Paralisação teve início na última terça-feira (6)
Edinaldo Moreno/Da redação
Desde o último dia 6 de setembro os bancários em todo o Brasil estão em greve após recusarem proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A adesão do movimento grevista em Mossoró atinge 85% da categoria. A informação foi repassada pelo presidente do Sindicato dos Bancários de Mossoró e Região, Francisco Alfredo de Assis Neto, na manhã desta quinta-feira, 8.
Segundo ele, grupos de bancários se encontram em frente as agências bancárias do município para orientar e tirar dúvidas da população em relação a como proceder nesses dias em que a categoria está de braços cruzados.
“Estamos na frente dos bancos para fortalecer o movimento e orientar e tirar dúvidas da população. Grande parte, especialmente aposentados, precisam de ajuda para sacar ou pagar no caixa eletrônico. As estagiárias auxiliam e a gente orienta. Como proceder no caso de vencimento de documentos a pagar no período. São várias!”, explicou o presidente do sindicato sobre as principais dúvidas dos correntistas que utilizam os bancos.
Em todo o Brasil, no primeiro dia de greve da categoria, 7359 agências, centros administrativos, Central de Atendimento (CABB) e Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) tiveram as atividades paralisadas. Este número equivale a 31,25% do total de agências no Brasil, segundo dados do Banco Central.
A greve nacional é a resposta da categoria à proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), apresentada no último dia 29 de agosto, de reajuste de 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A oferta não cobre, sequer, a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para os bancários.
Nesta sexta-feira, 9, haverá uma nova reunião entre a Fenaban e a Comissão Executiva Bancária Nacional de Negociação, em São Paulo. O encontro está marcado para às 11 horas.
Principais reivindicações dos bancários
Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de aumento real.
PLR: 3 salários mais R$8.317,90.
Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).
Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.
13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Proposta dos bancos rejeitada pelos bancários
Reajuste de 6,5% (representa perda de 2,8% para os bancários em relação à inflação de 9,57%).
Abono de R$ 3.000,00 (parcela única, não incorporado aos salários).
Piso portaria após 90 dias – R$ 1.467,17.
Piso escritório após 90 dias – R$ 2.104,55.
Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.842,96 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 2.153,21, limitado a R$ 11.550,90. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.411,97.
PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.306,41.
Antecipação da PLR – Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 02/03/2017. Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.291,92, limitado a R$ 6.930,54 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro. Parcela adicional equivalente a 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2016, limitado a R$ 2.153,21.
Auxílio-refeição – R$ 31,57.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 523,48.
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 420,36.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 359,61.
Vale-Cultura R$ 50 (mantido até 31/12/2016, quando expira o benefício).
Gratificação de compensador de cheques – R$ 163,35.
Requalificação profissional – R$ 1.437,43.
Auxílio-funeral – R$ 964,50.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 143.825,29.
Ajuda deslocamento noturno – R$ 100,67.
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