Por Edinaldo Moreno - Jornal de Fato
A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) constatou alta histórica de preços na cesta básica em outubro deste ano. O Índice da Cesta Básica Essencial (ICBE), desenvolvido pelo Laboratório de Engenharia Econômica (LECON), registrou no mês passado um aumento médio superior a 7% nas quatro cidades analisadas, sendo a maior alta já observada desde o início do levantamento em 2022. Carne bovina e tomate foram itens que mais contribuíram para essa alta, devido à redução da oferta e ao fim da safra excedente, respectivamente.
De acordo com o levantamento, o aumento da carne, item com maior participação no custo da cesta, deve-se a uma redução da oferta. Devido aos últimos meses de clima extremamente seco, poucos animais atingiram o ponto ideal para o abate, reduzindo assim a oferta no mercado. A tendência de alta no preço do tomate deve se manter, uma vez que o período de oferta excedente está se encerrando e a chamada safra de inverno começa a desacelerar.
O aumento da carne ficou 10,1% em relação ao mês anterior. A variação em 2024 está em 7,9%, enquanto que em 12 meses a alta atinge índice de 20,1%. Já em relação ao tomate, a alta mensal foi de 44,8%. Entretanto, tanto na variação anual (-59,4%) e de 12 meses (-32,4%) há redução.
A análise realizada em outubro revelou uma elevação de 6,2% no custo da cesta básica em Mossoró, alcançando um valor médio de R$ 494,62. No acumulado do ano, observou-se uma queda de 7,8%, mas, em uma perspectiva de 12 meses, houve um aumento de 0,8%.
Em contrapartida, os itens que apresentaram as maiores reduções foram o arroz, a banana e o açúcar. A pesquisa também evidenciou variações nos preços entre as zonas administrativas da cidade: a Zona Oeste registrou o valor mais alto, com R$ 519,33, enquanto o menor valor foi encontrado na Zona Central, em R$ 482,64.
OUTRAS CIDADES
Em Angicos, o valor da cesta básica apresentou um aumento de 3,5% em outubro, após três meses de reduções, encerrando o período com um custo médio de R$ 485,03. Com esse ajuste, o acumulado de 2024 indica uma retração de 3,2%, enquanto a queda dos últimos 12 meses foi ainda mais acentuada, atingindo 12,5%. Entre os itens analisados, as maiores reduções de preço ocorreram no óleo de soja, feijão e banana. Em contraste, o tomate, o pão francês e o arroz registraram os aumentos mais expressivos.
No município de Caraúbas, após quatro meses consecutivos de redução, observou-se um aumento de 11,1% no custo da cesta básica em outubro, alcançando R$ 522,01. No acumulado do ano, houve uma alta de 5,6%, embora, ao considerar os últimos 12 meses, o valor da cesta apresente uma retração de 5,7%. Os itens que mais impactaram o orçamento foram o tomate, a carne e o leite, enquanto as maiores quedas de preço foram verificadas na margarina e no pão francês.
Por fim, em Pau dos Ferros, no Alto Oeste Potiguar, o custo da cesta básica essencial apresentou aumento pelo segundo mês consecutivo, com uma alta de 7,7% em outubro, elevando o valor médio para R$ 484,69. No acumulado do ano, a variação positiva foi de 11,1%, enquanto a retração nos últimos 12 meses alcançou 8,9%. Os produtos com maior aumento de preço foram o tomate, o óleo de soja e a carne, ao passo que a farinha, o açúcar e o café tiveram as maiores reduções.
Para a coleta de dados, o LECON realizou visitas a 20 estabelecimentos nas cidades monitoradas pela UFERSA. Observando outras 9 cidades nordestinas, que realizam o mesmo levantamento, em todas as cidades no mês de outubro foram registradas uma cesta básica essencial com maior valor em comparação ao mês de setembro.
Tags: