A estimativa é de que Mossoró tenha mais de 84 mil residências a serem visitadas pelos recenseadores
Amina Costa/Da Redação
A cada 10 anos, é realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o censo demográfico, que possibilita o recolhimento de informações fundamentais para economia, saúde, educação e emprego. O próximo censo será realizado no ano de 2020, e o IBGE já vem se preparando há algum tempo para a coleta dos dados.
De acordo com as informações repassadas por Hildebrando Reis, coordenador do censo do IBGE em Mossoró, a preparação para a coleta dos dados ocorre há alguns anos e começou com um trabalho de base territorial e cadastro de endereços, que é a preparação dos setores censitários, com o mapeamento das áreas.
Em Mossoró, a estimativa é de que sejam visitados 84.418 domicílios, número que foi levantado com base nesse estudo prévio. “Esse número é uma estimativa e só a realidade é quem vai dizer se essa é realmente a quantidade de domicílios existentes em Mossoró”, explica Hildebrando Reis.
Ainda conforme as informações do coordenador do censo em Mossoró, o trabalho de campo vai ser realizado nos meses de agosto, setembro e outubro de 2020, mas a contratação dos recenseadores e dos supervisores vai acontecer no início do próximo ano. O coordenador disse ainda que a contratação e os treinamentos ocorrem nos meses de junho e julho, respectivamente.
“Serão contratados 236 recenseadores para realizar esse trabalho só em Mossoró e mais 34 supervisores. Em fevereiro, deve sair o edital para os supervisores, e em março sai o edital dos recenseadores. É importante os mossoroenses ficarem atentos a esses prazos”, disse o coordenador do censo em Mossoró.
Ainda de acordo com Hildebrando Reis, concluída a coleta dos dados, devem ser divulgados ainda no final de 2020 os resultados preliminares, como número populacional. Os resultados mais complexos devem ficar prontos somente em 2021 ou 2022. O coordenador do censo informou ainda que os resultados do censo têm uma gama de aplicação muito ampla.
“Eles servem como base para garantir os recursos de saúde, divisão de posto de saúde, fundo de participação dos Municípios, quantidade de delimitação de cadeira na Câmara dos Vereadores. Para Mossoró, por exemplo, é bem interessante porque o município está próximo de ultrapassar os 300 mil habitantes e, ultrapassando este número, vai contar duas cadeiras a mais na Câmara dos Vereadores. Os dados também podem ser usados para o setor privado, já que é possível analisar o rendimento médio do trabalhador, entre outros indicadores”, explica.
RETRANCA
Título: Depois de incertezas, censo será realizado com novidades no questionário
Legenda da foto: No questionário do censo 2020, haverá perguntas relacionadas ao transtorno do espectro autista (TEA)
Foto: CENSO AUTISMO. FOTO NEUROCONECTA
Em abril deste ano, foram anunciados cortes no orçamento do IBGE, que podiam comprometer a realização do censo 2020. Mesmo com toda a discussão sobre a viabilidade econômica da pesquisa, o coordenador do censo em Mossoró, Hildebrando Reis, afirma que ele está garantido em todo o país e que terá novidades em relação ao questionário.
O IBGE conseguiu garantir R$ 2,3 bilhões para a realização do censo demográfico e incluiu no questionário perguntas referentes à população do transtorno do espectro autista (TEA). Essa necessidade se deu devido o aumento da população autista e será de suma importância para a adoção de políticas voltadas para essa população.
“O censo vem com novidades em relação ao questionário. Foram inclusas perguntas referentes à população autista. Os dados servirão como base para que os Municípios direcionem políticas assistenciais relacionadas à saúde, como médicos e psicólogos. Teremos o dado em nível municipal e, com isso, Mossoró poderá planejar o número de profissionais que atendem pessoas autistas com uma precisão maior, sobre quantos estão presentes na cidade”, explica Hildebrando Reis.
O coordenador do censo em Mossoró solicita que, quando o censo for iniciado, a população receba bem o recenseador, porque é somente através dessa pesquisa que é possível ter um retrato fiel da comunidade. “Se a pessoa não receber o recenseador, nós teremos um prejuízo para a representatividade da pesquisa, porque nós não saberemos como é a realidade do brasileiro”, explica.
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