Com proposta de ser o São João mais cultural do Brasil, projeto foi lançado por Rosalba em 1997
Blog do César Santos
Foi no dia 22 de maio de 1997, há exatos 20 anos nesta segunda-feira, que era lançado o Mossoró Cidade Junina. Primeiro ano da segunda gestão da prefeita Rosalba Ciarlini. Teatro Lauro Monte Filho lotado, grupos juninos e folclóricos concentrados na Praça Vigário Antônio Joaquim. Artistas da terra concentrados para conhecer o projeto que colocaria a cidade no cenário nacional dos festejos de Santo Antônio, São João e São Pedro.
À primeira vista, a nossa gente entendeu que seria uma grande festa popular, como de fato é. Mas, desde a sua concepção, ficou estabelecido que o Cidade Junina iria muito além. Não se limitaria aos shows com artistas nacionais e regionais que superlotam a Estação das Artes Elizeu Ventania, antiga estação ferroviária de Mossoró. O eixo, no sentido global, concentra-se na diversidade cultural e nas oportunidades que oferecem, como o fortalecimento da economia através do turismo de eventos.
A ideia germinou da própria manifestação popular, que naquele momento festejava o mês junino e restava as raízes locais e nordestinas, através de dezenas de grupos e arraiais nos bairros da cidade.
O que a gestão Rosalba fez foi trazer essa manifestação para um mesmo local e, por consequência, agregar todas as expressões culturais em um só evento.
São quase 30 subprojetos inseridos no Cidade Junina, valorizando as raízes culturais e suas manifestações. O “Chuva de Balas no País de Mossoró” é um exemplo disso. O espetáculo a céu aberto, no patamar da Capela de São Vicente, conta a saga da resistência do povo mossoroense ao bando de Lampião, exatamente na “arena” onde ocorreu o confronto.
Outros subprojetos se destacam como o Festival de Quadrilhas Juninas, Festival da Sanfoneiros, Cidadela Junina, Festival de Comidas Típicas, Seminário do Cangaço, Fórmula Jegue (resgata a corrida de jumentos comum no passado), Pau de Arara Eletrônico (misto que fazia transporte do sertanejo rumo às feiras na cidade grande), Pingo da Mei Dia (comboio junino), dentre outros.
No aspecto econômico deve ser reconhecida a força que move quase a totalidade do segmento produtivo da cidade, principalmente comércio e serviços. Mais de 1 milhão de pessoas frequentam o Corredor Cultural todos os anos, movimentando setores como vestuário, bares, hotéis, restaurantes, transporte, pequenos comerciantes, artistas, etc etc etc.
O Cidade Junina, é bem verdade, sofreu solução de continuidade nas últimas edições, por incapacidade ou irresponsabilidade de gestores de momento, e agora, nas mãos de quem criou, pode ressurgir com a marca de São João mais cultural do Brasil.
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