aí um servidor que é desvalorizado, um reajuste pífio, e com isso a gente vê que a questão da valorização não passa de mero discurso midiático", complementa.

Pelas redes sociais, a vereadora Marleide Cunha falou que este não é um problema vivido apenas na saúde. “O teto da UPA do BH desabou e não é a primeira vez que acontece algo do tipo nessa gestão. Tetos de creches recém-reformadas já caíram nos últimos anos, o teatro municipal recém-reformado teve princípio de incêndio, escolas com problemas na rede elétrica, entre diversos outros problemas. O desabamento do teto da UPA do BH é o retrato da real situação da saúde em Mossoró. A maquiagem feita com o dinheiro público não resiste por muito tempo!”, enfatizou.

Após o desabamento do forro do teto da UPA do Belo Horizonte, a Secretaria Municipal de Saúde divulgou uma nota oficial informando que não existiam problemas aparentes na estrutura que cedeu. “Não existiam problemas aparentes na estrutura que cedeu. De acordo com as análises preliminares, foi identificada má execução da construção da unidade na época. De imediato, equipe técnica da Infraestrutura bem como equipe do Corpo de Bombeiros foram acionadas para o local e estão realizando levantamento e tomando providências para emissão de laudos e iniciativas preventivas e reparadoras”, informou a Prefeitura.

 

Cerca de 35 mil pessoas estão esperando por um procedimentos nas UBSs de Mossoró

A situação da assistência básica de saúde em Mossoró está cada dia pior. Além de faltar o mínimo para que os funcionários possam trabalhar, os pacientes ainda têm que lidar com as enormes filas de espera por procedimentos. Hoje, cerca de 35 mil pessoas aguardam por consultas e exames simples, em Mossoró.

A informação foi dada por Gilberto Pedro, servidor da Prefeitura de Mossoró, durante o programa Jota Nobre no Comando Geral da Rádio RPC. De acordo com o servidor, Mossoró tem hoje 45 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e, em todas, existe uma fila de cerca de 700 pessoas esperando pelo agendamento dos procedimentos.

“Mossoró tem hoje mais de 45 UBSs e em toda unidade tem uma pasta abarrotada de fichas de pacientes que estão aguardando pelos procedimentos. Há pacientes que aguardam há seis meses e até um ano por um exame de ultrassom, de esteira, por um ecocardiograma e até por consultas básicas com especialistas. Cada unidade tem, no mínimo, entre 700 e 800 procedimentos esperando a marcação, o que totaliza cerca de 35 mil pessoas na fila”, disse.

Gilberto Pedro informou ainda que Mossoró não tem um local onde o cidadão possa realizar um procedimento básico, como a retirada de um sinal, por exemplo, e que, unidades básicas de saúde que antes faziam pequenas cirurgias, não fazem mais esses procedimentos.

“A atenção básica de Mossoró está um caos. Fica aqui o alerta para que o Conselho Municipal de Saúde faça um levantamento, procure o Ministério Público e mostre para a população de Mossoró os verdadeiros números da fila da humilhação que está hoje em Mossoró. Isso é culpa da gestão municipal que dizia que iria acabar com as filas de cirurgias e exames de Mossoró, mas, na verdade, está deixando essa fila maior”, concluiu.

 

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