Quinta-Feira, 23 de janeiro de 2025

Postado às 16h15 | 08 Ago 2021 | Redação Pandemia fecha mais de 450 empresas com faturamento acima de R$ 4,8 mi

Crédito da foto: Blog do César Santos Centro comercial de Mossoró passou mais de seis meses fechado em 2020

Edinaldo Moreno/Repórter do JORNAL DE FATO

Levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio/RN), obtido pelo JORNAL DE FATO, aponta que a pandemia do novo coronavírus fechou em Mossoró 452 empresas com faturamento próximo de R$ 5 milhões. De acordo com a entidade potiguar, o número compreende de janeiro de 2020 a julho de 2021.

Segundo a Fecomércio potiguar, o estudo teve como base o cruzamento de informações da Receita Federal, Junta Comercial do RN (Jucern), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).

Essas empresas afetadas pela crise sanitária se enquadram em Empresa de Pequeno Porte, as chamadas EPP, que são aquelas para negócios que têm um faturamento anual no limite de R$ 4,8 milhões. Este formato pode ter até 100 funcionários.

De acordo com a Fecomércio/RN, a segunda maior cidade do RN no período citado tem saldo positivo de 1.605 empresas. As Micro Empresas Individuais (MEIs) e as de pequeno porte, juntas, têm saldo positivo de 2.057 empresas abertas no período.

O presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, analisa que o movimento de fechamento de empresas de maior porte atrelado ao crescimento do número de MEIs pode ser facilmente explicado em virtude da necessidade das pessoas de manterem alguma renda no cenário de extrema dificuldade que levou ao fechamento de empresas maiores.

“Aquelas pessoas que perderam seus empregos nas empresas maiores partiram para empreender, seja como motorista de aplicativo, vendendo lanches, peças de roupa ou manufaturados, por exemplo. Em resumo, com a retração dos empregos, as pessoas precisaram se reinventar”, afirmou.

Porte de empresa nada mais é do que um termo técnico para identificar o tamanho de seu negócio (micro, pequeno porte ou grande porte). No Brasil, a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas normatiza para fins tributários e outros benefícios. Perante a Receita Federal, por exemplo, é com base no faturamento anual.

RIO GRANDE DO NORTE

O levantamento também mostra que desde o início da pandemia da Covid-19 até os dias de hoje, o saldo entre fechamento e aberturas das empresas de maior porte, aquelas com faturamento acima de R$ 4,8 milhões, é negativo em 9.869 negócios.

De acordo com a Fecomércio/RN, já no universo dos empreendimentos englobados pelo Simples (Microempreendedores Individuais – MEIs, Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), o saldo é positivo, com 37.314 empresas a mais. O grande destaque fica por conta dos MEIs, cujo balanço mostra um acréscimo de 33.997 novos negócios.

Marcelo Queiroz chama a atenção para o número cada vez menor de empresas de grande porte. “Termos um número cada vez menor de empresas maiores é algo que merece atenção”, disse destacando ainda que são as maiores empresas que geram mais empregos.

“É claro que o fato de estas pessoas terem ido buscar uma forma de garantir alguma renda, abrindo seus MEIs, é positivo. Mas também é importante destacarmos que são as grandes empresas, que fecharam em profusão, que geram mais empregos, que conseguem manter faixas salariais mais altas e, sobretudo, recolhem mais impostos e destinam recursos à previdência. É uma mudança do perfil dos negócios que requer algumas reflexões” completa.

SERVIÇOS

O estudo da Fecomércio do Rio Grande do Norte aponta que o setor de Serviços foi o maior impactado pela pandemia no território potiguar. De acordo com a entidade, cerca de 20 mil empresas foram fechadas no estado nesse período da crise sanitária por conta da Covid-19.

O número de empresas desse setor fechadas é mais do que o dobro do segmento do Comércio. Este último teve cerca de 9 mil empresas que deixaram de existir de março do ano passado para os dias atuais.

Mesmo com o alto número de empresas fechadas, o presidente da Fecomércio/RN, Marcelo Queiroz, destacou que o setor de Serviços também foi o que mais abriu empresas no período. O número representa mais da metade do total de empresas abertas.

“Um dado interessante é que o segmento de Serviços também foi o que mais abriu novas empresas (29.138), representando cerca de 53% do total”.

“É claro que o impacto no faturamento é um indicador importantíssimo e reflete uma face extremamente dura da crise, mas verificarmos um saldo positivo de quase 10 mil novas empresas no segmento de Serviços, o que mostra que a economia permaneceu em movimento, muito apoiada pela resiliência da classe empresarial”, emendou Queiroz.

 

MOSSORÓ

Todo o período JAN/20 A JUL/21

• Saldo positivo de 1.605 empresas sendo:

• Empresas com faturamento acima de R$ 4,8 milhões/ano: -452 empresas

• MEIs: +1.836

• MEIs, Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, juntas: +2.057 empresas

FONTE: Fecomércio/RN

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