Por Amina Costa / Repórter do Jornal de Fato
Momento sagrado para os cristãos, a Semana Santa revive nos fiéis os sentimentos de tristeza, espera e alegria, com o início do Tríduo Pascal. Nesta Sexta-feira Santa, 29, os fiéis revivem a crucificação e morte de Jesus. Considerado o dia mais triste e sombrio para os fiéis, é comum o jejum e a abstinência de carne.
No Sábado de Aleluia, 30, a Igreja celebra a espera. É um dia de silêncio e reconhecimento em que se medita sobre a morte de Cristo na cruz e seu sepultamento. “Sábado é o dia do grande silêncio, lembrando a dor de Maria e a desolação dos apóstolos. No início da noite, tem início a Vigília Pascal, começando com a bênção do fogo novo, preparação do Círio Pascal (grande vela acesa que simboliza o Senhor Ressuscitado). Logo após a entrada na Igreja, proclama-se a Páscoa”, explica padre Crisanto Borges, reitor do Seminário de Santa Teresinha, em Mossoró.
Durante a celebração da noite de sábado é feita a liturgia da Palavra, que consta de 9 leituras - 7 do Antigo Testamento, a Epístola e o Evangelho. “Terminada a liturgia da Palavra, tem início a liturgia batismal, em que os catecúmenos, ou seja, os que não eram batizados, recebem o batismo. E os demais, renovam as promessas batismais. Logo em seguida, acontece a liturgia Eucarística”, acrescenta o padre.
Com o anúncio da Páscoa, o sentimento dos cristãos é de alegria e esperança. “No Domingo de Páscoa, 31, celebramos o dia da ressurreição, que por oito dias - Oitava de Páscoa - a Igreja celebra como se fosse aquele primeiro dia da ressurreição”, informa padre Crisanto Borges, acrescentando que a Páscoa traz a confirmação da fé dos fiéis e da ressurreição de Cristo.
A Diocese de Mossoró explica que a Páscoa é a concretização das promessas feitas por Deus a seu povo. “Assim, a festa da Páscoa é o ápice do calendário litúrgico cristão. É um dia de alegria, celebrado com Missa solene. O clero se veste de branco ou dourado, símbolos de alegria e luz. O domingo é o dia em que os cristãos anunciam a verdade de que Cristo venceu a morte, indicando que um dia também serão salvos”, informa.
Tríduo Pascal: Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor
O Tríduo Pascal é o centro da vida da Igreja. Não há solenidade litúrgica, em ordem de grandeza, que seja maior ou mais reveladora do que esta. Composto por três dias de celebração, o tríduo é o auge de todo o histórico da redenção.
Começa na missa vespertina da Quinta-Feira Santa (com a “Ceia do Senhor”), depois contempla o mistério indivisível do Senhor Morto (Sexta-Feira Santa), Sepultado (Sábado Santo) e Ressuscitado (Vigília e Páscoa). Trata-se, na verdade, de uma única cerimônia realizada em três momentos distintos.
Na Quinta-Feira Santa, presenciamos o tradicional Lava-Pés, evento que busca desenvolver em nós a humildade de Cristo. O ato repete o gesto de Jesus lavando os pés dos apóstolos antes de ser preso e levado à morte na cruz. Celebramos, ainda, a instituição da Sagrada Eucaristia (quando Ele oferece ao Pai o seu corpo e o seu sangue em forma de pão e vinho), do sacerdócio ministerial e do grande mandamento do Amor. Foi neste dia que Jesus decretou: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” (Jo 13:34)
A Sexta-Feira da Paixão é o único dia em que a Igreja não celebra a Eucaristia. Por meio da Palavra de Deus recordamos a morte de Jesus com leituras bíblicas, preces solenes e adoração da cruz. As imagens dos santos e crucifixos são encobertas. Choramos por aquele que morre na cruz. Recordamos neste dia as nossas próprias mazelas cotidianas. Passamos a entender e a aceitar que nossa humanidade é o passo mais próximo para a nova vida que se aproxima. Depois da dor temos a certeza da vitória.
O sábado é de silêncio, porque é o dia em que a pedra rolou sobre o túmulo. Não se rezam missas pela manhã. Mas a celebração do tríduo tem seu centro na Vigília Pascal do Sábado Santo (também chamado de Sábado de Aleluia), momento caracterizado pela confiança na ressurreição do Senhor. Segundo Santo Agostinho, essa noite santa é a mãe de todas as vigílias. É o momento da vitória da vida sobre a morte. Não à toa é uma cerimônia abastada de significados e símbolos como a Liturgia do Fogo e da Luz, Liturgia da Palavra, Liturgia Batismal e Liturgia Eucarística. Porque “Ele vive e podemos crer no amanhã”.
Domingo de Páscoa
O Tríduo Pascal é concluído com a oração da chamada vésperas do Domingo de Páscoa. É considerado o Domingo dos domingos. É a reafirmação da conquista e glória já celebradas na grande vigília do dia anterior.
A terra, que estava em profundo silêncio e desterro, agora triunfa de alegria e glorifica Aquele que venceu a morte por amor a nós. A Santa Missa do Domingo da Ressureição é o memorial histórico desse ato supremo de amor pela humanidade.
O mistério pascal celebrado nos dias do tríduo torna-se a agenda a ser seguida para uma vida cristã plena e absoluta. Já a Páscoa converte-se no dia mais importante para a nossa fé, pois é quando Jesus vence a morte para mostrar a grandeza da vida.
Confira a programação da Diocese de Mossoró para o Tríduo Pascal
29/3 - Sexta-feira Santa
Celebração da Paixão do Senhor
7h - Via Sacra
16h – Ação Litúrgica da Paixão do Senhor - Catedral de Santa Luzia
30/3 - Sábado Santo (Sábado de Aleluia)
19h- Vigília Pascal na Catedral de Santa Luzia - preside Dom Francisco de Sales - Bispo Diocesano
31/3 - Domingo de Páscoa
6h - Missa da Páscoa – Catedral de Santa Luzia
7h - Missa da Páscoa - Capela São Vicente
9h – Missa da Páscoa - Catedral de Santa Luzia
11h - Missa da Páscoa - Catedral de Santa Luzia
17h - Missa da Páscoa - Capela de Santa Luzia - Ilha de Santa Luzia
17h- Missa das Crianças - Catedral de Santa Luzia
19h – Missa da Páscoa - Catedral de Santa Luzia
Tags: