Rotatório da BR-110 que dá acesso aos campus universitários de Mossoró
Por Amina Costa - Repórter do JORNAL DE FATO
O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) realizou uma alteração na sinalização da rotatória localizada na altura do Km 46 da BR-110, que é mais conhecida como Rotatória da Uern. Agora, a preferência passa a ser para os condutores que estão fazendo o giro da rotatória, de forma que quem está trafegando nos dois sentidos da BR-110 e nas avenidas Jerônimo Dix-neuf Rosado e Prof. Antônio Campos devem aguardar.
Para melhorar a compreensão dos condutores sobre a mudança que foi feita em relação à preferência, o Dnit informou que instalou lombadas físicas, para que os condutores reduzam a velocidade no trecho, a fim de que a segurança da via seja preservada. Nesta terça-feira, 26, os condutores que trafegavam pelo local já se depararam com as lombadas físicas que foram afixadas pelo Dnit.
A mudança na preferência de quem circula pela rotatória que dá acesso a universidades como Uern e Ufersa, bem como a vários bairros de Mossoró, como Costa e Silva, Pintos e Vingt Rosado, era uma solicitação de muitos condutores que precisam trafegar diariamente pelo local. Em horários de pico, como às 07h, às 12h e às 18h era praticamente impossível transitar pelo local, devido à grande quantidade de carros que trafegam nos dois sentidos da BR.
William Coelho é professor da Uern e mora nas proximidades da universidade. Ele informou que, ainda no ano de 2013, solicitou junto ao Dnit a alteração na preferência daquele trecho, levando em consideração o que prevê o Código de Trânsito Brasileiro e os problemas que estudantes e professores das universidades, bem como os moradores dos bairros próximos, enfrentavam diariamente.
Projeto de alteração da rotatória da BR-110 (Reprodução)
“Apresentei ao DNIT de Mossoró-RN algumas reflexões sobre a Rotatória do Km 46 da BR-110 com a Av. Leste-Oeste, mas a autoridade descartou o argumento. Conforme reza o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.053/1997), no seu Art. 29, inciso III, alínea b: ‘no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela tem a preferência’. Por que só em Mossoró tinha que ser diferente? E pior: o diferente estava errado, uma vez que causava maior transtorno”, informa o professor da Uern.
William Coelho informou ainda que já chegou a questionar às autoridades policiais sobre a preferência não ser de quem está na rotatória, mas nunca obteve resposta satisfatória sobre o assunto. Disse ainda que, devido ao grande fluxo de veículos que circulam pelo local, era comum a formação de filas, prejudicando todos os que precisam passar, frequentemente, pelo local. Segundo ele, com a mudança na preferência, o trânsito ganhará mais fluidez de democratização, principalmente nos horários de pico universitário e comercial.
“O principal transtorno eram as filas formadas dos dois lados da Leste-Oeste, principalmente em horário de saída da universidade ou de entrada, isso era enorme. Eu cheguei a filmar várias vezes e discuti até com policial durante aquelas greves, aqueles movimentos que fizemos ali, porque não fazia sentido reter por tanto tempo o trânsito ali, dando preferência para a BR”, comenta.
“Presumo que dar, por tanto tempo, a preferência à BR-110 nesse trecho deva-se ao fato de ser pista de rodagem rápida e trânsito mais intenso que o da Leste-Oeste. Entretanto, a rodagem rápida pode e deve ser coibida em trecho urbano; como é o caso, nos bairros populares e entre duas universidades: a UFERSA e a UERN e no trajeto para o IFRN”, acrescenta o professor universitário.
Pedestres também precisam ser beneficiados com a mudança
A sinalização que trouxe a mudança na preferência na rotatória que dá acesso à Uern foi bastante comemorada por todos os condutores de veículos que precisam trafegar pelo local, frequentemente. Além dos condutores, os pedestres também devem ser beneficiados com esta alteração, uma vez que eles também foram bastante prejudicados, por muitos anos, pelo fluxo intenso de carros no local.
O professor universitário William Coelho lembra que muitos estudantes que residem perto da Uern e da Ufersa têm dificuldade em atravessar a rotatória, devido à falta de sinalização para a redução de velocidade de quem trafegava pelas duas vias da BR. Muitas vezes, os estudantes precisavam dividir espaço com os carros para poder atravessar um trecho que se tornava extremamente perigoso.
“A dificuldade maior era de travessia de quem não estava na BR, principalmente o pedestre. Tem muito estudante da Ufersa ou da Uern que anda a pé, e eles têm dificuldade de atravessar. Agora, só falta garantirem também a travessia dos pedestres, com segurança numa faixa, porque infelizmente ainda não colocaram faixa de pedestre ali”, relata.
Além disso, é importante que seja feito um trabalho de conscientização dos condutores, para que eles respeitem a nova sinalização do local. “Vale observar que as regras do trânsito precisam não apenas obrigar o motorista, mas principalmente educá-lo a fazer o correto, já que, infelizmente, as autoescolas apenas instruem para o teste de aquisição da carteira”, finaliza.
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